Jonathan Hickman anuncia a primeira leva de seu novo universo mutante na Marvel | JUDAO.com.br

A primeira fase dos novos títulos que prometem ser a RENASCENÇA dos X-Men no atual cenário da editora mistura heróis e vilões clássicos em formações que prometem bastante — a sensação é mais de arrumar a casa do que reinventar a roda, na real

Enquanto no Hall H da San Diego Comic-Con tivemos um Kevin Feige dando uma ~palhinha do futuro da Marvel nos cinemas e dizendo a palavra “mutantes” pra provocar a plateia, deixando claro que eles já estão, sim, de olho nas propriedades X cujos direitos retornaram ao lar pós-compra da Fox, em outro canto, outro arquiteto de universos teve a chance de dar mais detalhes sobre o que vai acontecer com os tais mutantes nas HQs — e que pode, tal qual aconteceu com o Universo Ultimate na fundação do MCU, ajudar a dar um direcionamento de como vai ser a reestreia cinematográfica dos pupilos de Charles Xavier.

Tudo começou com dois novos gibis, House of X e Powers of X, que serão lançados entre esta semana e a próxima, ambos cruzando passado e presente dos mutantes, ambos escritos por Jonathan Hickman, o fanático por organização e cronologia que a Marvel trouxe de volta para as suas fileiras justamente para ser o grande coordenador desta nova era dos Filhos do Átomo. Cada uma destas revistas, de curta duração, está prevista para ter seis edições. Justamente porque, aí sim, em outubro teremos uma nova espécie de linha editorial, Dawn of X, supervisionada pessoalmente por Hickman para garantir que X-Men e companhia retomem o papel de destaque que tiveram um dia na Marvel. E foi justamente pra anunciar o que diabos vai acontecer durante esta Era do X que o autor esteve, também no sábado dia 20, como destaque do painel Marvel’s Next Big Thing.

Não precisa saber juntar 2 + 2 pra sacar que enquanto os Vingadores se tornaram a bola da vez da Marvel igualmente nos gibis na última década, os X-Men — que nos anos 1990 eram o maior sucesso da editora –, foram sucateados e escanteados. Passando por uma série de decisões questionáveis, os pobres coitados ficaram de fora da maior parte dos grandes crossovers supremos da editora, tornando-se coadjuvantes bem à parte da cronologia da Marvel. A ideia desta nova Era, conforme todo mundo passou a vender a partir de agora, é levar os X-Men a um “novo mundo de possibilidades... e as coisas não poderiam estar melhores”.

“House of X e Powers of X existem para pavimentar o caminho de um novo mundo de histórias dos X-Men para os anos que à frente... e os títulos de Dawn of X são a promessa de que este mundo está mesmo vindo à vida”, afirmou o editor sênior dos gibis mutantes, Jordan D. White. “Eles são o começo de uma nova era que vai mudar o jeito que pensamos os X-Men e os tipos de histórias que contamos com eles. Tudo começa aqui”. O tal do aqui, no caso, parte de seis novos gibis. E a formação dos equipes já dá uma palhinha do que podemos esperar de status quo dos mutantes nesta nova fase.

Teremos, por exemplo, uma nova formação do Excalibur, cortesia de Tini Howard nos roteiros e Marcus To na arte. Tal qual rolava com a equipe em encarnações passadas, a ideia deste time é estabelecer relações entre os mutantes e a magia nos mundos (isso mesmo, no plural) ao nosso redor. Para isso, a nova Capitã Britânia — no caso, ninguém menos do que Betsy Braddock, irmã do Britânia original e que deve se separar de vez da ninja japonesa Kwannon, com quem se fundiu para formar a Psylocke — vai navegar pelo caos ao lado de Vampira, Gambit, Jubileu, Rictor e... Apocalypse. EITA???? Calma que você não viu nada, amigo.

Aí rola um novo retorno, desta vez do X-Force, escrito por Benjamin Percy e desenhado por Joshua Cassara. E o slogan do gibi já mostra um igual retorno ao motivo deste time existir lá em sua essência: “o custo do futuro não é barato”. Pois é, a Força X permanece sendo a equipe que tem que sujar as mãos e fazer o que os seus porta-vozes não podem ser vistos fazendo.

É meio que a CIA dos mutantes, uma mistura de equipe de inteligência e operações especiais. E dividida em dois: do lado do time de inteligência, temos o Fera, a renascida Jean Grey e a Sábia (a imagem de divulgação mostra ainda o Black Tom Cassidy, embora ele não esteja listado na sinopse oficial). Já do outro lado, da galera que coloca a mão na massa, temos o Wolverine (claaaaaro), a Domino e o jovem Quentin Quire, que atende pelo nome de Kid Ômega — da mesma forma, o primeiro desenho traz o Colossus do lado deste time todo aí.

Para complementar os retornos, habemus um dos mais bacanas e aguardados: os Novos Mutantes, inicialmente escritos pelo próprio Hickman mas que depois ficam inteiramente na mão de Ed Brisson, enquanto a arte é do nosso brasileiro e Broder, Rod Reis.

Entre vivos e ressuscitados, a molecada (?) reúne sua formação clássica — Mancha Solar, Lupina, Miragem, Karma, Magia e Cifra — com dois recém-chegados: Câmara e Mondo. E a primeira missão deles, em busca de integrantes desaparecidos, vai ser no espaço, ao lado dos piratas especiais Starjammers.

Aí, duas estreias... Ou, bom, quase isso. A primeira faz uso de um nome que causava terror aos mutantes, mas que agora age sob um objetivo completamente diferente: Marauders, que em português viraram “Carrascos”, o time de mutantes caçando mutantes sob as ordens do Senhor Sinistro na saga Massacre de Mutantes. Mas neste caso, faz mais sentido a tradução mais literal da palavra em inglês, que seria “Saqueadores”, já que estamos falando de uma equipe de mutantes quase piratas mesmo, a bordo de um navio e tudo.

Sob roteiro de Gerry Duggan e com arte de Matteo Lolli, aí teremos um time que viaja, com liderança de Kitty Pryde (e seu fiel escudeiro, o pequeno dragão Lockheed, óbvio) e custeado por Emma Frost, para lutar contra a opressão dos humanos contra os mutantes mesmo numa nova era deste relacionamento entre as duas raças. O time é completado por Tempestade, Pyro, Bishop e Homem de Gelo.

Aí temos um novo nome: Fallen Angels. Sabe este tal “paraíso” mutante na Terra? Este ao qual ainda seremos apresentados? Pois é, já saiba que nem todo mundo se sente à vontade nele. É o caso da Psylocke — ou, no caso, Kwannon, a ninja que agora está de volta ao seu próprio corpo. E quando um inesperado rosto de seu passado ressurge apenas para ser assassinado, ela parte numa jornada de vingança ao lado de outras pessoas que se sentem deslocadas, como a X-23 e o Kid Cable — no caso, a versão mais jovem do filho de Scott Summers vinda do futuro pra levar os cinco jovens X-Men originais de volta ao seu tempo.

Mas, apesar do título, nada de Anjo ou Arcanjo por aqui. Pelo menos por enquanto. Roteiro de Bryan Edward Hill e arte de Szymon Kudranski.

Pra completar, claaaaaaaaaaaro, temos um gibi chamado X-Men, ora bolas, a equipe principal, escrita pelo Hickman em pessoa e com a bela arte de Leinil Francis Yu. E esta equipe foi selecionada a dedo por seu líder, Scott Summers, aka Ciclope, de uniforme novo e tudo. Mas pela imagem abaixo, a gente saca que, à exceção do Wolverine, parece que o pupilo favorito do Professor Xavier apelou pro nepotismo: Corsário (pai), Destrutor (irmão), Cable (filho vindo do futuro), Rachel Summers (filha vinda do futuro), Jean Grey (ex-esposa) e até o Vulcano (Gabriel Summers, irmão que outrora foi vilão). Ainda bem que Logan e Scott fizeram as pazes, não é mesmo?

“Não vou escrever o Ciclope como uma extensão do Professor Xavier nesta pegada Moisés”, afirmou Hickman, já no domingo (21), durante outro painel do qual participou. “Ele será mais como um filho de Moisés: o guardião da segunda geração do sonho, que atinge os objetivos de maneira mais eficiente que seu mentor”. Além disso, ele garantiu que a cantora Cristal deve aparecer em algum momento e que, sim, um dos personagens favoritos dos fãs, o Noturno, está integralmente em seus planos. Mas você deve ter reparado, claro, numa coisa: a enorme quantidade de vilões mutantes trabalhando ao lado dos heróis. Então. ALGO deve acontecer para causar esta movimentação em massa...

Hickman ainda revelou que sua única regra para os roteiristas que vão trabalhar sob sua tutela é: nada de criar novos personagens. “Não tem necessidade, quando temos centenas de personagens que não estão sendo bem utilizados de maneira que deixe todos felizes”.

Tudo indica que NOVOS TÍTULOS serão anunciados em breve. A ver. :)