Fica esperto! Conheça iniciativas que vão além do noticiário tradicional
Quando eu estudava jornalismo e começava a viver a vida das redações, havia uma máxima: “quem não lê, não escreve”. Simples, reto, seco, direto ao ponto. Eu concordava sem fazer ideia que 15 anos depois ainda ia lembrar tão profundamente desse par de aspas TODO FUCKING DIA.
Claro que, para quem gosta de ler, isso não chega a ser uma obrigação, embora ainda sejamos meio extraterrestres num país onde o sistema educacional é idiotamente voltado para o tal do mercado de trabalho, sem estimular a curiosidade, a capacidade de interpretação e a criatividade, fundamentais para que se desenvolva o senso crítico, chutado para escanteio em boa parte do nosso cotidiano.
Nessas, tem uma judiada frase do Millôr que tem muito a ver com essa lacuna da educação: “Jornalismo é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”.
Mas oposição a quê? Ao governo? Federal, estadual, municipal, sindical, militar, à direita ou à esquerda? PMDB? Pois é, de acordo com o veículo, sabemos antes mesmo de conferir as manchetes qual será a abordagem, da Globo à Record, da Veja à Caros Amigos, do UOL à Carta Capital, da Folha Universal ao Superpride.
Peraí, as abordagens que nos restam são essas? O mundo e seus eventos devem ser observados sempre a partir de redações pautadas por APENAS DOIS PRISMAS? Não existe nada além disso?
Sim, existe. E como existe! A prova está em volta da gente, aqui no JUDÃO e em diversas outras iniciativas editoriais que se recusam a pintar uma visão de mundo com apenas duas cores absolutamente distintas entre si.
Nesta coluna, destaco o trabalho de alguns veículos que têm redações independentes, alguns desvinculados de qualquer raiz na mídia tradicional e, outros, iniciativas bancadas por players antigos da imprensa desse Brasilzão de meodeos, mas mesmo assim muito sadios de se consumir.
Além de tudo que eles representam num tempo como o nosso, são garantia que você vai ter os links mais legais pra postar antes d@s conhecid@s no FB ou no Twitter, além de serem base muito classuda para praticar seu olhar crítico. Lembre-se: a gente faz coisas a partir das coisas que a gente observa. ;)
Vamos lá!
Elástica
Jornalismo feito de millennials para millennials, com olhar leve, mas que se posiciona sobre os temas que aborda, sempre vinculados à cultura pop e ao olhar jovem sobre o mundo.
Ponte
Jornalismo de qualidade, com apuração e conhecimento de causa, praticado sob o viés da segurança pública e dos direitos humanos.
Pública
Aqui, o povo é a pauta, mas sem forçar a barra à esquerda, porque é também espaço para jornalismo de primeira. Uma visita à Pública é um meio de saber se você está questionando certo a partir de informação muito bem apurada.
Galileu
Recentemente passou por uma grande transformação editorial e gráfica, que visa o questionamento desde o ponto de vista visual às pautas que apresenta, sempre usando a ciência como base.
Brio
Como eles mesmos se definem, é jornalismo de fôlego para quem gosta de ter assunto. Reportagens longas, histórias sobre pessoas para pessoas lerem.
Tab
Reportagens que lembram dossiês, sem perder o gingado, sempre sobre temas atuais, visualmente deslumbrante e que levam o jornalismo ao patamar de experiência.
Piauí
Em tempos de ironias com os textões, aqui essa ainda é a grande jogada. Temas improváveis, entrevistas, sacanagens, emoção e análises imperdíveis estão sempre presentes.
Superinteressante
Não perdeu a majestade e ainda se dispõe a discutir todo tipo de tema sob o patamar da ciência e da curiosidade.
E você, conhece mais algum veículo que se salva no meio desse tiroteio pseudo-ideológico e mal informado que vivemos diariamente quando ligamos a TV, abrimos as redes sociais ou simplesmente sentamos pra tomar um chope? Então compartilha com todo mundo, chega de treta vazia.