Arrow: afinal, quem é o rosto por baixo da máscara? | JUDAO.com.br

Esta deve ser a questão central a permear toda a terceira temporada da série — que já abriu com uma cacetada bem no meio da nossa cara, aliás.

A primeira temporada da série Arrow serviu pra mostrar, definitivamente, que aquele não era um filhote de Smallville – com um tom mais sério e sombrio, inspirado no Batman de Christopher Nolan, mostrava o jovem milionário Oliver Queen voltando de cinco anos infernais em uma ilha afastada e deixando aflorar seus instintos assassinos para cumprir uma lista de vingança. Surge o Capuz. Já a segunda temporada foi a migração de Oliver do papel de justiceiro para herói. Lutando contra seu desejo de matar (Charles Bronson Feelings), ele entendeu sua responsabilidade para com o povo de Starling City e começou a se preocupar em salvar os inocentes ao invés de punir os culpados com as próprias mãos. Saiu a pintura tribal nos olhos e a postura de lobo solitário e entrou uma máscara e o trabalho em equipe. Sai o Capuz e surge o Arqueiro. Conforme indica The Calm, o episódio de abertura da terceira temporada de Arrow, o tema deste novo ano promete ser “quem é o homem que se esconde por baixo da máscara?”.

Tudo parecia estar em calmaria em Starling City, uma cidade que acabou de sofrer seu segundo ataque terrorista em dois anos. Mas obviamente que, por se tratar de uma série de super-heróis, a calmaria duraria pouco e já mostraria ser o prenúncio de uma nova tempestade. A metrópole agora aceita o Arqueiro como um parceiro misterioso no combate ao crime. Oliver começa a pensar que, talvez, possa reconstruir sua vida pessoal – e chama para sair ninguém menos do que sua colega de equipe, a hacker espertinha Felicity Smoak (abrindo as portas para uma relação de idas e vindas que deve durar toda a temporada). Quem lembra do episódio final da temporada anterior praticamente estava torcendo por isso. Mas a coisa não dá muito certo.

Surge nas ruas de Starling City o novo Conde Vertigo, Werner Zytle, o original dos gibis, vivido de maneira divinamente canastrona por Peter Stormare. E ele faz uma correção na droga – que, agora, mostra o pior medo daquele que a aplicar (uma espécie de variação do gás do Espantalho). Quando o nosso herói recebe uma dose da substância, bingo, passa a enxergar a si mesmo como seu maior medo. É quando Queen passa a se questionar se vai poder, um dia, viver como Oliver Queen. Porque ele ainda esconde muitos esqueletos em seu armário. E sua cruzada de combate ao crime toma demais de sua vida, de sua história, de sua personalidade. Ele, honestamente, não sabe quem é Oliver Queen e seu um dia ele vai poder existir.

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O Arqueiro passa a se lembrar dos seus dias em Hong Kong, depois de ter sido tirado da ilha por Amanda Waller. É nestes novos flashbacks que ele começa a sua relação com Katana e com sua família, dando a entender que o sujeito deve ter realizado missões bastante questionáveis para ajudar a líder do ARGUS e fundadora do Esquadrão Suicida.

O mesmo senso de questionamento da “identidade secreta” acontece com os outros integrantes do #TeamArrow. John Diggle quer continuar ajudando Oliver. Mas, diabos, ele vai ser pai. Sua ex-mulher (e atual namorada), Lyla Michaels, vai ter uma menina. E aí, como conciliar as duas coisas? Já Roy Harper, o jovem sidekick do Arqueiro Verde, quer superar a perda de Thea Queen (que foi embora com o pai biológico, Malcolm Merlyn) deixando a sua vida pessoal totalmente de lado e se afundando por baixo da máscara de combatente do crime – agora, usando uma versão avermelhada do uniforme de Oliver Queen, exatamente como nos gibis.

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Oliver Queen e Roy Harper

E chegamos em Felicity. Que é, de longe, uma das melhores coisas da série. A garota, inspirada em uma personagem B das HQs do Nuclear, se tornou algo bem maior e mais interessante do que sua contraparte quadrinística. Com o colapso da Queen Consolidated, ela tem que se virar entre um emprego numa loja de informática e a atuação como cabeça do grupo de combate ao crime (alguém reparou, aliás, que Felicity tem muito da Oráculo, alcunha de Barbara Gordon nos gibis pré-Novos 52?). A paixão por Oliver Queen é evidente, mas a moça sabe que é complicado tirar o sujeito de seu casulo de culpa. Eis que surge em sua vida Ray Palmer.

O genial alter-ego do Átomo/Eléktron (por enquanto, sem sinal de poderes) aparece como o comprador da Queen Consolidated, enterrando o sonho de Oliver de ter de volta a empresa de sua família e prometendo transformar Starling City – iniciando o projeto de reconstrução batizado de Star City (que é o nome da cidade nas HQs, aliás). Obviamente, isso tira Felicity do sério. Mas ele é tão inteligente quanto ela e, imediatamente, surge uma espécie de tensão sexual entre os dois. Parece que os dois heróis vão disputar o coração da mocinha, afinal. Triângulo amoroso à vista.

Brandon Routh, ex-Superman e agora Ray Palmer (Eléktron)

Brandon Routh, ex-Superman e agora Ray Palmer (Eléktron)

Nota Mental: Jean Loring, a advogada de Moira Queen ao longo da segunda temporada, é ninguém menos do que a ex-mulher de Ray Palmer nas HQs. É ela quem sofre um colapso mental que acaba resultando na saga Crise de Identidade. Será que teremos sequer um cheiro desta relação na série de TV?

E o final deste episódio...? Putz. Os produtores foram bem corajosos ao tomar a ousada decisão de matar, pelas mãos de um oponente misterioso (mas que também usa um arco e flecha, o que indica possivelmente a já confirmada presença de Komodo) um dos personagens mais queridos da segunda temporada. Eu confesso que fiquei com uma dor no coração. É certo que faz sentido para a transformação que deve acontecer com outro personagem bem próximo, claro. Mas que doeu, rapaz, isso doeu.

(obviamente, se você souber ligar as pontas, vai sacar que a morte deste tal personagem é a deixa que se precisava deixar para a entrada definitiva de Ra’s Al Ghul e sua Liga de Assassinos na trama)

Felicity Smoak: será que ela vai passar a temporada correndo atrás de Oliver Queen?

Felicity Smoak: será que ela vai passar a temporada correndo atrás de Oliver Queen?

E a gente sabe que ainda vai ter Caçador, Pantera, Capitão Bumerangue...e o episódio crossover com o Flash, cara.

Seja bem-vindo de volta, Arqueiro. Tomara que esta terceira temporada mantenha este ritmo e me faça ter total certeza de que esta é, atualmente, a minha série favorita. Que a Marvel perdoe este devoto por isso. :)