Gore, pastelão, deadites, serra elétrica, um Delta possuído, um fantoche, fanservice do bom e Bruce Campbell tinindo. Precisa mais? ;)
SPOILER! Depois da primeira temporada de Ash vs Evil Dead, a sensação de rever Bruce Campbell munido de sua boomstick e serra elétrica foi como revisitar um amigo que não víamos há tempos, mas do tipo que conhecíamos todos os trejeitos, piadas infames ou atitudes JOCOSAS. Entre meus pedidos de Ano Novo, desejei que a série continuasse tão GROOVY, apesar de uma ou outra derrapada, como o fim da temporada.
Rever Campbell no segundo ano da série foi como se esse amigo já fizesse parte da nossa vida novamente e não só minhas expectativas foram atendidas como essa S02 é muito mais FODÁSTICA que a anterior. Mais até do que eu poderia desejar.
Parece que Sam Raimi, Robert Tapert e cia limitada ouviram todos os QUEIXUMES dos fãs sobre o que dera errado no retorno de Ashley J. Williams em sua cruzada contra o MAL MORTO e entregaram uma temporada redondinha, sem encher linguiça, com doses ainda mais cavalares de gore, humor pastelão descontrolado, participações especiais – algumas para deixar qualquer fã de Evil Dead em polvorosa – e, pra variar, um Bruce Campbell tinindo como nosso herói politicamente incorreto de camisa azul e calça cáqui.
Aliás, se em algum momento pensamos que seria impossível o QUEIXUDO se superar, pode crer que ele conseguiu, ainda mais à vontade no papel que o consagrou e topando qualquer tipo de escatologia e nojeira em prol da diversão sem limites do público. Quem viu o episódio do necrotério, sabe muuuuuito bem do que eu estou falando. :D
Segunda temporada foi redondinha, sem encher linguiça, com doses ainda mais cavalares de gore, humor pastelão descontrolado, participações especiais
O season finale anterior foi dos mais broxantes, com um gancho nada empolgante, e neste recomeço os roteiristas trataram logo de esquecer o caos deixado por Ash em sua barganha egoísta com Ruby (a personagem de Lucy Lawless) ao trocar o Necronomicon por uma vida cheia de farras em Jacksonville, onde o tiozão vive cercado de adolescentes em um eterno spring break abrindo barril de cerveja com sua serra elétrica, por uma volta à ação imediata, ao lado de seus fieis sidekicks, Pablo e Kelly.
No desenrolar da trama, eles são os únicos capazes de recuperar o Livro dos Mortos quando Ruby perde o controle de suas crias, uma espécie de deadites 2.0, e todos se veem às voltas com Baal, o vilão-mor cujo desejo singelo é que a humanidade toda seja jogada em uma nova era de trevas. Básico.
Pra isso, enquanto no final da primeira temporada ele precisou encarar seus demônios (viu o que eu fiz aqui?) e voltar para a famigerada cabana onde ele libertou as criaturas kandharianas escutando a velha gravação traduzida do professor Knowby, agora Ash precisa retornar a outro local para confrontar diferentes fantasmas de seu passado: sua cidade natal, Elk Grove, Michigan, LOGRADOURO do qual foi obrigado a sair depois de ter esquartejado seus amigos possuídos naquele final de semana fatídico na floresta e onde ganhou a infame alcunha de Ash Slashy (ou Ash Retalhador), tido como louco pelos munícipes.
Lá, ele se reencontra com seu pai, Brock, interpretado por Lee Majors – só que dessa vez, por conta de sua mão mecânica, é Ash quem está HARDER, FASTER, STRONGER (há!) – uma antiga peguete, Linda (Michelle Hurd) e seu melhor amigo de bebedeiras, Chet Kaminski, vivido por Ted Raimi.
Todo o desenrolar da temporada mantém o pé no acelerador, com seus episódios de curta duração indo de um banho de sangue sem pudores até a costumeira galhofa, afronta à moral e bons costumes e o famoso splattstick, sempre com Uma Noite Alucinante como a principal referência. Além de, claro, prestar o devido fanservice daquele jeito bem feito, que vai de uma viagem do sujeito de volta ao anos 80 – fichinha, afinal ele já conseguiu ir para a Idade Média, como o próprio se lembra – para retornar à cabana antes de todo o desgraçamento (fazendo ele se deparar com uma velha conhecida), até um rápido close do livro Adeus às Armas no porta-malas do Delta, referência que só os MUITO fortes entenderão.
Aliás, falando em Delta, a turma toda presta uma homenagem daquelas à dobradinha Stephen King / John Carpenter e seu Christine – O Carro Assassino, quando, nos episódios Last Call e DUI, a CARANGA fica possuída pelo demônio e sai por aí com fogo nas ventas matando a molecada de Elk Grove a torto e a direito, nos dois melhores episódios da temporada. Só elogios, e isso porque eu nem falei do já icônico fantoche do Ash, que em um mundo mais justo seria o brinquedo mais pedido para o Papai Noel este ano.
Quanto ao final bisonho ao melhor estilo “o mocinho volta no tempo, dá um jeito nos vilões, salva o dia e retorna como herói”... Bem, espero que você tenha aguardado a cena pós-crédito para testemunhar que alguns livros custam em ficar enterrados — um cliffhanger na medida.
Graças à boa e velha teoria do caos, aposto que essa mudança toda no passado vai resultar em alguma merda gigantesca e minhas fichas estão devidamente apostadas naquele sujeito para quem o Ash dá uma garrafa de bebida logo ao chegar de volta do futuro. Aquilo vai ter alguma importância na trama.
A segunda temporada de Ash vs Evil Dead foi mesmo um presentão de Natal antecipado. E meus votos para 2017? Que na terceira, ele nos dê um pouco mais de açúcar, baby!
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