“Um grupo de jovens que resolve fazer uma viagem ~muito louca~ e acaba se deparando com um maníaco sedento de sangue carregando uma serra elétrica”. Parece coisa de filme de terror gringo... E é. Ou, pelo menos, é parte das muitas referências que Condado Macabro, o primeiro slasher movie nacional entrega, com bom humor e um tempero de elementos brasileiros como, ora vejam, uma trilha à base do mais fino brega de nomes como Reginaldo Rossi.
E palhaços. Sendo que um deles se chama CANGAÇO.
Recebemos no Estúdio Sócrates Brasileiro, na Central3, os diretores do filme, Marcos DeBrito e André de Campos Mello e conversamos sobre como é produzir, financiar e distribuir um filme de terror no Brasil, sobre o Rob Zombie e sobre referências. Sobre o Jason e o Crystal Lake. Sobre comédias românticas, olha só. E, claro, sobre palhaços, que dão um medo DESGRACENTO, né? :D
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Marcos De Brito (@Marcos_DeBrito)
André de Campos Mello
Thiago Borbolla (@borbs)
Thiago Cardim (@thiagocardim)
Bruno Ondei (@ondei)
Leandro Iamin (@leandroiamin)
Sangue Brasileiro no meio dos slasher films
Condado Macabro no Facebook
O PoOOoOooODCAST é produzido em parceria com a Central3
SOBRE O FILME... Primeiro slasher Brasileiro, primeiro longa de ficção de Marcos DeBrito e André de Campos Mello. É inegável a contribuição para a cultura pop Brasileira, ainda que com uns 40 anos de atraso e sem exatamente alguma novidade — propositalmente, diga-se.
Tá logo no começo da conversa aí no PoOOoOooODCAST: é uma homenagem ao gênero, especialmente ao Massacre da Serra Elétrica. É, na essência, o mesmo filme, com até os mesmos plot-twists o que, sinceramente, não atrapalha em absolutamente nada se você tiver na cabeça que aquela história não se leva a sério.
Cada um dos personagens e a maioria das situações são como piadas internas, que só os já INICIADOS no gênero que vão entender — sabe como é, o tal do contexto. Tem o Beto, cara escroto pra caralho (Rafael Raposo) que consegue se dar bem sabe-se lá como, o Leonardo Miggiorin sendo o CERTINHO Théo, quase o mesmo personagem que viveu em Presença de Anita (isso, eu confesso, não sei se foi proposital, mas ajudou na brincadeira, hehe), o sexploitation da Lena (Bia Gallo, que também é diretora assistente) que, sim, tira a roupa, mas ao som de Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme do Reginaldo Rossi e com uma tarja preta enorme na frente dos peitos... Enfim.
Condado Macabro é um filme divertido pro si só. Não precisava, por exemplo, das piadas com a Vanessa (Olívia de Brito), já que elas em nada acrescentam ao filme — assim como a sequência de quase estupro da Lena. Havia TROCENTAS de maneiras de fazer com que ela nocauteasse o palhaço, sem precisar partir pra esse tipo de coisa.
O filme não precisava disso e acaba até destoando de todo o resto que se vê.
Mas o provavelmente principal problema são as trocentas explicações que o filme dá, que pegam quem tá assistindo pela mão e sai apontando cada coisinha da história, quase que literalmente. Achei legal a coisa de ir e voltar no tempo pra mostrar os diferentes pontos de vista, mas era o caso de termos enxergado a história através desses pontos de vista, apenas e tão somente.
Ao voltar lá pro começo e recontar tudo, encaixando cada uma das peças no quebra-cabeça, o filme faz com que tudo fique claro demais, quase que desacreditando no nosso poder de compreensão que, mesmo que fosse problemático, deveria ser mais exercitado com a ajuda de bons roteiros, direções e atuações.
No mais, Condado Macabro é exatamente o que se propõe a ser: uma grande homenagem / versão / cópia de um clássico do cinema de horror, que não se leva a sério e se encaixa perfeitamente na nossa realidade.
Que sirva de inspiração e de exemplo de que sim, a gente pode contar qualquer história. É difícil, mas alguém precisa fazer, né? :)
Condado Macabro estreia 12 de Novembro no Rio de Janeiro, Aracaju, Sobral, Salvador e Londrina e em VOD, e no dia 19 em São Paulo.
Pra não concorrer com Mulan, Bill & Ted 3 vai estrear em VOD mais cedo: 28 de Agosto! https://t.co/Bu3VBYYW8X