As luzes se acenderam. Acabada a exibição de O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro para a imprensa, minha mente se resumia a um enorme orgasmo. Tanto é que, nesse momento, não julgo o meu corpo preparado para analisar o filme de forma mais fria. Ok, estamos falando do Cabeça-de-Teia. Nunca analisarei um filme dele com isenção. De qualquer forma, é bom antes botar as coisas em ordem na cabeça.

Mas, se por um lado ainda é difícil julgar o filme, é fácil colocar pra fora toda alegria ao vê-lo. É o tipo de produção na qual você lê os créditos agradecendo a cada um daqueles caras desconhecidos que fizeram a história em quadrinhos se tornar realidade. E também agradece aqueles que você conhece, mesmo que não pessoalmente. O diretor Marc Webb, Andrew Garfield, Emma Stone, Dane DeHaan...

Pode parecer exagero. Mas, pra mim, não é. Cresci ao lado de Peter Parker. Vi seus amores, seus medos, seus problemas, seus relacionamentos, suas gripes, seus disparadores de teia detonados, sua movimentação exagerada e suas complicações. Está tudo lá, comprimido em 2h20 de filme. Mais até do que o primeiro O Espetacular Homem-Aranha, o Amigão da Vizinhança ganhou vida.

Mais do que ganhou vida. Diria que o personagem é real, é tangível. É como você e eu. Um cara tentando que se vê com grandes poderes e passa a tentar fazer a coisa certa, ajudar as pessoas, salvar vidas, viver um amor, ser feliz, pagar as contas... Um cara para se identificar. E é como se eu pudesse sair na rua e, a qualquer momento, ele me salvar de um carro desgovernado ou de um ladrão armado. Eu soltaria um “obrigado!”, ele responderia com um “pode contar sempre com o Amigão da Vizinhança” e eu seguiria minha vidinha com um sorriso no rosto. Meio que como sempre fiz ao ler as melhores HQs do herói.

É o tipo de sonho que também vive Max Dillon, o vilão principal do filme. Sim, estou falando do Electro de Jamie Foxx. Antes de ser um cara malvado, ele é um solitário incompreendido. É um nova-iorquino, um cidadão comum de qualquer metrópole. Também é legal ver o Duende Verde (que nem é chamado assim ainda, mas se ACALMEM), o Rino...

Talvez alguém diga que o filme tem seus problemas. E deve ter, mesmo. Talvez falem da construção meio rápida dos vilões, a falta de profundidade de alguém, sei lá no que, algo assim. Não sei. Só sei que foi como se eu abrisse um gibi dos anos 60 e do começo dos anos 70. Stan Lee, Steve Ditko, John Romita, Gerry Conway, Gil Kane... Todos eles devem se sentir honrados pelo longa.

Aliás, para o fã dos quadrinhos, é MUITO legal se deliciar com as referências, os personagens, os locais, os detalhes...

Talvez digam também que o filme ainda exagera na obsessão de Peter pela morte dos pais. Mas, sem mandar nenhum spoiler, digo que a história também resolve isso, de alguma forma. Solucionado isso, ganhamos em troca o aprofundamento do relacionamento entre Peter e a tia May.

Mas uma coisa que ninguém pode reclamar é do excesso de vilões. Cada um tem o seu tempo, não é tudo junto e misturado, como no Homem-Aranha 3 do Sam Raimi. Cada um tem a sua cena de batalha. E como estão FODAS os efeitos especiais! Vale o 3D, inclusive.

Pois é. O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro, que estreia em 1º de maio (segurem seus ânimos até lá!), é um GRANDE filme. Com caixa alta, mesmo. Um filme que me faz acreditar que um homem pode fazer a diferença. Basta que seu coração seja o seu maior poder.

E o coração desse Peter Parker é enorme.

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P.S.: Não há cena pós-créditos – mas diria que há espaço para ela. Será que a Sony cortou o trecho da exibição para a imprensa? (Atualizado em 30/4: já sabemos que há, pelo menos, uma cena de X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido após os créditos).

P.P.S.: Há também inúmeros ganchos para futuros filmes. Coisas que podem construir um universo do Aranha tão rico quanto o dos quadrinhos. Os planos para isso já estão, inclusive, na mesa.

P.P.P.S.: A nossa resenha completa ainda vai sair, fiquem de olho ;)