Discurso do Diretor da SHIELD durante o último episódio da temporada foi muito bonito, mas faltou quebrar a 4a parede e agradecer quem tava ali assistindo ainda, porque olha…
SPOILER! Agents of SHIELD nos diz muito sobre o MCU. Não, não é que sóóóó porque a gente gosta de alguns personagens e a história anterior era realmente MUITO boa que tudo vai ser automaticamente tão legal quanto, ainda que isso seja importante. Porque, por Bast, como é que conseguiram fazer uma quinta temporada TÃO ruim depois daquela quarta que beirou a perfeição?
Não estávamos nem na metade e Agents of SHIELD já dava sinais enormes de cansaço. Foram cerca de 12 episódios com toda aquela história de Kasius, Destroyer of Worlds e uma trama que simplesmente não caminhava. Demorou pra que a série fizesse o que tem de fazer e andasse com a narrativa, o que aconteceu em uns dois ou três episódios, completamente aleatórios.
E foi também em dois ou três episódios que toda essa lentidão foi explicada. Depois de tanto tempo seguindo seu próprio caminho e deixando os filmes em paralelo, Agents of SHIELD resolveu, em seu quinto ano, segurar no rabo do Universo Cinematográfico da Marvel e se deixar levar. Foi tudo feito para que chegássemos nessa época do ano, nos últimos episódios da temporada, e a série se conectasse da pior maneira possível a Vingadores: Guerra Infinita.
“Dos episódios 19 ao 22, tudo acontece em um dia, basicamente”, afirmou Jed Whedon, um dos showrunners da série, em entrevista ao TV Line, se referindo ao que (não) aconteceu na série em relação a Vingadores: Guerra Infinita. “Eles mudaram a data de estreia, e se você olhar pro filme, uma nave aparece em Nova York e eles aparecem em Wakanda. Então, em termos de percepção mundial, seria muito fácil estar em outro lugar e não ficar embasbacado pelo que tava acontecendo”, afirmou o outro showrunner, Jeff Bell.
Sim, me parece realmente plausível uma porra de uma nave alienígena aparecer em Nova York e ninguém se preocupar o suficiente pra se DESESPERAR.
“Agora, em relação ao fim do filme, é outra história, e há um mundo em que nossa temporada acaba antes daquilo acontecer”, continua Bell. “Além disso, uma das coisas que a gente tentou fazer, mesmo que estivéssemos falando do crossover, era criar uma motivação para o nosso vilão, nosso antagonista, usando os eventos de Guerra Infinita pra informar porque ele se tornou o que ele se tornou. Essa era nossa principal ligação. A gente sentiu que era uma boa maneira de lidar com isso, mas mantendo as coisas no nosso mundo e na nossa história”, concluiu Jed Whedon.
Bem, Jed... Não deu muito certo. Primeiro porque, putaquemepariu, que vilão BOSTA, que motivações horríveis. Não dá pra contar com os eventos de um filme pra contar a sua própria história. Com o que tivemos na série, muito pouca coisa fazia sentido ou sequer importava. Porque nem mesmo o ressurgimento da HYDRA, que parecia ser algo legal de fato, funcionou. O retorno do Homem-Absorvente, o lance do Graviton, o Projeto Centopeia... Nada.
Foi tudo, no máximo, fan service — e daqueles bem xexelentos. Só não foi pior do que esse tal de Farol que escolheram como “único cenário” e aquele cavanhaque do Talbot, vai se foder.
Embora não seja novidade nenhuma que, no geral, as mortes que acontecem no MCU — especialmente as relacionadas a essa Guerra Sem Fim — tenham qualquer importância, Agents of SHIELD terminou mostrando que, assim como nos filmes, é perfeitamente possível se sentir um idiota por se preocupar tanto com um personagem, chorar sua morte e depois descobrir que nada de fato aconteceu.
The End, o último episódio da temporada, foi até que interessante. Mack se tornando diretor, pelos motivos que se tornou; toda a discussão sobre o que fazer (ou não) com o Coulson e as consequências disso. Deu pra se arrumar na cadeira, sentir alguma coisa. A despedida dele, as mãos dadas com a May... Tudo feito pra mexer com a gente.
Assim como a morte do Fitz. Tirando que, com viagens no tempo sendo uma coisa agora, ele morreu até menos do que os personagens de Vingadores: Guerra Infinita — tá lá, dormindo numa nave espacial e é questão de tempo até que seja encontrado.
Sério mesmo, Agents of SHIELD? Precisava fazer tudo aquilo? Cês realmente acharam que era uma ideia legal, não só fingir que matou o personagem, como criar todo o climão de velório pra depois descobrirmos que se tratava de uma “festa de aposentadoria”?
É realmente surpreendente que Agents of SHIELD tenha sido renovada pra uma sexta temporada. No meio daquela coisa de “dimensão do medo”, parecia muito que a série estava se despedindo, trazendo personagens importantes de volta pra dar tchau. Ao mesmo tempo, é importante para a Disney ter essa plataforma “grátis” de divulgação das coisas que faz fora dali.
Eles podiam só se preocupar em contar boas histórias, como fizeram na última temporada, dividindo tudo nos chamados “pods”, arcos de poucos episódios que se interligavam. Talvez isso acabe acontecendo com a nova temporada já confirmada pra ter apenas 13 episódios, contra os mais de 20 que a série teve até o momento.
O problema é que, como a própria divisão de TV da Marvel mostra no Netflix, é bastante fácil se perder, mesmo em 13 episódios. E depois dessa quinta temporada, fica difícil acreditar que as coisas vão melhorar.
Agents of SHIELD retornará em 2019, no chamado “mid season”, depois de Vingadores 4. Dá até vontade de não continuar acompanhando... Mas veremos. A vantagem é que, com quase um ano de diferença entre as temporadas, dá pra tirar o gosto ruim que sobra agora.