Legacy é a palavra-chave da Marvel após Secret Empire | JUDAO.com.br

Casa das Ideias aproveitou a C2E2 para divulgar alguns detalhes do que rolará após o fim de Secret Empire

No momento, o grande vilão da Marvel Comics é o Capitão América. Mas, e depois, o que vem? A editora aproveitou o painel Next Big Thing, que rolou na C2E2 neste fim de semana, para divulgar o que é Marvel Legacy, o relançamento (...) que eles estão preparando pra começar em Setembro.

Basicamente, a editora vai voltar algumas casas nesse jogo editorial norte-americano. Se desde o ano passado os gibis deles estão revelando um lado soturno do mundo – um eco da realidade que vemos todos os dias – o foco mudará para esperança, diversão e coisas assim. Tudo começará com Marvel Legacy #1, um especial de 50 páginas escrito por Jason Aaron e desenhado por Esad Ribic no outono do hemisfério norte, ou seja, lá por setembro ou outubro.

O tal especial já está sendo descrito como o “ponto de entrada ideal para novos leitores”, numa tentativa de capturar os novatinhos ou aqueles que ficaram perdidos com os relançamentos que vieram antes. E, como já fizeram questão de deixar claro, a diversidade vai continuar – com personagens como a Garota-Esquilo, Capitã Marvel, America Chavez, Ironheart, Miss Marvel e outros.

“A história funciona como um preview do que está por vir. Está cheia de viradas, surpresas, easter eggs e, vamos dizer, uma revelação de última página que provavelmente irá quebrar a internet”, disse Axel Alonso para a ABC News. “É um grande momento, algo que nos perguntam o tempo todo. Nós vamos finalmente responder essa pergunta”.

De acordo com o Bleeding Cool, essa revelação seria o retorno do Quarteto Fantástico. Faria sentido.

“A iniciativa Marvel Legacy é a celebração do que faz a Marvel a melhor em ficção, e isso é o significado de uma nova era da Marvel Comics”, disse Joe Quesada, CCO da Marvel. Além disso, como parte do relançamentos, os títulos principais da editora vão retornar para a numeração original – algo que a DC fez recentemente como parte do Rebirth e que a própria Casa das Ideias fez em meados da década passada.

A editora também quer retornar com aquelas artes nos cantos das capas, que faziam sucesso até o começo dos anos 1990 e que perderam sentido com o fim das vendas em banca – mas que ainda tem um lugar no coração dos fãs tradicionais. Falam também do retorno dos Marvel Value Stamps, selos dos heróis da editora publicados em meados dos anos 1970 e que eram recortados dos próprios gibis. As crianças adoravam – mas são motivo de ódio dos colecionadores até hoje. Devem reviver também o fanzine FOOM (Friends of Ol’ Marvel), que durou 22 edições trimestrais na mesma década.

No papel, parece que a Marvel quer se reconciliar com os fãs tradicionais – que ainda possuem um peso no mercado porque uma parte deles é, hoje, dona das comic shops. Por outro lado, não vão acabar com os personagens introduzidos recentemente, além de dar um belo tempo em grandes sagas e relançamentos. Parece o melhor dos mundos – inclusive com a frase repetida algumas vezes pelo Axel Alonso, “o mundo para fora da sua janela”, surgindo em um dos teasers. Que não seja, por de baixo dos panos, um descolamento da realidade após os acontecimentos de Secret Empire só porque estão pedindo.

É como disse o Alan Moore: “Nos últimos tempos, eu acho que artistas e roteiristas se deixaram levar pelo fluxo. Eles aceitaram a crença prevalente que arte e escrita são meramente formas de entretenimento. Elas não são vistas como forças transformadores que podem mudar o ser humano; que podem mudar a sociedade. São vistas apenas como simples entretenimento; coisas que podem preencher 20 minutos, meia hora, enquanto estamos esperando para morrer. Não é o trabalho do artista dar para a audiência o que a audiência quer. Se a audiência soubesse o que quer, eles não seriam a audiência. Eles seriam os artistas. O trabalho do artista é dar o que a audiência precisa”.

Quesada, Alonso, Marvel, continuem sendo artistas. É esse o maior LEGADO que vocês podem deixar.