Parceria entre Netflix e The Weinstein Company chega ao fim | JUDAO.com.br

A Lantern Entertainment libera o serviço de uma série de obrigações e precisará agora RALAR pra ganhar a confiança da indústria novamente.

Se passaram 9 meses desde a primeira denúncia de abusos sexuais cometidos pelo até então poderosíssimo Harvey Weinstein publicada pelo The New York Times. De lá pra cá, vivemos uma revolução significativa com o movimento #MeToo, a ebulição de VÁRIOS outros nomes problemáticos da indústria do entretenimento e um importante diálogo constante sobre assédio, respeito e abuso de poder.

No último dia 25 de Maio, vimos Harvey ser preso e, nessa semana, as ações restantes de sua companhia serem vendidas para a Lantern Entertainment por US$ 289 milhões.

Com essa história toda, os últimos contratos da companhia foram revistos e o Netflix cancelou o dele com a produtora. Segundo o acordo mostrado pelo Deadline, a plataforma já não tem mais nenhuma obrigação de aceitar a entrega de conteúdos ou pagar qualquer quantia por programas de televisão, séries, filmes ou qualquer outra coisa desde 11 de Julho de 2018.

NA PRÁTICA, significa que alguns programas previstos em parceria não vão continuar normalmente. Scream, a série derivada da franquia de terror, provavelmente não terá sua terceira temporada por lá e Pequenos Espiões: Missão Crítica tem uma segunda parte garantida. Mas o futuro... não se sabe. A única que está REALMENTE a salvo é Peaky Blinders, já que seus direitos de exibição foram comprados ANTES da dissolução da companhia.

Quer dizer... A produção de Peaky Blinders era da Endemol Shine, mas passou para o Netflix após um acordo da extinta The Weinstein Company e tal. SÓ QUE a Endemol está processando a companhia por uma quebra de contrato por conta da conduta de seu presidente. E até esse processo se resolver, o Netflix vai reter US$ 1,6 milhões em taxas de licenciamento.

ENFIM: fato é que as mudanças estruturais estão SÓ começando.

A Lantern agora vai ter que se virar muito bem pra fazer novas alianças de produção e retomar o trabalho. Em declaração oficial, os co-presidentes da companhia, Andy Mitchell e Milos Brajovic, disseram que “por meio de várias conversas com os membros da nossa empresa, criativos e profissionais da indústria, nos inspiramos pelo comprometimento coletivo e apoio para formar e lançar nossa nova produtora”.

É aquilo: tomara que tenhamos DE VERDADE aprendido algo com essa situação. Que a alteração esteja também no comportamento desses profissionais e nessas novas relações de poder.