Alita: Anjo de Combate tem uma protagonista legal. E SÓ. | JUDAO.com.br

É aquilo, né? Só cenas legais de luta não fazem um bom filme. :P

Depois de BASTANTE tempo ouvindo falar dela em eventos, trailers, teasers e outras coisas, Alita: Anjo de Combate finalmente chega aos cinemas no próximo dia 14 de Fevereiro.

James Cameron já tava BEM de olho no mangá original da história há anos. No dia 28 de Junho de 2000, por exemplo, foi noticiada a compra do domínio battleangelmovie.com pela 20th Century Fox, por exemplo. Se você tem entre 18 e 19 anos, tava NASCENDO junto com o projeto, sabe? Acontece que a produção começou a ser adiada. Isso rolou porque um tal de Project 880, primeiro nome do que conhecemos hoje como Avatar, entrou no caminho, demandando toda a atenção do produtor e diretor. Anos se passaram, acordos foram firmados e em 2017 tudo começou a ser feito com Robert Rodriguez na direção e a produção de Jon Landau ao lado de Cameron.

Alita é uma personagem de mangá dos anos 90. Criada por Yukito Kishiro, ela é uma ciborgue que tem um ~rostinho angelical e uma força DESCOMUNAL. É doce, muito justa, decidida e sabe transitar bem entre sua humanidade e suas habilidades extremamente avançadas de luta. O filme começa com Dr. Dyson Ido (Christoph Waltz) no meio do ferro-velho da Cidade da Sucata encontrando uma figura muito curiosa: um rosto intacto que ele, mais tarde, descobre conter uma essência quase humana de uma garota misteriosa. Ele, um mecânico especializado em corpos de ciborgues, dá uma nova forma àquela menina – meio Gepeto, inclusive.

Esse novo esqueleto é quase pré-adolescente, mirradinho, dando um destaque grande ao rosto da personagem. Quando estiveram no Brasil, Rodriguez e Landau falaram, em entrevista ao JUDAO.com.br, que “o design [original] da Alita tinha os olhos grandes e pudemos fazer isso pela primeira vez de uma maneira que pareça real. (...) Você desenha a Alita, você vai desenhá-la com os olhos grandes, da mesma forma que o Astro Boy ou qualquer personagem dos quadrinhos japoneses”. É uma visão bem ocidental das coisas, né? Mas, sim, os olhões de Alita são destacados AO MÁXIMO, sem grandes explicações. Por enquanto, apenas adicionam ao ~rostinho angelical dela.

A partir daí, conhecemos a heroína, que não lembra de NADICA DE NADA sobre si ou o mundo em que vive. Provar uma fruta, conhecer um cachorro, ver o bairro em que vive... tudo é uma novidade interessante. E o grande trunfo dela é a constante busca pela sua essência. Cada passo dela no filme é pra tentar buscar memórias de sua vida anterior, além de tentar entender de onde vem todo aquele conhecimento de batalha. Alita é uma personagem super legal que quebra alguns padrões sobre mulheres guerreiras.

Mas infelizmente o negócio para por aí.

Porque de nada adiantam GRANDES cenas de batalha se os personagens são fracos. Não só o núcleo “do bem”, mas os vilões também são meio qualquer coisa. E o interesse amoroso da Alita, Hugo (Keean Johnson), é o menino MAIS CHATO DO MUNDO. Não é POSSÍVEL o TANTO que ela precisa sair dos próprios conflitos e caminhos pra ir consertar bobagens dele. Tira um pouco da graça das coisas quando alguém tão presente acaba atrapalhando um pouco a relação do público com a protagonista.

E é aquele clássico que já vivemos em Ghost In The Shell: CADÊ ASIÁTICOS? O longa peca DEMAIS em privilegiar atores brancos, inclusive colocando pessoas negras em papéis quase MUDOS ou de marionete. Já tá todo mundo CARECA de saber que representatividade é importante. A tal Cidade da Sucata, inclusive, se formou quando integrantes do mundo todo foram parar ali após um grande conflito conhecido como A Queda. Tinha que ser a coisa mais diversa DE TODAS. Mas... nah. Não foi dessa vez, de novo. O que só aumenta o descontentamento.

Muito foi falado também sobre uma experiência em 3D e que PRECISAVA ser visto assim. E, bem... já aviso que não fará muita diferença se só rolar de assistir em 2D pra você.

No final das contas, a história tem vários problemas, mas com certeza veremos uma continuação (quer dizer, se a bilheteria ajudar, né?). Será preciso uma BELA revisada no roteiro pra ficar legal. A série vai ficar interessante DE VERDADE quando produtores e diretor se preocuparem com o enredo na mesma intensidade em que se preocuparam com as cenas de pancadaria. ¯\_(ツ)_/¯