Ao final desta primeira temporada da série, temos a certeza absoluta que Kara honra muito mais a casa dos El do que o seu priminho na versão cinema
SPOILER! Um sobrevivente da explosão de Krypton caído no chão, diante do que parece ser a morte certa nas mãos de uma pessoa usando uma armadura especial de proteção e prestes a cravar uma lâmina de kryptonita no meio do S do peito daquela pessoa. Isso poderia, claro, te lembrar um dos momentos cruciais de Batman VS. Superman, mas se trata do episódio final da 1a temporada de Supergirl, exibido nesta segunda (18).
Com a mente controlada pelo plano maquiavélico de Non e sua finada amada Astra, a irmã adotiva de Kara, Alex Danvers, quase a mata – mas, assim como em BvS, é a mãe que resolve tudo. Quando a mãezona de ambas surge, consegue fazer Alex lembrar de seu pai e, portanto, resistir ao controle mental. E, senhoras e senhores, as pouquíssimas semelhanças se encerram aí. Ainda bem, eu diria.
Por conta de toda a treta contratual, talvez uma das grandes penas deste ano inaugural da Supergirl tenha sido o fato de que ela nunca se encontra REALMENTE com o primo famoso. A gente vê um borrão de capa vermelha aqui, umas botas ESCARLATE acolá, Kara e um certo Clark batem papo via uma espécie de Messenger. Mas ele nunca dá as caras de fato. É mesmo uma pena. Porque se ao longo destes 20 episódios ela ensinou ao mundo o que significa de fato aquele S no meio do peito, a cereja do bolo seria vê-la dando umas dicas de como ser uma chama de esperança vinda do outro lado da galáxia para o grande S de Metrópolis.
Pra ajudar a população de National City, Maxwell Lord (que surpresa, aliás, um personagem ao mesmo tempo tão carismático e tão odiável) consegue colocar a Supergirl diante das câmeras de uma emissora de TV desativada. Usando o sinal analógico, para driblar os planos dos rebeldes kryptonianos e o controle digital da Índigo, ela manda uma mensagem de esperança, de superação, do quanto a Terra é importante para ela, do quanto a família que a criou em nosso planeta significa. Uma cena que é, de verdade, de encher os olhos de lágrimas e que resume toda a luz no fim do túnel que esta primeira temporada foi para quem curte boas e divertidas histórias de super-heróis.
É muito legal ter a Supergirl voando por aí. Não só porque é uma heroína, uma mina chutando bundas de igual pra igual em uma série de ação, mas porque a personagem é foda. Ponto. Ela funciona. Melissa Benoist conseguiria derreter um iceberg com seu sorriso, mas sabe dosar bem pra caralho os lados mais doce/inocente e BADASS de seus dois alter-egos (e, vamos combinar, ela chega a dar medo no episódio em que está dominada pelo efeito da kryptonita vermelha).
O grande segredo aqui? Carisma. Os personagens são todos ótimos, da protagonista aos coadjuvantes. A versão “adulta” do Jimmy Olsen (ou melhor, James, não é mesmo?) é daqueles caras que todo mundo queria ter como amigo. O Winn, que tinha tudo para ser um Cisco genérico, tornou-se o sidekick indispensável, um eterno romântico. Alex é tão fodona e tão super-heroína quanto a irmã, apesar de não ter poderes, mas sabe quando aparecer com um pote de sorvete para curar a dor de cotovelo. Queria todos eles comendo uma pizza na minha casa, cara.
Mas, além de Kara, vale ressaltar dois personagens que são tão pilares da história quanto a Supergirl e representam suas maiores forças. Pelo lado do “coração”, Hank Henshaw, que era um mala autoritário que logo se revelou uma versão incrível e paternal de J’onn J’onzz, o Caçador de Marte (é, parece que a Supergirl encontrou o seu Átomo, afinal de contas). E pelo lado do “humor”, um elemento fundamental nesta série, todos os aplausos para a Cat Grant vivida por Calista Flockhart, canastrona e exagerada na medida certa, um poço de referências pop divertidas, de piadinhas com filmes, séries e celebridades.
Apesar do começo da temporada ter seguido aquele mesmo molde das séries do Greg Berlanti e companhia (a formação do time que compartilha o segredo, a base secreta, os vilões capturados e enjaulados, tipo Flash e Arrow), o que eu admito que me deu um pouquinho de medo, aos poucos a coisa foi tomando outra forma, outro rumo, tomando decisões mais corajosas, perseguindo seus próprios caminhos. Arriscou. Deu no que deu.
Nestes últimos episódios, descobrimos que os EUA são regidos por uma presidente mulher – e os produtores, inclusive, já deixaram claro que gostariam de ver ninguém menos do que Lynda Carter interpretando o papel. É de se esperar que, agora que o General Sam Lane perdoou J’onn J’onzz e deixou Lucy Lane (irmã da Lois) no comando do DEO (Department of Extra-Normal Operations), tenhamos uma proximidade maior da Supergirl e seus amigos com o governo federal. Isso, obviamente, de maneira “oficial”. Porque, extraoficialmente, com o fim dos kryptonianos liderados por Non, já sabemos que tem um novo inimigo à vista: o Projeto Cadmus.
O segredo a respeito da visão telepática que J’onzz teve, sobre Jeremiah (Dean Cain) ainda estar vivo 10 anos depois, deve permear grande parte da próxima temporada – que, tá bom, ainda não foi OFICIALMENTE confirmada mas, uma vez que foi dito que “todas as séries da CBS seriam renovadas” e Supergirl é uma delas, é bem complicado imaginar que não aconteça. E como o Sr. Danvers está lá no Cadmus, a probabilidade de ele ter sido transformado numa experiência bizarra é bem grande – talvez o Superciborgue, retomando o plot que muita gente achou que ia rolar com Henshaw assim que o personagem foi anunciado na série? Como o ator já foi o Superman em outro momento da carreira, seria no mínimo honroso e engraçado. ;)
O Cadmus ainda tem uma boa cota de criaturas estranhas a oferecer – os chamados DNAliens (humanos com DNA alterado), por exemplo, seriam uma opção, e eu arriscaria que o chifrudinho telepata Dubbilex deve ser presença praticamente confirmada, além de uma versão do heroico protetor chamado Guardião, uma versão DC do Capitão América. E, tá bom, qualquer leitor de quadrinhos imediatamente deve ter pensado em um determinado nome assim que o Projeto Cadmus foi mencionado pela primeira vez: Superboy. O clone adolescente do Superman, Kon-El, que surgiu do desejo dos cientistas do laboratório em criar um substituto à altura do Homem de Aço depois de seu duelo fatal contra o Apocalypse (e, olhem só, seria mesmo um timing perfeito...).
Por falar em “Super-Alguma-Coisa”, falemos aí do gancho final deste último episódio, um pod exatamente como o da Supergirl caindo na Terra, ela abrindo e soltando um sonoro OMG. Corta e termina. Segredo no ar. Quem estaria lá dentro? Que outro kryptoniano falta aparecer? Talvez Astra, a mãe verdadeira da Supergirl? Ursa? O General Zod? Quem sabe Karen Starr, a Poderosa? Ou então... que rufem os tambores... KRYPTO, O SUPERCÃO?????????
Ô, Berlanti, fala sério. Para esta série ficar ainda mais divertida, só falta a Kara ser acompanhada por um cachorro que tem superpoderes. Um cachorro que voa. Pensa nos novos níveis de fofura que este diabo desta série vai ganhar. Não faria lá muito sem sentido mas... QUEM SE IMPORTA?
Eu voto pelo Krypto. Tipo assim, MUITO. E vocês? ;)