A história, que deveria ter sido publicada no gibi mensal Superman Confidential, nunca viu a luz do dia… até agora
No dia 30 de janeiro de 2019, a DC Comics vai lançar uma edição especialíssima dedicada ao Homem de Aço, um belíssimo calhamaço de 100 páginas não por acaso batizado de Superman 100-Page Super Spectacular — no caso, uma homenagem ao gibi DC 100 Page Super Spectacular, publicado pela editora entre 1971 e 1973. As quase vinte edições do original se focavam originalmente em republicações mas, com o passar do tempo, passaram a incluir algumas histórias inéditas.
Esta versão do Superman que chega em 2019 não apenas terá uma história original como vai tirar da gaveta do roteirista Marv Wolfman e do popular desenhista italiano Claudio Castellini uma trama em quatro partes escrita em 2006 e que deveria ter sido publicada até no máximo 2008. Mas, no fim, nunca aconteceu. Trata-se de Man And Superman, que o próprio Wolfman afirma, em seu Facebook, ser a melhor coisa que ele já escreveu na vida. “Ou se não for, está definitivamente no top 10”.
Pensa aí que tamos falando não apenas do cara que escreveu a fase clássica dos Novos Titãs, que inspira toda e qualquer versão do grupo desde então, mas também foi responsável por nada menos do que Crise nas Infinitas Terras, a série que colocou ordem na casa de uma DC Comics bagunçada depois de tantos mundos e realidades paralelos.
“Lá em 2006, eu queria escrever uma história em um estilo que fosse MUITO diferente do que os leitores esperavam de mim”, explica ele. “Eu também queria que cada edição tivesse ideias sobre o Superman que ninguém tinha visto antes. Quando acabei de escrever o capítulo 1, eu sabia (ou acreditava?) que tinha conseguido. Talvez mais ainda do que estava esperando. E pensando que talvez possa estar iludindo a mim mesmo, eu verdadeiramente acredito que a história foi ficando cada vez melhor”.
MAS EITA, seu Wolfman. Jogou a expectativa lá em Krypton, hein?
Man And Superman se passa nas semanas em que Clark sai de Smallville e vai pra Metrópolis pela primeira vez em toda a sua vida. O rapaz tá procurando não apenas um emprego, mas também pensando se ele pretende mesmo se tornar o Superman. Porque o filho da dona Martha e do seu Jonathan sabe que, a partir do momento em que colocar aquele uniforme, sua vida inteira e tudo que ele conhece vai mudar abruptamente... para sempre. E suas primeiras falhas quase fazem com que o mundo nunca tivesse a chance de ter o seu maior defensor.
A ideia é que o arco fosse publicado em Superman Confidential , gibi mensal com um time criativo rotativo que a DC publicou entre os anos de 2006 e 2008, cancelado após 14 edições. A ideia da revista era que suas histórias abordassem os primeiros anos da carreira do Supinho, tratando de primeiros encontros, alianças e confrontos; decisões que marcaram sua existência; e eventos que moldariam sua personalidade, tornando-o o herói que conhecemos hoje.
Vale lembrar que, nesta mesma época, pós-Crise Infinita, Kurt Busiek era o roteirista do gibi regular do personagem, ao lado de ninguém menos que Geoff Johns. A ideia é que Superman Confidential servisse justamente como complemento do trabalho que a dupla vinha fazendo, definindo Clark como alguém que já atuava como herói há mais de uma década, incluindo referências inéditas a respeito dos primeiros anos de vida do sujeito e reincorporando ícones antigos de sua mitologia.
Mas uma série de atrasos no cronograma, em parte causados pela impossibilidade de usar determinados elementos da vida do Escoteirão por conta da disputa judicial com as famílias de Joe Shuster e Jerry Siegel, fez com que os planos de reformulação não seguissem EXATAMENTE como eles queriam...
De qualquer maneira, Superman Confidential chegou a publicar quatro arcos completos de histórias, que hoje muito provavelmente já não podem ser considerados canônicos depois de todos os Novos 52 / Renascimento que a DC inventou de lá pra cá.
Em Kryptonite!, a dupla Darwyn Cooke e Tim Sale mostra o primeiro encontro do Superman com a pedra que é a sua maior fraqueza. Já Welcome to Mer-Tropolis, de Justin Gray e Jimmy Palmiotti, se foca na relação dele Lori Lemaris, sereia atlante que foi um de seus primeiros amores.
Pra encerrar, tivemos The Edge of Forever/Supertown/Anti-Life, na qual os roteiristas Andy Lanning & Dan Abnett contam com a arte de Chris Batista pra revelar como foi o primeiro encontro do Super com os Novos Deuses e Darkseid, e Signal To Noise, de B. Clay Moore e Phil Hester, que conta como ele e o supervilão Homem dos Brinquedos se conheceram, além de revelar como Jimmy Olsen ganhou o relógio sinalizador original para chamar o Superman sempre que estivesse em perigo.
Man And Superman deveria ter entrado aí em algum momento, mas acabou não rolando. E agora vai. Mas aí fica a pergunta: tamos falando de uma história dentro da atual cronologia oficial de Clark Kent ou algo que dá pra considerar um elseword?
A descobrir.
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