Trilha de Nosferatu será lançada em vinil no Halloween!

Trata-se do trabalho de James Bernard, responsável por apenas UMA das muitas trilhas que o diacho do filme já teve na vida

No dia 28 de outubro, fãs de terror e fanáticos por raridades musicais vão ter um presentão para pedir de Dia das Bruxas. A gravadora londrina Silva Screen Records vai lançar na versão vinil duplo, transparente e avermelhado COMO SANGUE a trilha sonora do clássico Nosferatu, um ícone dos filmes de terror lançado em 1922, dirigido por F.W. Murnau.

Em 1997, a Tanis Film planejava um relançamento desse que é um dos maiores filmes mudos do expressionismo alemão além de clássico do gênero. Então, coube ao historiador especializado na trajetória das produções sem fala e em preto & branco, Kevin Brownlow, fazer o convite para o compositor inglês James Bernard, conhecido por sua atuação nas trilhas dos filmes de terror da Hammer Film Productions na década de 1970.

nosferatuvinylO sujeito topou na hora e a première mundial de sua criação, uma trilha inteiramente nova e original para a obra, aconteceu durante o London Film Festival do mesmo ano, com o maestro e compositor americano Nic Raine regendo a Orquestra Filarmônica da Cidade de Praga.

Esta não foi, obviamente, a única trilha que Nosferatu teve em sua trajetória. A primeira veio da batuta de Hans Erdmann, ainda na década de 20. Mas o grande lance é que, como era bastante comum nos filmes do cinema mudo, a ideia é que ela fosse ser executada ao vivo durante as exibições da produção. O grande problema é que Nosferatu é uma adaptação não-autorizada de Drácula, contando a história de um homem esquisitíssimo chamado Conde Orlok, um vampiro dos Montes Cárpatos que se apaixona perdidamente por uma mulher chamada Ellen. Sacou a semelhança? Pois é, a família de Bram Stoker também.

O caso foi parar na justiça, os herdeiros do escritor levaram a melhor e ORDENOU-SE a destruição de todas as cópias do filme. Claro que, como você bem pode imaginar, algumas delas permaneceram devidamente guardadinhas até a morte da viúva do seu Bram, quando a decisão judicial acabou sendo “abrandada”. As poucas cópias de Nosferatu restantes foram então restauradas e passaram a ser exibidas por aí.

Mas aí vem a complicação número 2: a maior parte das partituras originais de Erdmann se perdeu com o passar dos anos. Lembre-se, estamos falando da década de 1920, o conceito de “cópia de segurança” estava longe de existir. As poucas reconstituições da trilha surgiram a partir de algumas anotações do compositor encontradas muito tempo depois e do pequeno trecho Fantastisch-Romantische Suite.

Em 2012, surgiriam ainda duas novas trilhas. A primeira, composta pelo alemão Pierre Oser, chegou inclusive a ser executada ao vivo durante a Mostra Internacional de Cinema, em São Paulo, com a Orquestra Petrobrás ao ar livre, em pleno Parque do Ibirapuera. Pouco depois, o festival de teatro NZ Fringe, lá na Nova Zelândia, apresentou o espetáculo chamado Transit of Venus vs Nosferatu. Basicamente, tratava-se de uma versão do que rola com Pink Floyd e O Mágico de Oz: a exibição do filme acompanhada por uma versão adaptada do álbum conceitual Nosferatu, lançado em 2009 pela banda Transit of Venus (ah, vá), um quarteto acústico que toca numa vibe pop/soul/bluegrass.

Ainda não foram reveladas as informações de venda nem nada desse tipo, mas você pode ficar ligadinho no nosso @JUDAONews que, assim que soubermos, publicaremos por lá. :)