Tem Superman na estreia da nova temporada? Tem. Mas ele é exatamente o que foi prometido: um mero coadjuvante da prima protagonista.
SPOILER! O primeiro episódio da segunda temporada de Supergirl, exibido nos EUA na noite desta segunda (10) já chegou mandando pro espaço (viram o que eu fiz aqui?) duas preocupações. A primeira delas era justamente sobre o tamanho da presença do primão famoso vindo diretamente de Metrópolis, já que o Clark Kent vivido por Tyler Hoechlin naturalmente chamaria a atenção, sendo o personagem icônico que é.
Pois bem, esqueçam. Ele não chega com a missão de ser dono da série. Nem sequer com a de ser um coprotagonista. Tá bom, vemos a Cat Grant se engraçando pro repórter que ela conhece de seu tempo no Planeta Diário, descobrimos que ele tem uma treta não-resolvida com o Caçador de Marte por causa da kryptonita. Tudo muito legal, ótimas referências. Mas, ali, está claríssimo que ele só existe na trama por causa da Supergirl.
Muita coisa mudou e a história recomeça imediatamente onde a temporada anterior acabou, com a chegada de um novo pod kryptoniano no qual está um sujeito, em coma, que aparentemente também veio do moribundo planeta da casa dos El. O DEO (Department of Extra-Normal Operations) tem uma nova sede, o especialista em informática Winn agora trabalha na equipe de J’onn J’onzz... e a Supergirl está muito bem, obrigado, confortável de uma vez por todas em seu papel como heroína.
O grande ponto aqui é que Kara ainda não sabe como tocar a parte humana da sua vida. Este é o seu grande problema. Amor, emprego, amigos... Sério, como equilibrar tudo isso com a sua faceta de PALADINA DA JUSTIÇA? É aí que fica a graça da coisa. E é POR ISSO que o Superman vem dar as caras em National City.
Para a história, ele de óculos, gravata e jeitão atrapalhado importa mais do que o herói amado por milhões. Não é o super-herói, mas sim o primo que vive uma situação similar à dela, que chega pra salvar o dia com carinho, com conselhos, com sorrisos. E a dinâmica entre os dois, em especial quando Kara e Clark estão passeando pela cidade com suas armações de óculos falsas, funciona perfeitamente. Dá vontade de se enfiar na telinha e abraçar os dois de tanto amor. <3
A outra preocupação com relação ao retorno da Garota de Aço era com a mudança da série de canal, da CBS pro CW. Uma preocupação que, vamos combinar, nem precisaria existir, já que Supergirl já tinha tinha aquele climão festivo do Arrowverse, o que o fato de os produtores serem os mesmos só ajuda (e justamente por isso me espanta a decisão, oficializada recentemente, de manter National City separada do restante do universo de Arrow, Flash e cia). Isso tudo continuou funcionando lindamente.
Supergirl continua uma série ensolarada e iluminada — bem mais do que Arrow e, dado o conceito da nova temporada do Flash, também um pouco mais na frente do colega velocista no quesito “bom humor”. Cat ainda é aquela metralhadora de referências pop, uma mistura de Anna Wintour com o editor do TMZ, ao mesmo tempo em que tenta orientar Kara a encontrar a profissão na qual ela mais se encaixa (e que você já deve bem imaginar qual é, levando em consideração o cara de fora da cidade que tava passeando pelos corredores). Até Lena Luthor, a irmã do vilão que está devidamente trancafiado na cadeia, quer (pelo menos aparentemente) recomeçar a vida longe da trilha de escuridão que o sobrenome de sua família carrega. O mote, mais uma vez, é a esperança, como a gente imagina que uma história de super-heróis deveriam ter.
O mote da segunda temporada de Supergirl é a esperança, justamente o que a gente imagina que uma história de super-heróis deveria ter
Parece que a série se encaixou como uma luva na emissora: enquanto as estreias das novas temporadas de Flash e Arrow tiveram queda na audiência em comparação com as premières anteriores, a Supergirl teve os melhores números de um programa exibido na segunda-feira em OITÔ anos. Se a gente for levar em consideração apenas homens entre 18 a 49 anos, foi a maior da audiência da história do canal neste dia da semana e horário. De fato, não é pouco. “Supergirl é série de mulherzinha”, né? ;)
Flash começou a temporada pisando no freio. Arrow começou a temporada pisando no acelerador. Supergirl começou a temporada andando de bike pelo parque, num dia de sol. Acho que dá pra sacar quem tá curtindo mais, né?
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