Depois da primeira edição como festival independente, BCC está reduzida a apenas um auditório do Anime Friends
Há um ano, Comic Con Experience e Brasil Comic Con estavam bem ativas, anunciando convidados e procurando parcerias para o evento. Foi mais ou menos nessa época que a organização da BCC começou a confirmar seus principais nomes, como James O’Barr (o criador de O Corvo), a Elvira e o Beakman e, embora só isso não faça uma comic con, foi um caminho escolhido por eles pra dar suporte ao evento.
Mesmo que aquela coisa de novidade não exista mais, era de se esperar que o mesmo estivesse acontecendo agora. Mas, enquanto a CCXP faz o seu barulho com Mark Waid, John Totleben e outros, como quem não quer lá muita coisa, a organização do Anime Friends anunciou a presença dos escritores Carolina Munhóz e Raphael Draccon no AUDITÓRIO Brasil Comic Con.
Seria esse o fim do evento?
Parceiros que participaram no ano passado não receberam nenhuma apresentação comercial sequer; no Twitter e Facebook oficiais, silêncio total — ou quase: o último post foi sobre o Anime Friends; no site oficial, você encontra tudo o que precisa saber sobre o evento do ano passado — dando a impressão de que ele nem sequer aconteceu. Questionada pelo JUDÃO, a assessoria que cuidou da BCC no ano passado informou não trabalhar mais com o evento e a organização da BCC e Anime Friends não respondeu aos nossos questionamentos.
É praticamente impossível botar um grande evento de pé em cinco meses, considerando que eles mantenham a convenção em novembro. Se já não foi fácil antes, com diversos contratempos e cancelamentos que resultaram no máximo em um protótipo de uma comic con...
Agora, quer ver o mais engraçado disso tudo? Ano passado, com a Brasil Comic Con atuando como evento próprio, tentando caminhar com as próprias pernas, tivemos apenas Beakman (que já veio trocentas vezes pro Brasil nos últimos anos), o ator que interpretava o Jiraya (figurinha carimbada no Anime Friends) e Sylvester McCoy (talvez a única grande novidade mesmo). Carlton e Elvira cancelaram.
De quadrinhos, além dos nomes brasileiros, tivemos James O’Barr, Michael Golden, Arthur Suydam e Pasquale Del Vechio (Tex). Mas curiosamente, meses antes, dentro do Anime Friends, adivinha quem a Yamato trouxe? Chris Claremont. É, ele mesmo. O sujeito que escreveu alguns dos momentos mais importantes da história dos X-Men — uma atração de grande porte, que atrairia muito mais público do que qualquer um dos mencionados anteriormente (não fica magoado, O’Barr, você sabe que é verdade). Um nome tão grande quanto o próprio Mark Waid que a CCXP alardeia com pompa e circunstância hoje.
Como comparação: a edição 2015 da Comic Con Experience foi anunciada antes mesmo da abertura oficial da edição 2014, que movimentou muito mais empresas, convidados e visitantes, deixando claro que o público quer algo além de um Anime Friends de cultura pop. É só ver o resultado de público pra entender isso: 97 mil contra 14 mil pessoas, de acordo com os próprios organizadores.
Ou seja: o Anime Friends acabou boicotando a própria Brasil Comic Con – trazendo sem muito alarde uma atração que chamaria muito mais atenção num evento de cultura pop mais amplo, sem se perder entre tantos cantores e cantoras de músicas de abertura de desenhos animados japoneses.
Se for pra ser assim, que a Brasil Comic Con fique dentro do Anime Friends que tá bom demais. E se quiser ter alguma relevância, talvez seja o caso de ir atrás de outros convidados...
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