Mickey: audaciosamente indo onde nenhum rato jamais esteve! | JUDAO.com.br

Revista mensal do personagem publica, entre abril e junho, uma paródia de Star Trek – e que traz de volta aquele olhar infantil pra uma franquia de sucesso

Há muito tempo, um tal de Capitão James Tiberius Kirk começou toda essa brincadeira avisando, logo de cara, que o espaço era a fronteira final. Bom, ele estava errado. Na verdade, o HUMOR é a fronteira final. É só ver o Mickey transformado em M.T. Tirk Neto na saga em três partes Star Tranko, que está sendo publicada entre as edições 872 e 874 da revista mensal Mickey – a primeira, inclusive, já tá nas bancas brasileiras.

Como você já percebeu, as histórias fazem uma verdadeira mistura do universo Disney das HQs com Jornada nas Estrelas. A história foi produzida na Itália, o grande centro de criação de HQs dos personagens Disney, e é escrita por Bruno Enna, com arte de Alessandro Perina. Os dois foram fundo nessa coisa de misturar diversos elementos das mais variadas fases de Star Trek – tudo começa com um enredo que lembra o último filme, Além da Escuridão, mas evoluiu pra uma esquema meio Voyager com pitadas da série clássica e fecha, bom, fecha numa enorme (e deliciosa) confusão de referências e misturas.

Na história, Mickey Tiberius Tirk Neto é filho e neto de heróis da Frota Estelar Sol, Terra e Arredores, a F.E.S.T.A. Apesar dele não ninguém muito importante hoje em dia, é um nome mega importante na história da humanidade, já que o pai e avô dele foram heróis do mundo e “blá blá blá”, citando Mega-Almirante Manchus, o chefe da porra toda. Com esse peso todo nas costas, Manchus já resolve colocar Tirk Neto como o capitão da nave ENTERPLAY (que mais parece uma TAMPA DE PRIVADA) pra enfrentar o maligno Gran Kan Khan.startranko_01

Uma das características do futuro de Star Tranko é que a sociedade é sovina, outra ~herança da família Tirk. Então a Enterplay dada ao Netinho nada mais é que a MESMA nave usada pelo avô, agora meio que uma sucata ambulante e com uma inteligência artificial pixelada. Tripulação? Pff, ele que ache uma meia dúzia de gatos (ou seriam ratos?) pingados pra ajudar, mesmo que sem treinamento algum. Na leva chegam Patetock, que dispensa apresentações, e a Dra. McMinnie. Sim, nesse universo paralelo, o Kirk ~pega o Dr. McCoy.

Depois, bom... O espaço que se cuide. :D

Um pouco de nostalgia

Sim, Star Trank vem daquela formula de paródia já batida, que a Disney e Mauricio de Sousa Produções gostam de fazer, mas que (quase) sempre dá certo (e levanta as vendas). Afinal, o pessoal mais velho muitas vezes não resiste a ver o Mickey (ou qualquer outro personagem famoso) encarnando aquela sua saga da ficção favorita – e, pra garotada, é aquela chance de se divertir com uma franquia que os mais velhos curtem, mas que parece ser meio distante.

Todo mundo aqui deve ter alguma paródia do tipo que marcou a infância, aquela que você leu umas OITÔ vezes. Em um dia. No meu caso, foi Disney Especial #120, do longínquo ano de 1990, com o Pato Donald, Tio Patinhas e os outros patos das Disney se metendo no mundo da Fórmula 1. Como esquecer o Tio Patinhas querendo mudar a cor da Ferrari (ou melhor, da equipe equivalente) pra poder vender suco?

É, talvez o que realmente faça esse tipo de paródia funcionar é a capacidade de nos fazer voltar a ver com aquele olhar infantil as franquias e personagens que tanto amamos. Sem mimimi, sem “adaptaram errado”, sem “o roteiro não funcionou”. Just for fun. Não é pra isso que os quadrinhos existem em primeiro lugar? ;)