Na caótica e barulhenta noite da última segunda-feira, 01 de Setembro, a trinca judônica formada por este que vos escreve (Thiago Cardim, conforme consta no RG), Renan Martins Frade e Thiago “Boooooooorbs” Borbolla recebeu uma galera bem divertida e animada para um evento especial dedicado ao lançamento do DVD/Blu-ray de O Espetacular Homem-Aranha 2. Foi numa aconchegante sala de cinema em São Paulo, com direito a um debate sobre o passado, o presente e o futuro do Cabeça de Teia nos cinemas; exibição de um extra totalmente exclusivo; pipoca e refrigerante grátis; sorteio de brindes em um quiz show improvisado; e ainda uma Mary Jane Watson particular distribuindo sorrisos e apaixonando os marmanjos.

Em resumo: se você é destes que usou alguma das desculpas esfarrapadas como “estava um baita trânsito”, “fiquei até mais tarde no trabalho”, “briguei com a minha namorada” ou “me distraí com os memes do debate no SBT e perdi a hora”, desculpa, cara, mas você perdeu a nossa Comic Con particular. Focada no Homem-Aranha. Mas, ainda assim, a nossa Comic Con. É, você perdeu. E vai ter que viver com isso. Da próxima vez, faça o favor de gastar meros R$3 de metrô para nos ver.

Quem abriu os trabalhos foi o Borbs, jogando na roda uma discussão polêmica: os dois filmes da franquia Espetacular são “uma história de amor” – agora, com a morte da Gwen Stacy (ah, vá, jura que você não sabia?), o que sobra para Peter Parker? As opiniões se dividiram mas, veja só, nossa audiência deixou claro que gosta bastante dos dois filmes – parece que o #mimimi ficou do lado de fora da sala – e alguns até manifestaram abertamente partilhar da mesma opinião do Renan, que não gosta da trilogia original do Sam Raimi (o terceiro filme a gente até entende...mas como ele consegue não gostar do 2?).

Depois de uma sessão spoiler na qual falou-se um pouco a respeito de um final alternativo que está nos Blu-rays do filme – no qual um certo pai de um certo Peter Parker aparece vivo e diz uma certa frase, sabe, aquela dos “grandes poderes”, enfim, obrigado Odin por ter feito Marc Webb cortar isso do filme – o Borbs chamou a cereja do bolo: um mini-documentário de por volta de 20 minutos e que NÃO estará na versão brasileira do Blu-ray. Neste vídeo (presente apenas na versão de quem adquiriu o disco via pré-venda na loja norte-americana Target), Webb, o produtor Avi Arad, o próprio Stan Lee e mais uma galera falaram sobre o Sexteto Sinistro e o desafio que vai ser levar os personagens para o cinema em um filme-próprio.

Vanessa, a nossa Mary Jane ;)

A partir daí, passamos a falar um pouco desta ideia de fazer um universo cinematográfico para o Escalador de Paredes. Deixamos claro que a formação do Sexteto ainda não está definida; especulamos sobre quem seriam os nossos integrantes favoritos para fazer parte do time (meio como fizemos aqui), abrindo para que os presentes também opinassem – fiquei feliz em ver o sucesso que o Mysterio faz, assim como me empolgou saber que tem gente que lembra do Homem-Hídrico e que partilha do meu ódio pelo Venom. #ChupaMcFarlane

Também soltamos lá umas teorias malucas sobre o que diabos será feito daquela cabeça do Norman Osborn (Chris Cooper) guardada em criogênese, que deveria ter aparecido em uma cena extra mas nunca rolou – só que, no documentário que vimos, ela foi confirmada por Marc Webb. “O que me incomoda nestes novos filmes é que tudo está, de alguma forma, ligado à Oscorp”, disse um dos nossos espectadores mais perguntadores. Ele está certo. Não seria isso um indício de que o Sexteto enfrentaria, portanto, Norman Osborn? “Desde que não seja aquela versão Ultimate do Duende Verde, um Hulk gigantesco que solta fogo pelas mãos”, desabafou alguém na plateia. É, faz sentido.

Seguindo aquela indicação de que a Sony também tem interesse em um filme com uma personagem feminina do mundo das teias, vimos que a aposta de todo mundo é na Gata Negra (claro!), cujo alter-ego dá as caras, ainda que discretamente em Espetacular 2. Para o Borbs, apenas ela já seria um filme perfeito do Sexteto Sinistro, nem precisaria de mais cinco. Talvez o Sexteto se junte contra ela, então? Aliás, para o Borbs, apenas uma adaptação da minissérie dela com o Homem-Aranha escrita pelo cineasta Kevin Smith já seria o bastante. E teve bastante gente concordando – e um simpático camarada até sonhando com um possível arco de história no qual Peter e ela se envolvem enquanto ele passaria a envergar o uniforme negro. Será?

Thiago Cardim, Renan Martins Frade e Thiago Borbolla :)

Com o adiamento do terceiro Espetacular Homem-Aranha para 2018, o que não faltou foi espaço para as pessoas revelarem seus sonhos molhados sobre quais histórias clássicas poderiam servir de inspiração para os roteiristas. Um mais corajoso chegou a sugerir A Saga do Clone e, obviamente, ameaçamos nos retirar caso ele não voltasse atrás. Ele não voltou. E ficou tudo bem. O Renan ainda disse a grande frase da noite, quando afirmamos que um dos grandes defeitos destes filmes até aqui era justamente a pouca importância dada para o Tio Ben e para a Tia May. “O Tio Ben é a bússola moral do Homem-Aranha”. Fã de quadrinhos, filósofo e lindo? Se não fosse casado, eu casava com ele (mentira, eu também sou casado).

E, claro, com todo o perdão da Sony, que estava lá fisicamente presente, era de se esperar que o assunto fugisse um tantinho do Homem-Aranha e acabasse na Marvel. Foi um tal de Vingadores pra lá, Homem-Formiga pra cá, Doutor Estranho acolá, as pessoas choramingando e se perguntando quando poderemos ver o Aranha junto dos Maiores Heróis da Terra. Natural, né? Tomara que a Sony estivesse nos filmando secretamente e se compadeça destes pedidos.

Por fim, rolou um jogo de perguntas e respostas com direitos a prêmios – e a galera tinha na ponta da língua a solução para mistérios como “Qual é o nome do meio de Peter Parker?”, “Quem foi a primeira namorada dele nos quadrinhos?”, “Qual era a formação original do Sexteto Sinistro?” e “Qual era a tradução do nome de Peter usada nos primórdios dos desenhos animados aqui no nosso país?”. Parabéns, ficamos orgulhosos de todo mundo, afiadinhos e loucos pra participar. Beijo com gosto de teia no coração de vocês, gente linda.

Foi muito, mas muito legal, a nossa primeira Comic Con particular. Não foi grande o suficiente para ser chamada de “Brasil” e tampouco longa o suficiente para ser chamada de “Experiência”. Mas foi nossa e nos orgulhamos muito dela. E quanto a você, que não foi, vê se fica ligado aqui no site para saber das novidades – porque, meu camarada, esta não foi a única. Mas apenas a primeira.

* Mentira, a gente liga sim. Nem colocamos tracinho aí porque nossos advogados não estão no plural. E nem podem ser considerados “nossos”, de fato. São, no máximo, emprestados.