Enquanto isso, no Canadá, a Força deve Despertar no serviço cerca de OITO meses depois de sair dos principais cinemas. MALDITAS JANELAS!
Star Wars: O Despertar da Força ainda não chegou nos cinemas, mas a maneira como assistiremos ao filme depois que ele sair das telonas já está movimentando as interwebs.
Na última semana surgiu a informação de que não só o Canadá deverá ser o único país do mundo a contar com o filme de JJ Abrams no seu Netflix como o fará cerca de OITÔ meses depois que o filme deixar a maioria dos cinemas por lá.
Como já falamos algumas vezes aqui no JUDÃO, o mundo do entretenimento está dividido em barreiras, regiões e contratos. Lá fora, um filme pode estar nas mãos de uma distribuidora diferente do Brasil, ou até na mesma, mas com assinaturas de acordos diferentes.
A Disney é uma das empresas que está em um rolo do tipo. Nos EUA, o Sr. Mickey está atualmente presa a um contrato com o Starz, que termina no final deste ano. Por esse acordo, tudo que eles lançarem nos cinemas até lá será distribuído em streaming por essa empresa, que não tem acordo com o Netflix desde o começo de 2012 — ou seja, o Despertar da Força NÃO vai estar disponível pros seus usuários do Netflix, da mesma forma que eles, hoje, não encontram nenhum filme recente da Disney no serviço de lá. No máximo, dá pra achar alguns clássicos em animação com algumas décadas de vida. E só.
No Canadá, por mais que as vezes não pareça, as coisas são bem diferentes. Lá a Disney não tem o Starz e fechou um novo acordo com o Netflix agora em 2015. Dessa forma, os filmes do estúdio passaram a estrear no serviço OITÔ meses depois de deixarem a maior parte dos cinemas no país. Com o novo Star Wars não será diferente, simples assim.
Enquanto isso, no Brasil e no resto da América Latina, a situação parece seguir um terceiro cenário. Vai lá no seu Netflix, rapidinho. Procura lá por Os Vingadores (que já é um filme Disney) ou as animações da Pixar. Eu espero. Pronto, viu? Tão lá. Assim como diversos outros filmes da Disney — mas não todos. A diferença é que, até onde o JUDÃO conseguiu apurar, os filmes estão estreando no serviço cerca de QUARENTA meses depois de deixarem os cinemas.
Pra você ter uma ideia, Homem de Ferro 3, lançado 2013, só deve aparecer por lá no segundo semestre do ano que vem. O Mandarim já foi e não foi e foi de novo e, até agora... :D
Star Wars: O Despertar da Força deve aparecer no Netflix do Canadá ainda em 2016
Além disso, é provável que o acordo não envolva todos os filmes, mas sim um grupo específico OU cada um individualmente. Por isso não temos a franquia Piratas do Caribe no Netflix, por exemplo.
Tentamos confirmar com o Netflix Brasil se Star Wars: O Despertar da Força está dentro de algum contrato ou acordo existente para o Brasil, mas a empresa preferiu não confirmar e nem comentar o assunto. Porém, se seguir o padrão dos filmes da Pixar e da Marvel Studios, é provável que sim. Claro, 40 meses é um período muito longo, contratos acabam, são renovados e modificados em menos tempo, mas é de se imaginar que tenhamos que esperar um período como esse.
O Netflix vive se declarando contra o atual sistema de janelas e sempre procura incentivar os distribuidores independentes a diminuírem esses prazos. Um exemplo recente, e nacional: Carrossel – O Filme, que chegou ao serviço se streaming pouco tempo depois de sair de cartaz na tela grande. Outro exemplo, mais emblemático, é de Jogos Vorazes, que chegou ao serviço Brasileiro no mesmo dia do lançamento em Bly-ray e DVD lá fora — MESES antes do início das vendas no Brasil.
Isso sem contar Beasts of No Nation, primeira “produção original” do Netflix, que estreou em alguns cinemas no mesmo dia em que foi liberado em todo o mundo através do serviço.
A Disney sabe que Star Wars: O Despertar da Força venderá muito em home vídeo, independente do streaming, simplesmente porque estão lidando com a maior franquia da história da cultura pop. O streaming, na verdade, vai funcionar pra engajar mais gente, os não tão fãs, pros outros filmes que vão vir por aí nos cinemas. E não são poucos — serão três num tempo em que, se continuar desse jeito, o Episódio VII não terá chegado ao Netflix por aqui.
Se a Força pra mudar essa história de 40 meses dos novos Star Wars por aqui está com alguém, esses são os executivos da Disney responsáveis pela distribuição na América Latina e do Brasil. São eles, no final das contas, que tem o poder de decidir (e arranjar uma briga com o resto da galera do nosso arcaico mercado de entretenimento, como as TVs fechadas, abertas e locadoras).
Nesse momento, Netflix e Disney estão negociando como podem colocar no streaming os filmes antigos, pra ajudar a justamente aumentar esse FRENESI por O Despertar da Força. Ninguém até agora justificou a razão desse acordo ainda não ter saído, mas eu arrisco uma palavra: Fox. É a Raposa que ainda mantem os direitos de distribuição do primeiro Star Wars, de 1977, e acredito que eles querem morder uma boa parte dessa grana — ou simplesmente não querem cooperar, mesmo.
Até agora, a Raposa e o Rato só se acertaram pra distribuir Star Wars completo em streaming na China. Porque lá, né... :D
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