Grupo responsável pelo #SonyHack ameaça ataques no estilo 11 de Setembro em cinemas que exibirem A Entrevista, a partir do dia 25 de Dezembro
Pelo jeito, as discussões sobre ética e jornalismo que dominavam boa parte das histórias relacionadas aos vazamentos / hacking da Sony Pictures, escalaram rapidamente, mudando um tanto o foco das coisas.
Na tarde dessa terça-feira, 16, os tais “Guardians of the Peace” liberaram o que eles chamaram de “1o Presente de Natal”: mlynton.rar, um arquivo de 882MB relacionado diretamente a Michael Lynton, o CEO da Sony Pictures. Pelo nome do arquivo (e seguindo o padrão do que liberaram até agora), trata-se de mais e-mails com mais informações confidenciais.
O problema, porém, é que a história deixou de ser SÓ uma questão de relações públicas ou roubo de informações — que fez com que o primeiro processo movido por ex-funcionários chegasse a Culver City nesta terça — e se tornou terrorismo. Não se trata mais apenas da possibilidade de um “preço alto a ser pago” por ter assumido a bomba que seria lançar esse filme. Segundo o “GOP”, “em breve o mundo vai ver o que um filme horrível da Sony Pictures Entertainment fez”, relembrando os ataques de 11 de Setembro e recomendando a todos que fiquem longe de todos os cinemas que exibirem A Entrevista, inclusive a première. “Tudo o que acontecer nos próximos dias é um chamado da ganância da Sony Pictures Entertainment”.
Cuidado
Nós vamos mostrar claramente no momento e lugares em que A Entrevista for exibido, incluindo a premiere, quão azedo é o destino ao qual aqueles que buscam diversão no terror deveriam estar amaldiçoados.
Em breve todo o mundo verá o que um filme horrível da Sony Pictures Entertainment fez.
O mundo estará cheio de medo.
Lembre-se de 11 de Setembro de 2001.
Nós recomendamos que você fique longe dos lugares naquele momento.
(Se sua casa é próxima, é melhor ir embora.)
O que quer que aconteça nos próximos dias, é um chamado da ganância da Sony Pictures Entertainment.
O mundo inteiro irá condenar a SONY.
17 de Dezembro, 17h10 – A CNBC informa que cinemas de Detroit, Baltimore, Cincinnati e Austin também cancelaram exibições do filme que rolariam nesta sexta. “Decidimos, depois de cuidadosa consideração, não exibir ‘A Entrevista’ [...] como originalmente planejado”, informou Bow Tie Cinemas para a CNBC.
03h14 – O Deadline informa que o ArcLight Cinemas, rede de cinemas baseada em Hollywood (incluindo um que fica na famosa Sunset Boulevard), também resolveu não exibir o filme.
02h28 – A premiere de Nova York, que aconteceria nessa quinta-feira, foi cancelada.
00h33 – A rede de cinemas Carmike, responsável por 2917 salas em 41 estados dos EUA, cancelou as exibições do filme. De acordo com o Deadline, a Sony planeja lançar o filme normalmente, mas aceita que os cinemas desistam, depois das ameaças.
16 de Dezembro, 19h43 – O Departamento de Segurança Interna dos EUA (ou Department of Homeland Security, se preferir) disse ao Hollywood Reporter que “nós ainda estamos analisando a credibilidade dessas afirmações, mas no momento não há nada que indique um plano ativo contra cinemas dentro dos EUA”
18h29 – Segundo o BuzzFeed, que entrevistaria James Franco e Seth Rogen essa semana, todas as aparições na mídia dos dois foram canceladas. Até o momento, porém, tanto a participação deles quanto a premiere de NY, na quinta, estão confirmadas.A première do filme aconteceu na semana passada — e, apesar da presença da imprensa, qualquer pergunta ou entrevista foi proibida. Seth Rogen agradeceu a Amy Pascal por ter “bolas pra lançar esse filme” e disse que o único medo que tinha era o de repórteres o seguindo. Mas a junket para a imprensa, onde o JUDÃO entrevistaria o elenco do filme, em Los Angeles, foi cancelada (ou, pelo menos, adiada até segunda ordem. Ou terceira. Ou quarta), assim como a produção de filmes.
“O nível de sofisticação é extremamente alto e, podemos dizer... eles são organizados e certamente persistentes”, afirmou Joseph Demares, diretor assistente da divisão cibernética (!) do FBI. “Conversando com a Sony e, separadamente, com o provedor de segurança, o malware que foi usado teria passado por 90% das defesas de rede que existem hoje na indústria privada e teria desafiado até o Estado”.
Duvido muito que esse pessoal seja tão organizado a ponto de atacar fisicamente, na escala em que estão prometendo. Mas é chegado o momento de o FBI parar de investigar somente um crime cibernético. Cidadãos americanos foram diretamente ameaçados.
A discussões sobre a validade dessas informações pode e deve continuar, é claro. Há muita coisa que é, de fato, notícia, e outras tantas que são pura e simples fofoca. A questão é que agora não se trata mais apenas disso. Não é mais algo relacionado a uma empresa e o que pode acontecer com ela — ou o que ela quer que aconteça com a gente, como no caso, por exemplo, do tal do Projeto Golias (falaremos sobre isso em breve).
O bicho tá pegando.
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