Quebra-Nozes e os Quatro Reinos é um clássico filme da Disney, o que não necessariamente é algo bom | JUDAO.com.br

Ah, então você gosta de toda aquela coisa de MAGIA DISNEY, né? Então tá, O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos é pra você. Se não, bem…

Se você é um dos discípulos da Disney e ama absolutamente tudo sobre a magia do estúdio, existe uma chance de O Quebra-Nozes e Os Quatro Reinos te agradar. Mas se você espera qualquer coisa próxima ao balé original, olha...

Escrita por Ashleigh Powell, estreante como roteirista,, essa versão de O Quebra-Nozes acompanha Clara (Mackenzie Foy), uma jovem adolescente que mora com seu pai e seus dois irmãos. Tentando suportar seu primeiro natal sem a mãe, Clara ganha do pai um último presente deixando por ela: um misterioso ovo que só abre com uma chave específica. Acontece que a chave não está entre os presentes. A partir disso, Clara é guiada por seu padrinho Drosselmeyer (Morgan Freeman) para uma passagem secreta e acaba no floresta dos Quatro Reinos, onde descobre um segredo sobre a mãe.

Originalmente dirigido por Lasse Hallstrom com algumas cenas filmadas por Joe Johnston, o filme adiciona apenas alguns elementos-chave do balé, joga uma quantidade enorme de brilho ‘by Disney’ e entrega uma produção bem longe do que poderia ser. Sendo criados para os filmes, Os Quatro Reinos consistem no Reino dos Flocos de Neve, comandando por Shivers (Richard E. Grant), o Reino das Flores, liderado por Hawthorne (Eugenio Derbez) e o Reino Doce, regido por Sugarplum (Keira Knightley), uma fada que parece um algodão doce ambulante com uma voz estridente um tanto irritante. Os três reinos estão em guerra com o Reino do Divertimento, banido após entrar em conflito com a rainha Mother Ginger (Helen Mirren). Esse pequeno mundo era comandado pela mãe de Clara e uma luta de poder começou em sua ausência.

Ao criar esses reinos, esperava uma apresentação mais ampla desses lugares, mas isso não acontece e o não faz jus ao título dado ao filme. O Quebra-Nozes e Os Quatro Reinos perdeu uma oportunidade valiosa de explorá-los, mais citados do que real diferença na narrativa. Até mesmo os regentes não são explorados como deveriam e apenas Sugarplum tem um papel de real destaque na trama.

Outro grande problema de O Quebra-Nozes e Os Quatro Reinos é que o que deveria fazer parte de algo maior, acaba se tornando a trama principal. Com uma história extremamente simples e a incapacidade de expandir os elementos que nos apresentaram, o filme se torna exageradamente arrastado logo após a introdução de Clara nesse novo universo.

Em momento algum, O Quebra-Nozes e Os Quatro Reinos encontra o ritmo adequado de fantasia, aventura ou até mesmo filme de Natal. Misturando uma quantidade enorme de elementos diferentes, a história se torna uma mistura de Alice no País das Maravilhas, Jogos Vorazes e O Mágico de Oz. Resumindo: uma bagunça confusa.

Com uma história original tão simples, essa adaptação cinematográfica não precisava ser fiel ao material original, mas o enredo e o visual criado para o filme são preguiçosos e beiram o esquecível. O design de produção é surpreendentemente limitado e não cria, em nenhum momento, a sensação de universo e falha em fazer a imersão nessa história. Apesar dos belos figurinos e da preocupação em caracterizar cada regente, esperava algo mais próximo de suntuosidade do live-action A Bela e a Fera.

Além de um visual limitado, O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos oferece ensinamentos morais que a Disney entrega em suas produções desde sempre e já estamos carecas de saber. Histórias sobre “acreditar em você mesmo” e “valorizar a família” são a fundação da própria Disney, portanto o filme não oferece nada novo.

Infelizmente, o maior destaque dessa produção não recebeu mais tempo em cena e sua participação foi constantemente interrompida por explicações sobre o que o público estava vendo. Em um momento específico, Clara está conhecendo a história dos reinos em uma apresentação de balé protagonizada pela Ballerina — que também era a estreia de Misty Copeland, a primeira afro-americana a se tornar a principal bailarina do American Ballet Theatre, em Hollywood. Segundo a própria bailarina, o filme era a plataforma perfeita para as pessoas conhecerem balé, mas esse é o único momento do filme onde existe qualquer balé.

Sendo assim... ¯\_(ツ)_/¯