Pequeno Príncipe: veja o filme, leia o livro | JUDAO.com.br

O novo filme, que é uma continuação da história clássica, está estreando no Brasil — e essa é uma ótima hora de você tirar o atraso e ler o livro, no caso de nunca ter feito isso antes

Lembro de ter O Pequeno Príncipe em algum lugar em casa. Trago na memória o desenho da jiboia que comeu o elefante, que os adultos sempre interpretam apenas como um chapéu. Mas não li além do encontro do Príncipe com o aviador, algo que acontece logo nas primeiras páginas. Por que parei?

Não sei.

Com o tempo, vendo imagens, lendo textos, conheci os baobás, o relacionamento com a rosa, o desenho do carneiro na caixa. A viagem dos pássaros fora do asteróide B612. A raposa. Algumas das aquarelas clássicas do escritor Antoine de Saint-Exupéry, que ilustram a obra. Mas é isso.

Então, não, o Pequeno Príncipe não fez parte da minha infância.

Assisti ao novo longa animado, uma produção francesa dirigida pelo americano Mark Osborne (diretor de Kung Fu Panda) que estreia nesta quinta (20) no Brasil, apenas com essas poucas informações na cabeça. E fui também apaixonado pelo primeiro teaser, que mostrava algumas poucas cenas, todas embaladas pela música Somewhere Only We Know, do Keane.

O filme conta a história de uma garotinha que desde pequena vive sobre as regras rígidas que a mãe lhe impôs, com o objetivo de torná-la uma adulta bem sucedida, com um ótimo trabalho em uma grande empresa. Pra isso, não há tempo pra brincadeiras ou amigos, apenas muito estudo e disciplina para entrar em uma prestigiada escola. Ao se mudar prum novo bairro, a menina acaba conhecendo o vizinho, um velhinho bem excêntrico e simpático que insiste em ser amigo da garota, enviando a ela páginas de um livro que ele mesmo escreveu e ilustrou.

Inicialmente ela não dá muita bola, mas aos poucos começa a ler e fica intrigada com a história de um menino que vive num asteroide, e que conheceu um aviador no meio do deserto. A princípio a menina hesita, mas aos poucos o velhinho vai conquistando sua amizade e amor. No processo, muitas lições sobre amizade, crescer e sobre o que é realmente importante em nossas vidas.

As cenas mais belas do filme, que são feitas utilizando a técnica de stop-motion, infelizmente são poucas. O restante da história, no “mundo real” por assim dizer, é produzido em computação gráfica. Muito bem feito, mas nada impressionante. Ainda assim, a história e os personagens acabam cativando, e você se vê empolgado em saber aonde essa viagem de auto-descobrimento vai te levar.

O Pequeno Príncipe

Se você já leu O Pequeno Príncipe deve ter sacado: o filme animado se posiciona como uma continuação da história original. Mas não se preocupe, não é preciso ler o livro pra entender a trama — mas deveria. Se esse é o seu caso, ao sair do cinema passe numa livraria e compre o livro. Tem edições baratinhas, por R$ 9,99 você consegue uma. Ou peça emprestado pra alguém.

Como eu disse, não li O Pequeno Príncipe quando era criança. Mas ainda bem que tive a chance de corrigir isso agora. O livro fala sobre amizade, amor, vida e morte, começo e fim, crescimento e importância de uma maneira bela e melancólica, e o filme é uma linda homenagem a esse grande clássico.

Ser adulto só é chato e sem graça se você esquecer. Afinal, por mais que a vida sempre nos force a enxergar o chapéu, ainda existem coisas que nos levam a enxergar a jiboia e o elefante novamente. Ainda bem. :-)