Agents of SHIELD: o mundo é outro, a organização é outra. A série também. | JUDAO.com.br

“Making Friends and Influencing People” é um marco. Agora, a série tem razões pra existir e, a gente, razões pra acompanhar. :)

SPOILER! É impossível analisar cada episódio de uma série individualmente. Claro, você sabe dizer se um capítulo foi bom, foi chato, foi horrendo ou te fez defecar tijolos. Mas a análise é incompleta se não levar tudo o que envolve a série — o que nos levou até ali e o que o futuro promete.

“Making Friends and Influencing People”, o terceiro episódio da segunda temporada de Agents of SHIELD é um ótimo exemplo disso. Não é exatamente um episódio que NOSSA NOSSA, mas, ao mesmo tempo, é provavelmente o melhor de toda a série. Escrito por Monica Breen, esse é, de longe, o mais focado na própria série, ao invés do “Universo Marvel”. É um episódio que não só prepara o terreno como nos dá ótimos caminhos pra acompanhar a história daqui pra frente — além de um próprio pra seguir.

Um desses caminhos se chama Fitz. De metade de uma dupla de cientistas que servia mais como alívio cômico (“kkkk nerds”), o personagem de Iain De Caestecker ajuda a separar os “homens dos meninos” na lista de episódios da série.

Com a ajuda do Mac, que começa a entender o novo cérebro sem oxigênio do cara, Fitz é o principal ponto de amadurecimento e demonstração de profundidade que a série tem. Vinha com essa desconfiança de que “estão escondendo algo de mim” há algum tempo e, na hora em que diz pra Simmons que ela não existe, já liga aquele alerta de OPA!, tem algo acontecendo ali. Desce as escadas encontra o Ward, entra em choque e o tortura. Sim, tem algo acontecendo ali. Se arruma no sofá, meu amigo, porque as consequências parecem ser enormes.

Por exemplo, Ward está pouco a pouco ganhando a confiança da Skye e, ao contar sobre a lavagem cerebral pro Fitz e ser sincero ao dizer que só jogou os dois no mar pra fazer com que eles tivessem uma chance, provavelmente ganhou um ou dois pontos também com ele. Coulson parece ser daqueles que guardam rancor, mas também o primeiro a confiar nas pessoas, o que significa que ainda vai demorar (uma temporada ou alguma coisa desesperadora acontecendo) pra que ele resolva tirá-lo dali. E, ao contar pra Skye sobre seu pai, ele pode muito bem ter adiantado um pouco sua liberdade — porque agora o bicho vai pegar — ou assinado uma sentença maior, já que o Diretor da SHIELD não vai ficar muito feliz em saber disso.

Ward é um outro caminho a ser explorado. Não é mais só o BRUTAMONTES chutador de bundas cheio de mimimi. Ele reconhece tudo o que fez, assume e não parece se arrepender; mas, nessa coisa de Silêncio dos Inocentes com a Skye, dá a ele algumas CAMADAS — assim como aconteceu com Fitz, que, no fim, é o grande responsável pela mudança na dinâmica das coisas. Agente May e Hunter se acertaram, o Coulson assumiu de vez o papel de Diretor, primeiro ao manter a Simmons como espiã dentro da HYDRA e depois, ao dizer pro Fitz que sim, é óbvio que ele esconde um monte de coisas e é assim que as coisas funcionam dali pra frente.

Agents of SHIELDÉ o retorno definitivo da SHIELD, que agora tem um propósito maior de existir — e não só ir atrás de pessoas com “dons”; tem a HYDRA querendo foder a porra toda, tem os EUA chamando-os de traidores.

E aí, temos o outro caminho da série, que há um tempo não enxergávamos exatamente: Skye. Agora sim recebendo um treinamento de agente mais claro — e mostrando perfeitamente capaz de realizar suas missões –, ela sabe que seu pai está vivo, procurando por ela e que é relativamente simples chegar até ele.

É exatamente por aí que passa aquela história de Inumanos que eu comentei na semana passada. Ela vai conseguir decifrar aqueles símbolos malucos todos e ter contato com o véio, que deve colocar aquela dúvida na cabeça dela que, assim como na primeira temporada, vai refletir no Coulson e na May; ENQUANTO ISSO a Simmons tá na HYDRA e o fato de ela ter sido escalada pra ir trabalhar “lá em cima” demonstra que ela vai ter contato com muito mais coisa bizarra do que estava acostumada.

Mas, independente disso, tem o Dr. Whitehall e suas lavagens cerebrais, a demonstração de que eles vão matar quem quer que seja, se necessário for, a Agente 33 / Agente Q, “Happy to Comply”...

Sabe quando tem aqueles casais insuportáveis, que colocam avatar duplo em rede social e tudo depende do outro? Agents of SHIELD resolveu colocar um ponto final nessa história. É sim parte do tal “Universo Marvel Cinematográfico”, que ótimo que surjam crossovers mas, com a queda e o ressurgimento da SHIELD e a Hydra batendo de frente, agora sim temos uma SÉRIE pra acompanhar. Agora sim a série tem a razão da sua existência, agora sim nós temos razões pra ir até o fim, independente de um ou outro episódio ruim — e isso vai acontecer, já que é impossível manter o streak por 22 semanas.

De fato, como diz o nome do episódio, Agents of SHIELD fez alguns amigos e influenciou alguams pessoas. Agora é hora de enfrentar seu inimigo. Vamo ver no que dá. :)