Os Cavaleiros do Zodíaco - Ômega: a ORIGEM de Kouga e Aria!

Pode não ser o que você estava esperando, mas se encaixa com tudo que foi contado até agora!

Que episódio. Quantas revelações. Quantas novidades. Quantas possibilidades. Tudo isso define o 24º episódio de Os Cavaleiros do Zodíaco – Ômega, que foi ao ar no Japão neste fim de semana.

De certa forma, vejo muita gente comentando aqui no JUDÃO que Ômega é o Lost dos animês. Discordo. De forma constante o programa tem colocado respostas de várias perguntas – pode não ser na velocidade que você gostaria, mas ainda assim não é devagar – além de não ficar jogando pistas de mistérios que, no final das contas, não existem. Tudo que está surgindo parece se encaixar dentro de um plano previamente traçado antes da estreia.

Agora descobrimos a origem de Kouga – e, por tabela, a de Aria. Pode não ser EXATAMENTE aquela que você queria ouvir, mas faz sentido. Muito.

Pronto para os spoilers do capítulo – e para descobrir mais algumas verdades sobre o novo cavaleiro de Pégaso? =D

Memórias do passado

O episódio começa com a carruagem voadora de Aria e Eden chegando à Ruína do Trovão.

Kouga, Souma, Ryuho, Yuna e Haruto também estão indo para lá. Porém, eles vão notando que por mais que eles tenham destruído praticamente todas as ruínas que sugavam o cosmo da Terra para a Torre de Babel, a Terra continua morrendo. De alguma forma o processo parece que é irreversível.

No caminho uma surpresa: eles encontram Shina de Cobra, a mestra de Kouga, que havia sido chamada há alguns episódios para ajudá-los a destruir a Ruína do Trovão, já que este também é o elemento do cosmo da amazona. Pelo jeito ela não usa a mesma companhia aérea dos outros...

Shina também aparece sem máscara. Ao que parece, a regra que impunha as amazonas a vestirem máscaras para se equipararem aos cavaleiros já havia sido revogada por Athena há anos, mas, por respeito, todas continuaram usando. A primeira que a retirou foi, pelo visto, a Yuna – e a Shina deve ter tomado a mesma decisão após a máscara ser quebrada na luta contra Marte no mesmo primeiro episódio.

Na Ruína do Trovão, Aria e Eden estão parados, sem fazer nada. O cavaleiro de Órion diz que sabe que a Aria está esperando pelos cavaleiros de bronze. Porém, Eden revela que não está ali apenas por vontade da falsa Athena. Ele quer matar Pégaso – e os outros.

Quanto ciúme!

Ainda no reencontro feliz, Kouga conta que conheceu Seiya. “Seiya?”, diz Shina. “Sim, ele disse que confiaria Athena a nós”. Shina parece chocada com aquelas revelações, talvez pelo fato do antigo cavaleiro de Pégaso ainda ter sido visto com vida e lutando, ou pela mensagem dada por ele. Nesse momento, a amazona de prata pensa: “Seiya, o Kouga te reconheceu como um cavaleiro...”. Se você lembrar bem, no começo do animê, Kouga não acreditava na importância daquele cara que salvou a vida dele quando criança.

“Kouga, tem algo que preciso te contar antes...”

AGORA É A HORA, GENTE!

Yuna (só uma mulher para entender uma mulher, né?) puxa os outros cavaleiros, deixando Shina e Pégaso juntos, conversando. No pé de uma cachoeira, a amazona começa o papo que mudará muitos dos rumos de Ômega.

“Tem algo que pensei em te contar... quando se tornasse um cavaleiro. Já ouviu falar da primeira vez que Seiya e Marte lutaram?”, pergunta a amazona quando vemos, em um flashback, o meteoro caindo na Terra. “Você está falando de quando o enorme meteorito caiu do céu?”, pergunta Kouga.

“Sim. Quando este meteorito caiu na Terra, as trevas e a luz explodiram. Duas vidas ficaram aqui, depois de receber este poder. Uma foi você. E a outra foi... A garota chamada Aria. E o destino dos dois foi decidido. A Aria foi levada por Marte. E você, Kouga, foi levado por Athena. O destino de vocês seguiu direções diferentes. A Athena decidiu acolher e criar você”, diz Shina. No flashback, vemos a própria Athena em frente aos cavaleiros de bronze falando: “Esse garoto terá de carregar um destino cruel por minha culpa. Mas, quero criar um garoto que não perderá para seu destino severo. Um garoto que sempre ande no caminho da luz, independente do que aconteça”.

Shina finaliza comentando que tem certeza de que Athena também planejava contar isso a ele quando crescesse. Kouga a questiona sobre qual é o destino dos dois, mas a amazona não sabe – ou diz não saber. “Só posso dizer que eu acredito que você e Aria se reencontraram porque estava escrito nas estrelas”.

“Eu vou salvar Aria na Ruína do Trovão. Por favor, me ajude Shina”. “É para isso que eu vim, Kouga de Pégaso!”.

Ou seja, Kouga não é filho de Seiya (ok, sobre isso eu tenho umas considerações, mas depois digo), mas ele é, de certa forma, IRMÃO da Aria. Isso explica a forte ligação entre os dois e o fato de terem se tornando peças importantes dentro da atual Guerra Santa. No começo da série, Marte não queria apenas levar Athena, mas também a criança que ela carregava.

Há apenas um furo de continuidade no flashback: ele mostra a queda do meteoro na Terra e Marte voando logo em seguida por causa do impacto JÁ com a armadura que traz a “galáxia” dentro, que teria sido criada justamente por causa daquele impacto. Ok, você pode alegar que a armadura dele mudou instantaneamente, mas isso não acontece com as armaduras dos cavaleiros de bronze, muito menos com a armadura de ouro de Sagitário.

Enfim, melhor ignorar.

Batalha do Trovão

Na ruína, Eden continua esperando os inimigos – e jurando vingança contra Kouga. CALMA, cara! Ele é irmãozinho da Aria. Você tem caminho livre para dar uns catos nela agora. =D

O ataque dos cavaleiros de bronze começa. Eles não elaboram planos, nem nada disso: o ataque será frontal e direto. A ruína, claro, está sendo guardada por alguns cavaleiros de prata que se apresentam para o combate. Para enfrentá-los, a equipe de bronze se divide.

Dessa forma, Bayer de Boieiro (se é Bayer é bom?) enfrenta Ryuho de Dragão; Haruto de Lobo entra no combate com a amazona Bartschius de Girafa; e, pra fechar, Menkar de Baleia entra no pau com Yuna de Águia e Souma de Leão Menor. Restam Kouga e Shina, que entram na ruína.

Lá dentro eles encontram Aria – mas é Eden que está por de trás dela, esperando para lutar. Fica claro, novamente, que Eden nunca se deixou levar pelas vontades da falsa Athena, indo até lá apenas para ter uma vingança particular. “Não envolva mais a Aria nisso”, diz Eden. Aí eu pergunto: o que ele está fazendo, MESMO? ¬¬

Nesse momento, Shina repara em Aria. A amazona de Cobra vê na garota a mesma luz de Athena!

“Pégaso, você não está vendo que está fazendo Aria sofrer?”. “E você está fazendo o mesmo, Eden!”. PQP, briga por mulher. Agora a porra ficou séria. =D

Porradas e mais porradas. Luz e trovão. Órion percebe que o inimigo está mais forte do que da última vez.

Eden então lança de seu mais poderoso ataque. Braço esticado LIKE A SENHOR FANTÁSTICO (WTF?), mas Kouga consegue segurar o punho do adversário. Agora que Eden está ~ocupado~, Pégaso determina: “Shina, leve Aria e vá destruir o núcleo AGORA!”

A amazona vai ao encontro da garota na mesma hora, mas Aria fica na dúvida. Aquilo tudo está mexendo com ela de uma forma inimaginável. Em meio as lágrimas, ela hesita. “Eu... Fiz Eden sofrer. Eden é filho de Marte. Mas, desde pequeno, ele sempre foi gentil comigo. Eu não percebi o quanto ele estava sofrendo”. “Todas que são chamadas de Athena sempre carregam o sofrimento dos outros, não é? A Athena que eu conheço é assim também, mas agora não é hora de hesitar!”, diz Shina. Entre lágrimas, ela vai puxada pela amazona até o topo da torre que serve como Ruína do Cosmo do Trovão.

Eden fica PUTO. “Jamais vou perdoá-lo por levar Aria a fazer isso!”. Ao ver a loucura e a raiva nos olhos do adversário, Kouga diz: “FINALMENTE ESSA PORRA FICOU SÉRIA!”. Ou quase isso. =D

A luta que se segue detona boa parte do andar onde eles estavam. A vantagem acaba sendo de Eden. Quando Shina e Aria chegam no andar superior, é ele que aparece para impedi-las.

“Destruir o núcleo também é sua vontade, Aria?”. Nesse momento, Shina se prepara para entrar em ação. Ela queima o cosmo e em volta de seu corpo aparece a nova armadura de Cobra, mas de forma translúcida, do mesmo jeito que aconteceu com Shun e Hyoga. Talvez ela, assim como os outros, não esteja vestindo uma armadura, mas acredito que o que vemos é uma representação do cosmo de luta que eles estão queimando. Também fica visível a marca das trevas, que Shina “ganhou” no primeiro episódio, quando lutou contra Marte. Por isso, se ela queimar o cosmo, pode morrer...

Assim como aconteceu com o Seiya.

“Me diz, Aria, você pretende abandonar o mundo que meu pai vai criar? O mundo no qual você será Athena?”. “Eu não pude ficar quieta e ver a tristeza se espalhando pelo mundo! Por isso... Por favor! Use seu poder para parar o seu pai... parar Marte!”, diz a garota chorando. “Aria, o que fizeram com você?”. O Eden entendeu tudo errado... Então ele vai atacar e...

KOUGA APARECE! “É VOCÊ que não entende o sofrimento da Aria”, grita Pégaso.

Isso dá tempo o suficiente para Shina e Aria irem até o núcleo para iniciar a destruição. Eden grita, grita por uma dor que vem do fundo do coração. Pronto, núcleo destruído.

Nesse momento, os cavaleiros de bronze, que acabaram de derrotar os de prata, contemplam finalmente o céu surgindo em meio às escuras nuvens. Ao longe, Sonia de Vespa tem a mesma visão e vai até lá ajudar o irmão.

Ele está bem, no chão... Ao pegar a pedra criada após a destruição da ruína, não vemos um Eden convencido pelas palavras de Kouga e Aria. Pelo contrário. Ele levanta com uma enorme raiva nos olhos – que ficam vermelhos, quase iguais aos do pai.

Eden de Orion então queima o cosmo, chegando a níveis antes inimagináveis. Kouga tenta fazer o mesmo. A luta vai recomeçar.

Aria vê aquela cena. As duas pessoas que ela mais gosta vão lutar e certamente apenas um deles saíra vivo dessa. No desespero, ela corre – e não pode ser impedida pela Shina, que está muito fraca. Surpreendentemente, Aria queima o cosmo da luz que possuí e... SURGEM AS TREVAS! DE DENTRO DO COSMO DA ARIA SURGEM AS TREVAS!

Luz e trevas se misturam. De Marte, o vilão vê aquilo que acaba de acontecer. “A luz se misturou com as trevas. HAHAHAHA. A HORA CHEGOU!”. Ele estava ESPERANDO por tudo aquilo. FODEU!

O poder é tão grande que a ruína começa a se desintegrar. A escuridão surge por baixo e por mais que a Shina os avise para não cair, isso não acontece. Todos são tragados por ela, inclusive Sonia, que estava se dirigindo até lá.

Assim acaba o episódio.

Algumas considerações

Muitos de vocês devem estar putos pelo fato de Kouga (e Aria) serem filho de um METEORITO. Afinal, muita gente queria ver o novo Pégaso como filho de Seiya (com quem é bem parecido) com a Athena. No entanto, vários pontos fazem sentido, além de parecer que a solução não é tão simples assim.

Primeiro: se Kouga fosse realmente filho da Saori, ela teria contado para ele, certo? Não haveria motivos para esconder isso. Talvez ela não tivesse contado quem era o pai, mas não há muito sentido em criar o seu próprio filho sem contar para ele que você é a mãe – a não ser que você esteja em uma novela da Globo. Além disso, ficou claro desde o primeiro encontro a forte ligação entre Aria e Kouga.

No entanto, a história contada por Shina tem várias pontas soltas – talvez até porque ela não saiba as respostas. Para começar, fica claro que Aria e Kouga são elementos importantes dentro da mudança nos cosmos e nas armaduras provocados pela queda do meteorito. Também fica claro (pelo final do episódio e pela declaração da Shina, que diz que “as trevas e luz explodiram” quando o tal meteoro caiu) que ambos possuem dentro de si os elementos da luz e das trevas.

Ao que parece, Marte sabia disso desde o início. Provavelmente essa história das ruínas era apenas uma manipulação para, de alguma forma, causar um confronto que corromperia a Aria (e/ou o Kouga), revelando as trevas de dentro deles e misturando tudo. Isso explica o fato do vilão pouco se importar com a destruição dos núcleos que sugavam o cosmo da Terra para a Torre de Babel e a falta de proteção dos lugares. Isso também explica o discurso de Athena com o pequeno Kouga, avisando que o criará para que ele não desvie do caminho correto, para que ele não vá para as trevas – algo que ela mesma falou para o garoto anos depois.

Calma, tem mais. Há ainda a estranha ligação entre Aria e Athena. Shina diz neste episódio que viu na garota a mesma luz da deusa. Na mitologia criada pelo Masami Kurumada, Athena não nasce na Terra de um útero, mas sim como um bebê já formado, ao pé da estátua de Athena.

E como a Aria nasceu, hein? Como um bebê já formado!

Saori ainda está viva e Aria não pode ser, necessariamente, a reencarnação dela mesmo, mas pode ser uma representação de seu poder ou até mesmo uma outra deusa – isso explica o fato de Marte vê-la como a “nova Athena”. Será que o meteoro criou Aria (e Kouga) a partir dos cosmos presentes na batalha que aconteceu anos atrás?

Outro ponto importante que não pode ser esquecido é o próprio Seiya. Ainda nos mangás do Kurumada fica estabelecido que o Pégaso é um cavaleiro lendário, alguém que renasce para proteger Athena. No japonês, Seiya quer dizer “Flecha Estelar”, o que é um sinônimo para... METEORO!

Claro, a ideia originalmente é que isso aí fosse uma referência ao golpe do cavaleiro, além da Flecha de Sagitário, mas em Ômega pode ganhar um novo sentido. No mangá, Seiya é filho de Mitsumasa Kido com uma mãe desconhecida, assim como os outros cavaleiros de bronze. É por isso, por exemplo, que o Ikki tem raiva do Kido e dos irmãos no começo da HQ. Porém, o fato dele ter tido 100 filhos de 99 mulheres (apenas Shun e Ikki são da mesma mãe) era muito forte – e irreal – por isso foi retirado do animê. Assim, Seiya não tem uma origem clara na versão animada. Apenas sabemos que ele tem uma irmã, Seika. Pode ser muita viagem, mas... E se colarem que a origem de Seiya foi igual à de Kouga, de alguma forma? Ou há uma relação mais forte entre eles? Até porque, vale lembrar, o antigo e o novo cavaleiro de Pégaso possuem muitas características iguais – isso sem falar que a Shina só revela ao Kouga a verdade sobre a origem do garoto DEPOIS que ele reconhece no Seiya um cavaleiro de verdade.

Mais uma vez, repito: isso não quer dizer que Kouga é a reencarnação de Seiya, mas sim que a função dele em relação à Aria é próxima a do antigo cavaleiro de Pégaso em relação à Athena.

Ou pode ser que o fato do Kouga ter nascido a partir de um meteorito seja apenas para o nome “Saint Seiya” ainda fazer algum sentido. Pode ser...

No final, Kouga não é mesmo filho do Seiya com a Saori – mas isso não quer dizer que a história acaba aí... Vamos ver, agora, os rumos que a série terá.

Só para fechar: fiquei esta resenha inteira sem fazer uma piadinha com METEORO DA PAIXÃO. Eu consegui. =D