O Judão precisa de você! | JUDAO.com.br

Relançando o nosso projeto do Patreon, agora na edição Suicide Squad, fazemos as coisas da maneira correta: precisamos de VOCÊS pra continuar produzindo conteúdo pra VOCÊS. Vamo aí? :D

Quero fazer um mea culpa: quando lançamos a nossa campanha no Patreon, talvez tenhamos sido um pouco pedantes demais. Não é que queremos “criar um novo jeito de pensar a cultura pop”. Nós já pensamos a cultura pop de uma maneira diferente todos os dias, cada vez que clickamos em “Publicar”, seja no twitter, no Instagram, no Facebook ou aqui mesmo no JUDÃO.

Como? O primeiro passo foi dado quando abandonamos, de uma vez por todas, as hard news, aquelas notícias curtas e genéricas que alimentam basicamente todos os sites do Universo de exatamente a mesma coisa. O pôster que saiu, o trailer que ainda vai bombar, aquele novo ator no elenco do filme, aquele novo filme!, agora, só no JUDÃO News!, lá no twitter.

Não abandonamos as notícias — elas fazem parte do trabalho de um jornalista! — mas não publicaremos nada que não pudermos analisar, cruzar dados e, enfim, aprofundar de alguma maneira, olhando pra todos os lados.

Por quê? É uma competição um tanto desleal.

Primeiro com os gringos, que invariavelmente publicam toda e qualquer informação dessa indústria em primeira mão, por motivos óbvios. Um dia, conversando com uma menina que, assim como eu, era fã de Marvel, apresentei o JUDÃO pra ela. “Ah, legal, mas eu já leio tudo nos sites lá de fora”.

E segundo com as grandes redações, que têm essas hard news como um dos principais produtos, usando-as pra manter os sites sempre atualizados, sempre em primeiro lugar em buscas do Google, sempre aparecendo nas timelines, com números cada vez maiores de audiência. Portais controlados por grandes corporações ou não, sites controlados por grandes corporações ou investidores — gente que, antes de mais nada, tem dinheiro e se importa em ganhar mais, o que, nem de longe, está errado.

Mas é um modelo que funciona em alta escala. As receitas de publicidade estão diminuindo cada vez mais — você pode atingir infinitamente mais pessoas usando os modelos do Google e do Facebook, gastando infinitamente menos dinheiro –, 41% das pessoas entre 18 e 29 anos de idade (ou, em outras palavras, o nosso público algo, também conhecido como VOCÊ) bloqueiam anúncios, evitam o uso de cookies... Em 15 anos de vida, dependemos essencialmente deste modelo pra manter o site.

E os resultados não foram muito bons — não, pelo menos, por muito tempo.

Particularmente, temos um orgulho do que fazemos com os chamados publieditoriais, criando conteúdo pra quem quer vender um produto e também pra quem nos lê diariamente. É a famosa “win-win situation” pra todos os envolvidos. Mas, enquanto isso, tem gente que vai só no copy/paste, cobra uma merreca, não revela que se trata de publicidade... Sabe a história clássica do sobrinho™?

Sobrinhos

É lindo saber que todo mundo pode (e deve!) dizer o que pensa, seja com texto, vídeo, som. Até minha tia-avó tem um Facebook, ela pode escreveu um textão. É só ir no WordPress.com e criar um blog bonito e sair escrevendo o que quer e bem entende. Você pode se contentar com a audiência que tiver, que também pode se contentar com o conteúdo que tem.

Nós do JUDÃO, porém, acreditamos que as coisas possam ser diferentes. Mais pensadas, mais analisadas.

Com esse “novo jeito de pensar a cultura pop”, muitas portas anteriormente abertas, começaram a se fechar quase que automaticamente. Você conhece aquela frase do George Orwell, né? “Jornalismo é publicar tudo o que não querem que você publique. Todo o resto é relações públicas”. Saímos do negócio de ter audiência, dos números brutos, frios e secos e entramos, de uma vez por todas, no negócio de criar conteúdo. É aquela coisa de qualidade e quantidade, a magia da varinha, não o tamanho dela.

Tudo o que publicamos no site, a partir desse ano, exige tempo, exige trabalho, exige apuração, exige profundidade, exige cruzamento de dados, exige dedicação, exige métodos específicos e, acima de tudo, exige um desprendimento de números. São textos grandes, entrevistas longas. Não queremos fazer o que todo mundo já faz, e muito bem.

YOU'RE AWESOME!

YOU’RE AWESOME!

Queremos uma relação diferente com o nosso leitor (que também é conhecido como VOCÊ). Queremos que o nosso leitor (sim, VOCÊ!) pare de acreditar na história de que o jornalismo morreu. Ele tá vivo, tanto quanto antes — ou até mais, já que hoje temos essa tal de internet, coisa linda. O problema é aquele que eu falei antes: o trabalho em busca de atenção, números, puros e simples. É uma conta que não fecha, uma roda que não gira...

É onde não queremos mais estar. :)

Temos um dever com vocês, quase uma missão. Somos um de vocês. Desde que o site entrou no ar, em 2000. São 15 anos falando diretamente com vocês, olho no olho. Mas não faz mais sentido trazer a cultura pop até vocês, ela está em todos os lugares. O que queremos é que você faça parte dessa brincadeira toda. Informando, analisando e, olha só, entretendo.

É sobre isso, desde o início, que o nosso Patreon: Suicide Squad Edition deveria ter sido: queremos continuar criando conteúdo não só pra você, mas por você.

Patreon está mais pra Patrono do que pra Patrão. No dicionário, patrono é “algo ou alguém que defende uma causa, um ponto de vista”. É nessa tecla que deveríamos ter batido, com mais força e ritmo, quando anunciamos a primeira campanha do Patreon — e que agora fazemos, de cabeça erguida. Porque não é só pedir “ajuda”, não é uma questão de “último suspiro”, é olhar pro futuro e enxergá-lo com base no que o presente mostra: estamos todos juntos. Cada vez mais, misturados. Consumindo e produzindo conteúdo.

É essa palavra da moda, que faz bastante sentido aqui: queremos nos tornar autossustentáveis. Mais do que isso: não queremos depender de um modelo que já não funciona mais como um dia funcionou — e que só tá vivo, ainda, porque o pessoal não sabe direito como agir. Como reagir.

Não estamos criando “um novo jeito de pensar a cultura pop”. Estamos mesmo é entrando de cabeça no que acreditamos ser o futuro da informação, da internet. Nem sequer sabemos direito o que é isso, mas só vamos descobrir dando a cara pra bater, certo? ;)

Nessa nova campanha do Patreon, além de nos manter mais próximos dos nossos Patrões/Patronos, garantindo que eles percebam que fazem parte do nosso time, queremos também ajudar as empresas a enxergarem a internet de uma nova maneira, que fuja do que estão acostumados, com várias parcerias, que vão render a todos os nossos Patrões/Patronos... coisas. Algo além de um bom conteúdo, que vai continuar sendo de graça, como é há 15 anos. Uma win-win situation diferente, mais barata para todos os envolvidos, possivelmente com os mesmos (ou melhores!) resultados.

Blu-rays, ingressos, camisetas, colecionáveis, eventos, vouchers e por aí vai. Produto relacionado à cultura pop é o que não falta, né? :)

Vamos, também, abrir espaço para o famoso jornalismo colaborativo, produzindo pautas não só pra você e por você, mas com você — que, claro, vai ganhar por isso, junto com a gente e todos os nossos milhares de leitores.

O nosso Patreon: Suicide Squad Edition vai também abrir a possibilidade de produção de novos conteúdos que há tanto tempo moram nas nossas cabeças — temos várias ideias de séries em vídeos, documentários, podcasts — além de GARANTIR que continuemos fazendo o trabalho que iniciamos 15 anos atrás, quando nem sequer pensávamos que um dia estaríamos aqui, fazendo o que fazemos. Informar, pensar e entreter. :)

São vários os planos, que você pode conferir lá no patreon.com/Judao. Mas não será necessário mais do que US$1, se não quiser. Aliás, não precisa nem pagar nada, se não puder — basta que nos ajude a espalhar as nossas mensagens. O que importa, a partir de agora, não é é “quanto”, mas sim “vamo aí com a gente?” :)