HQs pra ler DEPOIS de ver Vingadores: Guerra Infinita | JUDAO.com.br

Gibis que, de alguma forma, inspiraram o que você viu no cinema ou que se relacionam com o que foi contado no filme. Um guia pra você que não sabe por onde começar a ler as HQs do herói. :)

SPOILER! Você já sabe: estreia um filme baseado em histórias em quadrinhos, lá vem a gente fazendo aquela lista de HQs pra ler DEPOIS que você assistir, pesquisando em décadas de cronologia o que é que pode ter inspirado os roteiristas e o diretor, além de algumas outras que ajudam a entender melhor algo ou alguém.

Com a estreia de Vingadores: Guerra Infinita, não apenas se misturam um monte de heróis na telona, mas também um monte de histórias e referências diferentes, como era de se imaginar — não é só Thanos e Joias do Infinito, obviamente. Então, tentamos dissecar ao máximo diversas opções de leitura para você que se interessou por este ou aquele aspecto específico da história.

Aliás, aproveitando que a gente tá aqui, vamos relembrar as HQs que valem muito ser lidas depois de outros filmes do MCU, como Pantera Negra, Thor: Ragnarok, Homem-Aranha: De Volta ao Lar, Doutor Estranho Capitão América: Guerra Civil e, por que não?, Homem-Formiga. CASO você nunca tenha lido nada e chegou agora empolgadaça com tudo...

Divirta-se!

Desafio Infinito

Essa era meio óbvia, vá? Apesar da sua continuação se chamar Guerra Infinita, não é de lá que veio o CERNE da história, mas daqui – quando Thanos, pelas mãos de seu criador Jim Starlin e com o traço inconfundível de Ron Lim e do mestre George Pérez, reúne pela segunda vez as Joias do Infinito. Mas se, da primeira vez, ele dissipou suas essências dentro de uma única Joia sintética gigante, sendo detido a tempo antes de poder usar seu poder (viram o que eu fiz aqui?), agora ele cria a Manopla do Infinito como conhecemos e encara a fúria dos principais personagens do Universo Marvel em algum lugar perdido no tempo/espaço.

Conforme a gente te explicou neste texto aqui, a motivação do Thanos dos gibis é bem diferente da que ele tem nos cinemas. E, sim, ele também estala os dedos e acaba com metade da população do universo, assim, sem mais nem menos. Mas faz isso devidamente bajulado por Mefisto (a representação do Diabo nos gibis da editora), pra impressionar sua amada,: a Morte. Aquela mesma, tipo a dos gibis da Turma da Mônica, só que sem a foice e com muito menos diálogos. E que parece, aliás, pouco impressionada até que Adam Warlock, legítimo portador da Joia da Alma, pinta na parada e se torna uma ameaça real ao poder divino do Titã Maluco.

Sabe a cena do Hulk aterrisando no Sanctum Sanctorum do Doutor Estranho, pra avisar da chegada de Thanos? Pois é. A sequência é idêntica à desta HQ, trocando apenas o Golias Verde pelo Surfista Prateado, personagem fundamental na trama, que no entanto balbucia a mesma coisa que Bruce Banner para o Mago Supremo da Terra: “Thanos está vindo”.

Por causa do filme, a minissérie ACABA de ser relançada no Brasil, completinha, em um encadernado pela Panini Comics.

Os Filhos de Thanos

O time de capangas do Thanos no filme é coisa recente nos quadrinhos da editora. Eles pintaram como suporte para o vilão, em uma nova busca pelas Joias, dentro do crossover Infinito, cortesia do roteirista Jonathan Hickman – e vieram buscar justamente na Terra, já que os artefatos de poder estavam divididos nas mãos de cada um dos Illuminati, o grupo secreto formado por alguns dos seres mais poderosos e influentes da sociedade dos super-heróis do nosso planetinha (Pantera Negra, Homem de Ferro, Senhor Fantástico, Professor Xavier, Raio Negro, Namor e por aí vai).

Originalmente chamados de Ordem Negra ou Seletores Obsidianos (Cull Obsidian), eles eram formados por Estrela Negra, Corvus Glaive, Fauce de Ébano, Proxima Meia-Noite e ainda pela Supergigante, que não dão as caras no cinema. Mas quando os quatro foram anunciados pela Marvel na D23 do ano passado, o gigantesco Estrela Negra foi rebatizado com o antigo nome do grupo, Cull Obsidian. E a Ordem Negra virou... Filhos de Thanos. Perceba aí que a Marvel, digamos, ficou com um pouco de medo de usar o adjetivo “Black”, não é mesmo?

A aparição dos cinco pode ser vista no encadernado Novos Vingadores: Infinito, publicado por aqui pela Panini em Abril de 2017.

Thanos e Hulk saindo na porrada

O quebra-pau entre o Titã Roxo e o Golias Esmeralda pode durar pouco, mas chega a empolgar no começo do filme, mostrando que Thanos não precisa de uma luva cheia de joias pra meter o louco em alguém que queira cruzar o seu caminho olhando torto. Também recentemente, como parte de seu retorno ao personagem na Marvel, Jim Starlin conduziu uma minissérie colocando os grandalhões cara a cara e cujo título é simples e direto ao ponto: Thanos vs Hulk. Preparem seus punhos, senhores.

Na história, vemos o retorno do troll Pip, antigo parça de Adam Warlock na chamada Guarda do Infinito, grupo que protegia as Joias depois que Thanos foi derrotado. O ponto é que Annihilus / Aniquilador, a entidade cósmica que domina a Zona Negativa, e Blastaar, o vilão explosivo também ORIUNDO da Zona Negativa, têm algo que Pip precisa. Assim, MUITO. Mas a dupla só aceita entregar a ele se tiver em suas mãos um certo Bruce Banner, cujo brilhantismo científico e força bruta sem igual podem ajudar a derrotar Thanos. Troca feita, a cacetada mútua entre gigantes tá prestes a começar.

A minissérie Thanos vs. Hulk foi publicada por aqui dentro da revista Universo Marvel, nas edições 9 e 10, de Julho e Agosto de 2017.

Stephen Strange encontra Tony Stark

Como a gente bem esperava, rola uma química interessante, depois da óbvia troca de faíscas, entre os dois Sherlocks da Marvel – o Tony Stark de Robert Downey Jr e o Stephen Strange do Benedict Cumberbatch. Pode-se dizer que o primeiro encontro “oficial” entre eles rolou durante a saga Avengers/Defenders War, na qual o roteirista Steve Englehart colocou os Maiores Heróis da Terra contra o grupo formado por Estranho, Hulk e Namor, todos devidamente manipulados por um combo de Loki e Dormammu.

Mas não é esta história que a gente vai te sugerir aqui. Nada disso.

Na verdade, vamos adiantar a viagem no tempo para uma fase atual do Ferroso, aquela escrita recentemente por Brian Michael Bendis. Lá no comecinho, quando Tony ainda estava tentando entender não apenas qual era a do retorno da Madame Máscara mas também, principalmente, o que estaria por trás da “reabilitação” de Victor Von Doom, outrora o Doutor Destino. Porque é nesta história que se estabelece uma relação divertida e inesperada entre os dois, quando Tony proclama aos quatro cantos que eles são “Awesome Facial Hair Bros!”, pedindo um HIGH FIVE para a vergonha do místico.

Simplesmente genial. E bem-humorado como a Marvel SEMPRE foi nos gibis e não apenas nos cinemas (cof, cof, cof). Aqui no Brasil, esta história saiu em Janeiro de 2017, na edição 2 da revista Homem de Ferro, da Panini.

A nova armadura do Homem de Ferro

É, a gente sabe que o Borbs, um declarado ENTUSIASTA do Latinha dos cinemas, não gostou desta armadura nanotecnológica do Tony em Guerra Infinita. Mas que a coisa tem raizes nos gibis, ah, isso tem. Tudo começou, na real, em 2006, quando o Homem de Ferro encarava a ameaça do virus Extremis, aquela arma tecnobiológica que também tivemos a chance de ver o filme Homem de Ferro 3.

Para enfrentar a dita cuja, o cientista-herói resolve mergulhar de cabeça e usa o Extremis em si mesmo, fazendo com que sua armadura passe LITERALMENTE a fazer parte dele, escondida dentro de sua medula óssea e podendo ser ativada à sua inteira vontade. Ele só precisaria, então, convocar o restante das placas externas pra conectar o uniforme.

Anos depois, em 2010, já na fase da Stark Resiliente, uma nova empresa de Tony com foco em soluções para melhorar o mundo, deixando total e completamente de lado seu passado como produtor de armas, ele refina o conceito e cria uma roupa que fica inteiramente dentro de seu corpo. Nascia aí a armadura modelo 37, também chamada de Bleeding Edge.

A saga completa da Extremis está em Homem de Ferro: Extremis, com roteiro de Warren Ellis e a arte lindíssima de Adi Granov, um daqueles encadernados da Salvat. Já a edição definitiva da armadura nanotecnológica apareceria em Homem de Ferro & Thor edição 14, da Panini, publicada em Junho de 2011.

O Aranha de Ferro

Não, a gente não errou de filme. Mas, tal qual acontece no filme e na divisão entre #TeamStark e #TeamCap, o Homem-Aranha fica do lado de Tony nos quadrinhos durante a Guerra Civil – ainda que, mais pro final da trama, se arrependa da decisão. Só que, mesmo adulto, Peter também enxerga no Homem de Ferro uma espécie de mentor. Ou melhor, no gibi é mais ou menos um “eu poderia ter crescido pra ser este cara, não?”.

Como uma espécie de recompensa por sua lealdade em favor da Lei de Registro dos Super-Heróis, depois inclusive que Parker vêm a público revelar sua identidade secreta (o que depois também foi desfeito graças a um estalar de dedos demoníaco, longa história), Stark entrega ao pupilo a armadura do Aranha de Ferro.

Basicamente, é uma roupa vermelha e dourada, tal qual a armadura do Ferroso, igualmente cheia de traquitanas tecnológicas e com aquelas “patas” adicionais, tudo pra substituir o tradicional uniforme azul e vermelho do Cabeça de Teia. A roupa de Peter no filme, que tinha sido apenas apresentada no finalzinho de Homem-Aranha: De Volta ao Lar, tem exatamente a mesma ideia.

Em agosto de 2010, a Panini lançou um encadernado com a série completa – e que traz, vejam vocês, o Aranha de Ferro bem na capa da parada.

Thor e os Guardiões da Galáxia

O primeiro encontro entre o Deus do Trovão e os Guardiões da Galáxia não rolou nas HQs da mesma forma que no cinema. Na real, no anual número 6 do personagem, publicado em 1977, Thor nem sequer encontra inicialmente ESTA formação dos Guardiões, mas sim os Guardiões originais, aqueles mesmos que se reúnem, depois da morte de Yondu, no final do Volume 2 dos cinemas.

Na história escrita por Roger Stern & Len Wein e com arte de Sam Buscema, batizada de Thunder in the 31st Century, Thor acidentalmente viaja no tempo e vai parar no século 31. Lá, ele é convocado a ajudar os Guardiões a lutar contra a ameaça de um tal Korvac, que quer tornar o sol em uma supernova e mandar a gente pra casa do chapéu. Queimando, no caso.

Estamos falando basicamente de um ser humano, especialista em computadores, que num futuro alternativo trai a raça humana e ajuda a espécie alien dos Badoon.

Então, ele assume um corpo cyborg – mas, ANOS depois, ele consegue um poder cósmico superior e resolve que vai “reformular” a Terra, transformando-a numa utopia. E é aí que começa um dos momentos mais icônicas da história dos Vingadores, a chamada Saga de Korvac. Aliás, ela pode ser lida na íntegra, incluindo o encontro inaugural entre Thor e os Guardiões, no número 39 da série de graphic novels da Marvel publicadas pela Salvat.

O surgimento do Rompe-Tormentas

Quando falamos aqui do novo martelo do Thor, a gente te contou que o nome veio da arma criada para o alienígena Bill Raio Beta, aquele que cruzou o caminho do Deus do Trovão e, quando o derrotou, inesperadamente conseguiu erguer o Mjolnir, aquele só para os dignos.

Depois de uma luta no mundo incandescente de Skartheim, novamente vencida por Bill mas com uma ajudinha de Odin, que queria ensinar uma lição de humildade ao filhote loirão, o Pai de Todos decide recompensar Bill com o seu próprio Mjolnir. No caso, um novo martelo. Então, eles buscam a assistência de Eitri e sua trupe de ferreiros, em Nidavellir, o reino dos anões. E surge o Rompe-Tormentas, feito do mesmo metal Uru que é a base do martelo de Thor – e que, portanto, só pode ser aquecido com o calor de uma estrela. Te lembra algo? ;)

Publicada originalmente lá fora em Thor #339, a história saiu por aqui recentemente em Thor: O Último Viking, o encadernado de número 5 da coleção da Salvat.

A origem da Gamora

Embora Guerra Infinita seja um filme praticamente protagonizado por Thanos, uma parte importante dele gira em torno da Gamora e seu passado como “filha” do Titã Louco. Sua primeira aparição, na edição 180 de Strange Tales (1975), saiu recentemente no Brasil em Warlock: Parte Um, dentro da coleção de encadernados da Salvat, mas este talvez não seja exatamente o gibi que melhor mostra o relacionamento dela com Thanos.

Na verdade, a gente sugere bem mais a leitura do número 9 da revista Warlock and the Infinity Watch, ainda inédito por aqui, no qual Gamora é usada, contra sua vontade, por Galactus para tentar curar o ser cósmico que sustenta toda a realidade e atende pelo nome de Eternidade, que está em estado catatônico.

Aí, ela começa a se lembrar de seu passado com o “paizão”, em especial um momento em que, no território de Tartoonla #7, desobedeceu a ordem de ficar na nave e saiu pra explorar a cidade-porto, sendo então atacada por uma gangue local. Sofrendo “abusos nunca imaginados”, considerados “uma ofensa ao corpo e espírito”, ela acorda pra descobrir que Thanos dizimou os atacantes e ajudou a reconstruir partes de seu corpo com implantes cibernéticos.

Como você já vai ter que procurar esta leitura por outras vias mesmo, vale ir atrás também de Gamora: Guardian of The Galaxy, edição especial de 2016 que reúne alguns dos momentos mais interessantes da vida daquela que é considerada a mulher mais letal da galáxia.

Capitão América aka Nômade

O Steve Rogers que vemos em Guerra Infinita é alguém caçado pelo governo dos EUA depois dos eventos de Guerra Civil – porque, além de se recusar a assinar a Lei de Registro, ele ainda liberta um grupo de outros “criminosos procurados”. Percebam que ele abandonou o uniforme e a identidade de Capitão América, evitando os ícones que lembram o uniforme das estrelas e listras e deixando de lado até o escudo.

Isso já aconteceu nos gibis também, de alguma forma. Em Captain America #180, de Steve Englehart e Sam Buscema, publicada em 1974, o Cap fica putaço com o governo americano ao descobrir que um alto oficial da Casa Branca – muito possivelmente, o próprio presidente – é o líder da organização terrorista Império Secreto. Mas ele não quer abandonar as atividades heroicas. E aí cria um novo uniforme e uma nova identidade: Nômade.

Um homem sem uma nação, basicamente.

A roupa é horrorosa, a gente sabe. Mas juramos que a história é boa. Aliás, a história original do Nômade (identidade que, anos mais tarde, seria adotada por outros personagens secundários relacionados ao Capitão) pode ser lida em Capitão América n° 11, da Bloch, publicada aqui no Brasil em 1975.

A Invasão de Wakanda

Também no encadernado Novos Vingadores: Infinito, aquele publicado por aqui pela Panini em Abril de 2017, podemos ver a Ordem Negra invadindo Wakanda. E conseguindo, pela primeira vez em sua história, derrubar a Cidade Dourada, capital da nação do Pantera Negra.

Na verdade, no primeiro ataque, liderado pelo Estrela Negra sozinho, booooom, os ETs não foram páreo pras tropas wakandanas, que mostraram a que vieram. Mas, em retaliação à guerra entre Wakanda e Atlântida, Namor diz para Proxima Meia-Noite que uma das Joias que Thanos procura está mesmo na nação dos Panteras – e Thanos então pede que sua equipe ataque com força total. Corvus joga seus soldados, em ondas suicidas, para abrir um passagem nos muros energeticamente fortificados da cidade, e é quando Proxima consegue entrar.

Em meio à crise dos fenômenos de incursão, que depois dariam origem às Guerras Secretas que viraram o multiverso Marvel do avesso, Shuri decide ficar para trás, como última linha de defesa. E acaba morrendo nas mãos da Proxima.

Parte desta história já tinha sido até mencionada pela gente na lista de HQs pra ler depois de ver o filme do Pantera Negra. Click aqui e relembre.

E a Capitã Marvel?

Pois é, na única cena pós-créditos, o símbolo que aparece no pager (?) que Nick Fury usa para mandar sua mensagem de socorro antes de se desintegrar é mesmo aquele que Carol Danvers carrega no peito.

A primeira aparição de Carol como super-heróina, ainda como Miss Marvel, foi em 1977 – e tanto esta história original quanto algumas das mais recentes, já no papel de Capitã Marvel, podem ser vistas no número 60 da coleção de encadernados vermelhos Os Heróis Mais Poderosos da Marvel.

Vale demais ver como uma mera coadjuvante feminina dos gibis do Capitão Marvel, uma integrante da Força Aérea que servia apenas como parte de um triângulo amoroso para a identidade secreta do camarada, ganhou seus próprios superpoderes, evoluiu e, depois da morte do original, assumiu o seu posto de “Capitão”, tornando-se uma das heroínas mais importantes da Casa das Ideias.

Mas isso é só um aperitivo pra quem ficou curioso, porque é CLARO que, no ano que vem, a personagem vai ganhar uma listinha destas só pra ela... ;)