O novo Homem de Aço do Universo DC tem sua origem nas páginas de Justice League #52 – e há um futuro interessante pela frente
Uma das grandes novidades (e polêmicas) do Rebirth da DC foi o novo posto de Lex Luthor. O antigo ANTAGONISTA do Superman apareceu no relançamento da editora com uma nova armadura e, no peito, um enorme S. Agora, ele será o protetor de Metrópolis após a morte do Superman e estrelará nada mais, nada menos que a icônica revista Action Comics.
Porém, como ele chega lá?
A história com a finalização dessa mudança do Luthor foi publicada na semana passada, em Justice League #52. Porém, ela começa muito antes. É no crossover Forever Evil que o roteirista (e CCO da DC) Geoff Johns deixa de lado a versão do vilão criada por Grant Morrison no reboot de 2011 para acrescentar detalhes que lembravam mais as versões pré-Crise nas Infinitas Terras e dos anos 2000. Um cientista, rico, poderoso, que tem papel importante na derrota da Sociedade do Crime da América vinda da nova Terra 3. Ato que o coloca como um dos integrantes da Liga da Justiça e protetor da Terra.
Depois veio Darkseid War. Uma grande saga que enfiou a Liga da Justiça em uma batalha envolvendo o senhor de Apokolips, o Anti-Monitor e Grail, a filha de Darkseid com uma amazona. No meio da história, Luthor assumiu os poderes do Efeito Ômega e, após a morte de Darkseid, tomou o comando do planeta do antigo déspota. Como “prêmio”, recebeu o S famoso para completar a armadura.
Uma morte com hora marcada, causada pelos próprios efeitos de Darkseid War no Homem de Aço. Uma morte que, de certa forma, mexe com Lex Luthor.
Por isso, o antigo vilão retorna para a Terra exatamente em Justice League #52, uma revista que era pra ter saído há meses, mas que foi vítima do atraso de Geoff Johns com as mudanças no Rebirth, com as responsabilidades na TV e no cinema e, claro, com a própria Darkseid War. Pra você ter uma ideia, a publicação da Liga deveria ter alcançado essa edição em maio – e Action Comics #957, que acontece APÓS esta história, foi lançada duas semanas ANTES.
Por isso, a história já chega com um desfecho esperado, mas ainda assim é interessante ler para saber como chegaram lá.
Outra repercussão dos atrasos é o fato da equipe criativa ser totalmente diferente daquela de Darkseid War. Quem assina o roteiro é Dan Jurgens, que cuidará também de Action Comics, e o lápis fica com Tom Grummet – um dos mais interessantes artistas do Homem de Aço nos anos 1990.
No gibi, os dois quadrinistas constroem os motivos que levaram Lex a deixar Apokolips, retornar à Terra e se tornar, nas palavras dele, o novo “Superman”. Um compromisso que ele assume não por ego (afinal, ele tem um PLANETA INTEIRO para comandar), mas por um sentimento a alguém importante do passado.
Só que Lex não se torna, de uma hora pra outra, um Homem de Aço bonzinho e benevolente. Ele é, ainda, um cara sem escrúpulos. O novo Superman, por exemplo, chega a comprar o Planeta Diário para pegar a capa do antigo Azulão, que está em posse do jornal, para usá-la como representação do fato de ser o novo protetor de Metrópolis. Luthor é extremamente agressivo em sua abordagem, deixando não só os bandidos com medo, mas também os cidadãos de Metrópolis.
A pegada dessa nova fase é interessante, principalmente por colocar o ex-vilão em um lugar novo, no qual precisa balancear o lado maligno com os deveres de um herói. Sem falar que a iniciativa não deixa o Universo DC sem um Superman tradicional: o antigo Kal-El pré-reboot também está de volta, reassumindo o manto de Homem de Aço após a morte da contraparte dos Novos 52.
Quem também já tem retorno programado é a Liga da Justiça. O atual volume de Justice League se encerrou nessa edição 52, mas já está programado para julho o especial Justice League: Rebirth #1, que será seguido por um novo volume do time – agora escrito por Bryan Hitch.
Apesar de alguns percalços e atrasos – o que atrapalha a leitura – o Rebirth de Lex Luthor tem um caminho interessante pela frente. Ainda bem.