O Multiverso DC da TV começa com DOIS Flashes! | JUDAO.com.br

Assim como nas HQs, tá confirmado que teremos o encontro do Flash de duas Terras – e pode apostar que será isso que irá abrir o Multiverso da TV ;)

Acabou o mistério. Depois daquele capacete literalmente JOGADO no season finale de The Flash, o CCO da DC e co-criador da série, Geoff Johns, anunciou nesta sexta (10) na San Diego Comic-Con que o Flash original, o Jay Garrick, vai aparecer na série de TV estrelada por Barry Allen. O comentário rolou durante o painel DC Entertainment: From Page to Screen nesta sexta (10).

Um encontro que tem tudo pra ser tão representativo pra televisão quanto foi pros quadrinhos.

Se você não conhece, Jay Garrick foi o primeiro Flash dos gibis, criado em 1940 na então All-American Publications – que, depois, se juntaria com a National Periodical, a atual DC Comics. Em Flash Comics #1, escrita por Gardner Fox e desenhada por Harry Lampert, descobrimos que Jay era um estudante de faculdade que aspira vapores de “água pesada” após um acidente (enquanto fumava um cigarrinho!) no momento em trabalhava num laboratório, ganhando poderes de supervelocidade. Tempos depois ele assume um uniforme que era, basicamente uma calça azul, uma camisa vermelha com um raio e um capacete com asinhas em homenagem ao deus grego da velocidade, Hermes.

O Flash fez sucesso durante a Era de Ouro dos Super-Heróis, integrando a versão original da Sociedade da Justiça da América e tudo mais. Inclusive chamou logo a atenção dos editores aqui no Brasil, fazendo a primeira aparição batizado como Joel Ciclone na revista O Lobinho #1, de abril de 40 – só TRÊS meses depois do lançamento nos EUA.

Só que depois da Segunda Guerra Mundial, a popularidade dos heróis caiu como um todo. Jay Garrick foi para o limbo definitivamente em 1951, junto com praticamente todos os super-heróis. Era o fim da Era de Ouro.

Mas não era o fim do Flash.

Em 1956, o editor Julius Schwartz teve uma ideia: resgatar o Flash, mas com uma pegada que fosse mais a cara dos anos 50, mais científica e interessante. Gardner Fox foi chamado mais uma vez e, ao lado de Carmine Infantino, criou Barry Allen, o novo Flash.

Em Showcase #4, os dois contam que Barry é um membro da polícia científica de Central City que ganha poderes depois de ser atingido por um raio enquanto cai em cima de uma estante cheia de produtos químicos, ganhando o poder da supervelocidade. O personagem foi um sucesso instantâneo, iniciando a chamada Era de Prata dos Super-Heróis e com a DC replicando a formula de “recriação” para personagens como o Lanterna Verde, além de darem uma mexida nos medalhões Superman, Batman e Mulher-Maravilha.

Ainda assim, Schwartz, Fox e Infantino queriam voltar a brincar com Jay Garrick, assim como os próprios leitores. O personagem havia sido referenciado apenas como um herói de quadrinhos pelo Barry logo na primeira história, como então eles se cruzariam? Bom, foi aí que surgiu a ideia do MULTIVERSO.

flash #123

Em Flash #123, de setembro de 1961, Barry Allen começa a vibrar as moléculas de seu corpo para “ficar invisível”, mas acaba na real indo para em outra Terra, de outro universo – aquela justamente habitada por Jay Garrick, que realmente tinha vivido todas aquelas aventuras nos anos 40 e se aposentado, envelhecendo em ~tempo real.

A partir dali, um mundo se abriu pra DC. Foi estabelecido que a Terra com os heróis da Era de Prata era a Terra-1, enquanto a da Era de Ouro era a Terra-2. Cada uma delas tinha a suas próprias versões dos mesmos heróis, com suas próprias histórias. Roteiristas passaram a se aventurar a contar o que tinha acontecido com as versões antigas (Superman virou editor-chefe do Estrela Diária, o Batman casou com a Mulher-Gato e morreu, e por aí vai). Depois, foram além, criando outros universos alternativos, cada um mais diferente do outro.

Dá pra dizer que o Universo DC nunca mais foi o mesmo depois daquele encontro, até porque passou a ser um MULTIVERSO. Inclusive, a própria definição desses universos usou os poderes dos dois: eles estavam em VIBRAÇÕES diferentes, por isso coexistiam com suas similaridades e diferenças.

Hoje, Infinitas Terras é quase que um padrão nos gibis. A DC tentou renegar isso entre os anos 1980 e 2000, mas acabou se cedendo novamente ao conceito. Até a Marvel Comics se rendeu a isso a partir da década de 1990.

Pelos eventos do último episódio da primeira temporada de The Flash e pelas declarações dos produtores, sabemos que o Multiverso também terá um papel importante na próxima temporada da série de TV. O capacete do “Joel Ciclone” aparecendo foi só o pontapé inicial disso tudo.

flashfinale1

E, depois da confirmação de hoje, posso apostar que a primeira ida de Barry Allen à uma Terra alternativa será pra encontrar o Jay Garrick. “Como ele será? Mais velho ou mais novo? Qual será o ator? Será que vai redefinir como vemos diferentes versões dos mesmos heróis na TV e no cinema?”.

Calma, sem pressa. É uma ótima época pra se estar vivo e vamos curtir cada momento, cada revelação – caso contrário tudo isso vai passar como um FLASH. ;)