Morte de Gwen Stacy nos gibis tem um culpado: JOHN ROMITA! | JUDAO.com.br

Foi o artista que sugeriu que a amada de Peter Parker deveria morrer no lugar da… TIA MAY!

Nos anos 60 e no começo dos anos 70, Gwen Stacy e Peter Parker faziam o par perfeito. Gwen era linda, inteligente, instigante... Era um relacionamento que empolgava os leitores do Homem-Aranha. Por tudo isso, foi um choque quando ela morreu em Amazing Spider-Man #121, de 1973.

Mesmo tantas décadas depois, eu ainda choro ao ler aquela história. Mesmo sempre sabendo que aquela é “A Noite em Que Gwen Stacy Morreu”.

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Até hoje, aquela morte teve diversas versões e justificativas. Entre elas (inclusive reproduzida no nosso Especial Homem-Aranha), que a morte foi orquestrada para evitar um crescimento do herói, já que o relacionamento deles caminhava para um casamento – algo que descolaria o Aranha de seus leitores.

Porém, a coluna Comic Book Legends Revealed, do CBR News, joga uma luz nessa história — versão que, aliás, também consta no livro Marvel Comics – A História Secreta. Ela revela que Gwen não estava nos planos originalmente e que tudo foi ~culpa de um outro importante quadrinista da Marvel.

Tudo começou anos antes da morte. Aos poucos, Stan Lee foi deixando os roteiros dos gibis da Marvel. Eventualmente, ele largou o Homem-Aranha também e foi alçado ao posto de Publisher da Marvel. Não demorou muito e ele foi viver na Califórnia, na tentativa de levar a Casa das Ideias para outras mídias. John Romita também foi deixando o Cabeça-de-Teia aos poucos, principalmente depois que foi eleito o novo Diretor de Arte da editora.

Assim, Gerry Conway foi se vendo sozinho na responsabilidade de escrever Amazing Spider-Man. Pra fazer uma quebra e marcar a sua fase, Conway (que mal tinha 20 anos na época) resolveu matar um personagem importante. E essa personagem era a Tia May!

Mary Jane, Peter e Gwen no traço do John Romita

Mary Jane, Peter e Gwen no traço do John Romita

O roteirista então contou então a ideia para Romita, já incluindo o retorno de Norman Osborn como Duende Verde e o assassinato da velhinha. Porém, Romita declarou, anos depois, que “enquanto tivesse a Tia May por perto, Peter seria um garoto. Eu sugeri então que, se fosse pra matar alguém, que deveria ser Gwen ou Mary Jane. [Isso era] baseado num truque de Milton Caniff. Caniff costumava pegar uma personagem feminina importante de Terry e Os Piratas e matá-las em uma regularidade de quatro ou cinco anos”. Assim, de acordo com o Romita, seria uma morte que ficaria na cabeça dos leitores para sempre. Como ficou.

“Essa foi a única sugestão que eu fiz para o Gerry quando estava escrevendo isso. Eu pensei que se alguém deveria morrer, esse alguém deveria ser a Gwen”, cravou Romita.

Vale lembrar que, na época, Stan Lee estava na Europa e ficou tão vendido na história quanto os leitores. De qualquer forma, chega a ser irônico saber que John Romita foi o responsável pela ideia de matar Gwen. É que foi justamente na fase Lee-Romita que a loira assumiu seus contornos mais belos (me desculpem os fãs do Steve Ditko, mas nessa o Romita ganha) e, principalmente, o relacionamento dos dois ganhou corpo – muito também pela experiência prévia do artista em HQs românticas.

Foi Romita que, de certa forma, ajudou a fazer o que a Gwen acabou sendo. E foi ele quem deu a ideia de matar a personagem.

É. Eu sei... Porém, em 2014, ninguém estaria falando da morte da Tia May, não é?