E não é que dá pra se divertir com Call of Duty: Black Ops III? | JUDAO.com.br

Jogo continua cheio de problemas e totalmente incapaz de contar uma história. Mas parece que encontrou um caminho pra seguir nessa geração de consoles…

Eu acho que dá, sem medo de ser feliz, pra dizer que Call of Duty: Black Ops III é o jogo mais divertido da franquia desde Modern Warfare 2. É como se tivessem encontrado o rumo dessa geração de consoles, com os gráficos impressionantes e controles que, exatamente como dizia o comercial, faz qualquer tonto se sentir um soldado.

Eu não sou tão gamer assim. Mas me senti extremamente bem com uma arma de rajada de 3 tiros que parecia atingir todo mundo na cabeça — ficando com ela até o final. Claro que escolhi uma das dificuldades mais tranquilas, já que tou jogando videogame e não fazendo treinamento militar (ou qualquer coisa que me faça levar a sério um jogo dessa maneira), mas era como se Black Ops III estivesse ME ABRAÇANDO, me levando para o Lado Negro da Força.

Nada que a falta de chance de respirar num multiplayer com a criançada de 12 anos me destruindo e rindo da minha face OU o modo Zumbis, com aqueles desgraçados vindo pra cima de mim (como eu ODEIO isso em videogame, me dá uma sensação MUITO ruim) não pudesse cancelar automaticamente, mas a impressão que dá é de que eu poderia seguir jogando Black Ops III até Novembro do ano que vem, mesmo com os irritantes problemas do jogo.

Call of Duty: Black Ops III

O primeiro que percebi foi logo na primeira grande missão, quando OU eu não ouvi OU realmente não foi dito que eu precisaria derrubar uns mísseis do teto pra destruir os dois carros e boa parte da galera. Quando morri a primeira vez, aí com certeza, não foi dito nada. E eu insistia em fazer tudo na mão e depois ficava me perguntando o que a foda mais eu precisava fazer pra continuar. Morria, recomeçava, repetia, morria, AD ETERNUM. Foi um DETONADO que me iluminou as ideias, que só pude colocar em prática depois de reiniciar a missão toda, já que mesmo gastando todas as balas nos tais mísseis, eles não caíam de jeito nenhum. Um problema bem grave.

Outro é o fato de que, uma vez online, sua campanha também é, com a chance de outros se juntarem a você, o que é legal. Problema é que, qualquer probleminha na rede (que eu às vezes tinha, por conta do meu roteador que já foi trocado), ele te tira do jogo e só permite que você retorne ao último checkpoint quando online novamente. Offline, só começando o jogo do zero. E veja só: trata-se da campanha, o modo história. É bastante frustrante e isso deveria ser revisto.

Mas nada vai superar em termos de MIGA ASSIM NÃO DÁ PRA TE AJUDAR do que a história de Black Ops III. Por mais atenção que se preste, legendas ligadas, áudio no talo, você raramente entende o que está acontecendo e as razões pelas quais está ali. Chega a ser ridícula a incapacidade de o jogo contar uma história — você simplesmente fica atirando nos inimigos porque isso eles fizeram ser legal e somente em alguns raríssimos momentos consegue fazer alguma ligação entre um ou dois pontos.

Call of Duty: Black Ops III

Mas o que mais impressiona (e entristece) é que parece que pegaram o roteiro de Advanced Warfare, do ano passado, mudaram nomes de personagens e seguiram em frente. É exatamente a mesma estrutura. Se colocar as duas campanhas lado a lado você vai perceber que da primeira à última missão, passando pelas TRAIÇÕES e coisas que você precisa fazer à distância, pelo ar, são idênticas e acontecem nos mesmos momentos.

Talvez fosse o caso de um reboot na franquia pra deixá-la como a maior parte dos filmes pornôs de hoje: se não parte direto pra METELANÇA, faz um stripzinho no começo e manda ver, variando as ESTRELAS, cena a cena. Um jogo com várias mini histórias, que resultem no enorme tiro ao alvo que o jogo essencialmente é... Além do multiplayer, que poderia avaliar os jogadores e colocar os melhores com os melhores, piores com os piores, tipo FIFA, ou sei lá.

Fato é que Call of Duty não tem tanto cuidado com quem PREFERE esse tipo de jogo, o que acaba invariavelmente sendo frustrante. Mas, pelo menos, acertaram a mão na diversão de Black Ops III. Já é alguma coisa.