Já jogamos o Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, que será lançado no Brasil em 24 de abril, e podemos afirmar: nele tudo funciona. E, pelo jeito, será só nele
A Copa do Mundo de futebol do Brasil está logo aí. Faltam menos de dois meses para o início, marcado para o dia 12 de junho. Momento então da EA lançar o game oficial Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, que traz todas as seleções, estádios e tudo mais do torneio. O lançamento está acontecendo hoje (15) na América do Norte. No Brasil, será no próximo dia 24 de abril.
O JUDÃO já pode conferir o game na versão para Xbox 360, participar de umas boas partidas e pode dizer: o game é tão bom que chega a superar a vida real. E como é triste perceber isso...
Calma, explico. É que o game reproduz com exatidão os 12 estádios da Copa. Arenas da Amazônia, da Baixada, Corinthians (chamada de “Arena São Paulo”), Pernambuco, Castelão, das Dunas, Fonte Nova, Pantanal e os estádios Beira-Rio, Maracanã, Mineirão e Mané Garrincha (chamado apenas “Estádio Nacional”, por conta das restrições da FIFA) estão lá lindos, perfeitos e acabados. Como sabemos, na vida real não é bem assim.
Faltando menos de dois meses para a Copa, alguns estádios não estão prontos. Já dá pra dizer que as versões virtuais do game serão, no final das contas, mais verídicas do que as da vida real, que devem sofrer mudanças para tudo dar tempo (no caso do estádio de São Paulo, por exemplo, falam que as coberturas laterais não devem ser feitas). A não ser que, sei lá, a EA lance uma atualização para encaixar um canteiro de obras no canto de algum desses estádios...
No final das contas, ver tudo isso, essa beleza, as Fan Fests (retratadas durante as partidas do game), as coisas funcionando... Transforma do Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 em um enorme retrato de uma oportunidade perdida. Infelizmente.
Já que falamos dos estádios e da beleza deles, bora falar dos gráficos. Na versão testada, é bem nítida a base no FIFA 14 e nas versões mais recentes, como não poderia deixar de ser. É visível que a já EA chegou ao máximo do poder do console e não dá mais para ir além. Até os bugs são os mesmos há algumas versões: personagens que somem da tela ao apertar um botão pra pular a animação, céu escuro que surge em um dia claro, papel picado que também some... Coisinhas bobas, rápidas e que você já deve até se acostumado. Mas elas continuam lá.
Além dos estádios da Copa, há alguns outros espalhados pelo mundo, como o Santiago Bernabeu, por exemplo, e outros genéricos. Eles podem ser usados sempre que você fizer uma partida amistosa ou das Eliminatórias, mas nunca durante uma partida de Copa do Mundo, mesmo que seja daquelas partidas rápidas.
Há também um grande cuidado com as feições dos jogadores mais famosos e badalados, que são as estrelas de uma Copa do Mundo. O mesmo não se repete tanto com os jogadores menos conhecidos. Ou seja, o de sempre.
Nos uniformes, os times da Copa acabaram com, no mínimo, quatro opções. Foram colocados os uniformes que serão usados no torneio, além do titular e reserva usados até recentemente. Além disso, os grandes times têm outros uniformes para serem desbloqueados, camisas clássicas e tal, o que é bem legal.
Sim, temos mesma mecânica já consagrada na série FIFA, principalmente no FIFA 14. A grande diferença é que a EA deu uma afrouxada na dificuldade. Não é nada assim tão aparente. É algo ligeiramente mais fácil aqui e ali, principalmente na hora de chutar em gol. Tudo feito para tentar agradar o jogador mais casual.
De resto, houveram algumas adições de funcionalidades, melhorias no drible, essas coisas. Nada que reinvente a roda ou coisa assim.
Os modos de jogo também são bem simples. O principal é, claro, o da Copa do Mundo. As 32 seleções classificadas apareceram já nas chaves e partidas sorteadas pela Fernanda Lima na vida real. Assim, é possível você pegar a nossa Seleção e curtir o caminho que o time provavelmente fará no torneio, incluindo os estádios. Agora, se você quiser surpresas, é possível embaralhar os times nos grupos.
Fora isso, claro, as surpresas causadas pela falta de critério do próprio jogo. Em uma Copa que joguei (e perdei), a Argentina fez a final contra a Colômbia. Sério.
Também há o modo Caminho da Copa do Mundo. Lá a história começa bem antes, nas Eliminatórias. Dá pra selecionar qualquer uma das 203 seleções nacionais que participaram desse processo e tentar levá-la ao Brasil. É tudo jogável e com a mesma tabela da vida real em todos os continentes, algo inédito em games da Copa. Outro campeonato que existe é o Caminho para o Rio de Janeiro, um torneio online que passa pelas 12 sedes aqui no Brasil.
Não há, obviamente, um modo carreira como nos últimos FIFA. Para compensar, foi introduzido um modo de jogo no qual você controla o jogador até ele se tornar o capitão da seleção, começando por partidas com o time B, chegando até a Copa do Mundo.
Ah, sim: os jogos rápidos estão lá. É só selecionar se você quer uma partida em caráter amistoso, eliminatórias ou da Copa e PRONTO!
Também dá pra jogar a própria Copa do Mundo online, além de ~rejogar momentos importantes das eliminatórias e tentar fazer a história ser ~diferente. Seria mais legal fazer isso com jogos históricos do que com recentes, mas ok...
Tá aqui um vídeo com os modos de jogo, pra você entender melhor:
Para narrar os jogos, temos mais uma vez a dupla Tiago Leifert e Caio Ribeiro. Depois de duas edições do FIFA com os dois, acho que todos vocês já sabem o que esperar. A narração está bem completa, com muitos call names nos times mais importantes. Também foram gravadas frases específicas para o torneio e os times. A narração flui bem, no final das contas.
Mas há também um excesso de pieguice nos comentários sobre os estádios. Ou puxação de saco, o que você preferir. “Ficou linda as aberturas atrás dos gols da Arena São Paulo, Tiagão”, diz o engenheiro Caio em algum momento. “A Arena da Amazônia vai fazer muito bem para o futebol de Manaus, que é bastante vencedor”, afirma o Leifert em outro momento, indo contra o senso comum de todos de que o estádio será um elefante branco.
Não precisava forçar a barra, né gente?
Uma das grandes reclamações sobre o game é que ele não chegou na nova geração. Há apenas versões para Xbox 360 e PlayStation 3. Por um lado, essas são realmente as plataformas mais difundidas. Por outro, teria sido legal ver os estádios brasileiros com gráficos ainda melhores e com a Ignite Engine. Nesse ponto, parece um lançamento inacabado. Como a nossa Copa.
Também seria mais interessante ter esse jogo como um DLC para o FIFA 14 do que algo à parte, da mesma forma que foi feito no game da última Eurocopa, em 2012. Mas esse sou eu querendo mudar os objetivos comerciais da EA, não é?
De qualquer forma, o Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 fica não só como uma oportunidade de se divertir e curtir um pouco mais da Copa, como também como um retrato para posteridade. Não do que foi, mas do que poderia ter sido.
E isso é uma pena.
O Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 será lançado no país da Copa no dia 24 de abril por R$ 199.
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