Ela cansou do rótulo de “mulher forte” para papéis femininos. E nós também.
Women in Motion é um projeto criado pela agência Kering em parceria com o Festival de Cannes. Desde 2015, durante o evento rolam conversas com mulheres relevantes no audiovisual e entrega de dois prêmios, um para uma figura feminina inspiradora e um para uma novata que esteja se destacando na indústria.
Nessa terça, 15, Emilia Clarke foi a convidada do dia. Falou um pouco sobre Han Solo: Uma História Star Wars, no qual interpreta Qi’Ra, destacando que veremos uma história no “submundo obscuro dos gângsters” do universo. Quando perguntada sobre a próxima e última temporada de Game of Thrones, abordou a saudade que sentirá de Daenerys Targaryen. “Sinto como se estivesse me preparando para sair de casa… é animador, triste e assustador, tudo ao mesmo tempo”, disse.
Ao entrar no assunto principal da entrevista, feminismo e os movimentos pela igualdade de gênero e denúncias contra agressores sexuais, Emilia falou sobre como o clima mudou muito na indústria – e como ainda há MUITO a ser feito. “É um problema que existe desde sempre, e mudá-lo do dia para a noite é algo impossível. Mas se continuarmos pressionando gentilmente e mantivermos o assunto com consistência, teremos uma abertura do diálogo cada vez maior ao invés de um movimento que some tão rápido quanto surgiu”.
Um dos comentários mais interessantes foi sobre a maneira que MUITOS repórteres falam sobre os papéis femininos – e sobre como isso a deixa puta da cara. “Me perguntam ‘como eu me sinto interpretando uma mulher forte’, e eu respondo ‘vou te dizer como é interpretar uma mulher, só isso, fim’. Que droga, encontrem um novo adjetivo!”, disse, de maneira ~enérgica. “Se uma mulher não é forte, o que ela é? Você está me dizendo que existe uma outra opção, a mulher fraca?”. E ainda deu uma boa sugestão: “Me perguntem sobre como é ser a protagonista de um filme ou sobre dar vida à uma mulher com muito poder. Isso me deixa frustrada, porque você não ouve sobre um ‘homem forte’, a não ser que seja fisicamente forte. Então, a não ser que eu tenha um muque sobre o qual eu não estou sabendo, por favor, mudem isso”.
Ouvir mulheres é o primeiro passo para criar novos hábitos que substituam os velhos costumes CHEIOS de machismo enraizado. Alguém eloquente como Emilia Clarke usar sua alta relevância para trazer atenção a esses detalhes é algo que realmente pode ajudar a facilitar as coisas um pouco. <3
Os eventos do Women In Motion continuam até o dia 19 de maio. Dá pra acompanhar as entrevistas ao vivo pela página da Kering no Facebook AND assistir à entrevista completa da Emilia Clarke apertando o play aí embaixo. ;)