A Experiência de uma Comic Con: quando eles caminham entre nós | JUDAO.com.br

Ou: o dia em que Jason Momoa deu um olé nos seguranças e fez a organização do evento perder os cabelos. ISSO é Comic Con.

Roteirista e organizador da Supernova Produções, um selo de quadrinhos independentes que aproveitava a Comic Con Experience para lançar a primeira edição de seu primeiro título, o santista Emílio Baraçal ainda estava começando o dia de trabalho.

Era sexta-feira, dia 5 de Dezembro, segundo dia de evento – e, como tinha presenciado o que tinha rolado no dia anterior, ele sabia o que estava por vir. Muita correria naquele Artists’ Alley, no qual dividia uma enorme mesa com outros tantos quadrinistas independentes.

Naquela sexta-feira, pouco mais de uma hora depois dos portões terem sido oficialmente abertos, lá por volta das 11h, eis que um rosto conhecido cruza os corredores do beco dos artistas. “Só percebi que alguém vinha por conta da galera vindo atrás”, nos contou Emílio, divertindo-se com a história. Segundo o quadrinista, ele só passou na frente, não chegou a parar. “Ele passou na frente das mesas, olhando as coisas. Ele não tinha nem como parar porque parecia um arrastão de tanta gente atrás dele. Se ele parasse, fodeu”.

MOMENTO COMIC CON: Jason Momoa no Artist's Alley (Foto: Thiago Borbolla / JUDAO.com.br)

MOMENTO COMIC CON: Jason Momoa no Artists’ Alley (Thiago Borbolla / JUDAO.com.br)

A pessoa em questão era ninguém menos do que Jason Momoa. O mais recente Conan. O futuro Aquaman dos cinemas. E o atual Khal Drogo de Game of Thrones, aquele que faz as meninas suspirarem e que faz os caras pensarem “tem como um sujeito ser mais legal do que ele?”. Assim mesmo, livre, leve e solto, seguido por dois seguranças, há uma distância de “uma menina agarrando sua bunda”.

De acordo com Baraçal, aliás, os seguranças e funcionários do evento estavam tentando alcançar o ator e estavam correndo pelo meio de galera para evitar que algo mais acontecesse. Afinal, o cara que estava oficialmente cobrando R$ 80 por autógrafo no espaço oficial, além de R$ 100 por foto, estava ali, despreocupado, se deixando fotografar e abordar como se nada de especial estivesse rolando (vamos ser honestos: não, de fato não era nada de especial mesmo. Este tipo de cena é absolutamente normal em uma Comic Con, incluindo a de San Diego. Vão se acostumando com a ideia).

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Hélio Oliveira (desenhista, à esquerda) e Carlos Eduardo Ferreira (arte-finalista, à direita). O do meio você sabe quem é. :)

O mais legal, todavia, viria depois. Hélio Oliveira (desenhista) e Carlos Eduardo Ferreira (arte-finalista), artistas da Supernova Produções, tinham feito um desenho original do Conan pra vender. Eles levaram prints e originais. Tinham peças originais, mais caras, à disposição lá na mesa. “Quando o Momoa passou pela nossa mesa, os dois tiveram a ideia de dar o original pra ele e correram pra alcançá-lo, só que ele já tinha entrado numa parte reservada, só dava pra ver ele de longe”, revela Baraçal.

Os dois queriam mesmo dar o original ao grandalhão (que é mesmo grandalhão), mas funcionários do evento não deixaram. Daí, eles procuraram o Ivan Freitas da Costa, da Chiaroscuro, um dos organizadores e grande colecionador de originais, que entenderia a coisa. Ele achou sensacional e disse: “Vou ver o que posso fazer”. Ivan então conseguiu ir até o Momoa e entregou a arte. “Quando o Momoa viu o desenho, parou tudo que tava fazendo, parou de falar com quem tava falando, pediu licença e disse: ‘Quem são os artistas?’. Apontaram para os dois e o Momoa foi até a dupla, daí encheu de gente pra tirar fotos. O Momoa tirou foto com os dois, elogiou a arte, agradeceu e voltou para onde estava”.

Mais um destes momentos que fazem uma Comic Con ser o que é. Mais do que belos estandes e a porra toda, é de coisas assim que uma Comic Con se torna, de fato, inesquecível. Boas memórias. É aquilo que se leva de mais valioso pra casa. :D

(Lá em cima, o Aquaman é o Pablo Peixoto, do Qu4tro Coisas! :D)