Os games são as (únicas) estrelas de Pixels | JUDAO.com.br

Filme estreia nesta quinta (23) no Brasil e, cara… Não espere uma grande justificativa pra Terra se tornar um arcade gigante, não…

Ah, o começo dos anos 80. A época de ouro dos videogames. Quando tudo que importava era passar horas e horas nos arcades, gastando fichas e mais fichas. E mais fichas, e mais fichas, até que todo mundo percebeu que os joguinhos eram uma coisa série que não só poderia deixar alguém muito rico, mas também acabar com todo esse dinheiro do dia pra noite.

É nesse momento da HISTÓRIA DA HUMANIDADE, mais exatamente em 1982, que Pixels começa. O filme, dirigido por Chris Columbus, o mesmo dos primeiros Harry Potter e Esqueceram de Mim, que estreia no Brasil nesta quinta (23), retoma os maiores clássicos daquela era, com um visual incrível, 3D e tudo mais. Pra quem viveu aquela era de ouro dos games (ou, como eu, que sentiu seus reflexos), é algo incrível.

Mas, Pixels é um filme escrito por Adam Sandler. Estrelado por Adam Sandler.

Basicamente, a ideia do filme é que enviaram pros confins do espaço, em 1982, uma cápsula da NASA com imagens dos jogos que faziam sucesso na época — o que até foi feito, com músicas, filmes e outras coisas, na vida real. Os aliens pegaram aquilo, acharam que a nossa sociedade vivia assim e se prepararam pra nos derrotar no nosso próprio jogo. A única esperança da Terra acaba sendo um bando especialistas naqueles jogos e, assim sendo, os únicos capazes de derrotar os ETs.

...e esse é todo o enredo do filme. Tudo o que coube nos trailers, só que agora esticado pra 105 minutos e ficando com um monte de furos no processo.

Pixels

A verdade é que a ideia do filme surgiu num curta de 2010, também chamado Pixels e criado por Patrick Jean, que é sobre uma TV que explode e libera “criaturas 8-Bit” por Nova York. Em um pouco mais de dois minutos, o nosso planeta se transforma em um gigantesco pixel único. Fim.

Pixels, o longa, claramente se deixa levar por essa ideia visualmente incrível, inventando uma história que serve apenas pra justificar a ideia de que um grupo de nerds está ali usando armas de luz e carros pra enfrentar games gigantes no meio da cidade.

Adam Sandler faz (quase) o seu papel típico: o do loser que poderia ter sido grande na vida se seus conhecimentos sobre padrões de games dos anos 80 servissem pra alguma coisa. O colega de jogatina, vivido por Kevin James (cara, é um filme do Adam Sandler, são sempre os mesmos), não era muito bom, mas acabou se tornando o Presidente dos EUA — pra explicar como um civil loser consegue ter a chance de salvar o mundo, claro.

Peter Dinklage é melhor coisa de todo o elenco, dando vida a um jogador fodão dos anos 80 chamado Eddie Plant junto com a versão junior dele mesmo, que é intepretado nas cenas de 82 por Andrew Bambridge. “Melhor coisa” não significa que roubem o filme pra eles, porque o roteiro é tão fraco que impede até isso.

Pixels

Vamos supor que você vai assistir ao filme, simplesmente porque sim. Você gosta do Adam Sandler, então é óbvio que vai prestigiá-lo novamente nos cinemas. Ou sei lá, seu SPECIAL ONE te obriga... Faça isso então em IMAX, 3D, a porra toda. Porque, de verdade, a única coisa que se salva em Pixels são os jogos e os efeitos. Exploda de emoção com o Pac-Man ganhando vida. Ou com um Centipede gigante. Ou ainda com o Donkey Kong.

Mas, por favor, ignore tudo o que tem no meio. Isso não é (infelizmente) Detona Ralph.

Se você pensar que o curta original foi feito, cinco anos atrás, só prá ser uma exibição de efeitos, de joguinhos dominando o mundo, eles só estão tomando o que é deles por direito... E mostrando que, as vezes, é bom deixar coisas simples exatamente do jeito que elas são.

Ou sei lá, não escolhe o Adam Sandler pra isso, né?