Vai, por favor, nunca te pedi nada…
Um recap bem rápido do mundo como conhecíamos em 2006: Corinthians era eliminado novamente pelo River Plate na Libertadores; Robert Downey Jr. era anunciado como Tony Stark no filme de um então obscuro personagem; e, enfim, Heroes fazia sucesso. Era algo novo, surgido na ressaca de X-Men: O Confronto Final, como se o público precisasse daquilo.
Hoje o Corinthians já ganhou Libertadores; você não consegue mais enxergar o Homem de Ferro sem imaginar o Segundinho por baixo daquela armadura e já o viu em seis filmes, com um sétimo virando a esquina; grupos de super-herois já dominam o cinema e a TV — Vingadores, Guardiões da Galáxia, Agents of SHIELD, Defensores, X-Men, Quarteto Fantástico, Legends of Tomorrow, Arrow / Flash, Esquadrão Suicida, Batman VS. Superman –; e ainda tem a tal de “fadiga de super-heróis”, um mimimi sem tamanho mas que, bom, muita gente comenta.
Estreia Heroes Reborn.
Não parecendo deslocada o suficiente por conta do timing, em que tudo o que pretende dizer já foi ou está sendo dito no exato momento em que eu escrevo e você lê isso aqui, esse primeiro episódio da minissérie (teoricamente, serão apenas e tão somente 13 capítulos) traz uma versão piorada daquilo que pretendia renascer. De um bebê, cheio de saúde e uma vida pela frente, o que temos é um zumbi, em decomposição, caminhando sem rumo por aí.
Nenhum dos personagens (novos, em sua maioria, ou os ~clássicos que por acaso estejam retornando, como o HRG) tem qualquer tipo de profundidade ou carisma. Não há nenhum trabalho de roteiro pra que a gente possa pelo menos saber quem são — e eles são muitos. Aparecem do nada, aparecem aos montes, especialmente na segunda hora do episódio, em que você já começa a se perguntar por que catzo que tá assistindo àquilo, enquanto tira foto pro Instagram, levanta pra ir no banheiro sem dar pause...
Heroes, a original, se arrastou por pelo menos três temporadas. Não consigo imaginar o que Tim Kring, o criador, e toda sua equipe possam ter dito pra convencer a NBC a bancar (pelo menos) mais 13 episódios. Se formos nos basear no que ele pode ter feito, não dá nem pra aceitar.
“Quando você olha pra trás, pras coisas que você fez, as decisões que tomou, a última coisa que você quer sentir é arrependimento”, diz o pai da Cheerleader ainda no começo da episódio de estreia. Já entendemos que ninguém se arrepende do que fez com a série original. Mas seria o caso de pensar com mais calma com esse renascimento, né?
Que pelo menos, depois dessa, o pessoal aceite de uma vez por todas que Heroes morreu junto com Nathan Petrelli.
Pra não concorrer com Mulan, Bill & Ted 3 vai estrear em VOD mais cedo: 28 de Agosto! https://t.co/Bu3VBYYW8X