Ucrânia, Rússia, Crimeia: chama o Jack Ryan | JUDAO.com.br

Em Command Authority, seu último livro, Tom Clancy ASSUSTADORAMENTE previu boa parte do que tá acontecendo agora naquela parte do mundo

Nessa época do ano que vivemos entre Big Brother Brasil e Carnaval, fica complicado se informar em portais e sites de notícias Brasileiros com outras coisas além das musas, do strip quiz da Andressa Urach, dos desfiles das escolas de samba, do único momento em que as subcelebridades ganham algum destaque — e tem seus nomes citados — na Globo. A culpa é minha, sua e deles, já que trabalham pela audiência que é inquestionavelmente fornecida por nós todos.

Mas é aquela coisa, também... Em Março de 2014, só não se informa quem não quer — e quem não sabe falar qualquer outra língua que não o português. Tem twitter, tem Reddit... De qualquer maneira, permita-me então resumir o que tá acontecendo na Ucrânia: em Novembro de 2013, o governo da Ucrânia, todo amigão da Rússia, precisando de um empréstimo de US$ 15 Bilhões (menos de um WhatsApp), resolveu desencanar de um acordo com a União Europeia e foi conversar com a Mãe. Galera não ficou contente com isso, foi lá pra Praça da Independência protestar. O Governo não ficou contente com isso, os protestos aumentaram, a violência aumentou, 70 pessoas foram mortas (inclusive por SNIPERS que até agora ~ninguém sabe quem mandou agir) e o presidente do país, Viktor Yanukovich foi pra Rússia, onde deu uma entrevista coletiva, dizendo que AINDA é quem manda na Ucrânia, estando fora de lá apenas por segurança — sendo que o Parlamente restaurou a constituição, acabou com os poderes absurdos do presidente, tirou Yanukovich do cargo e colocou um outro presidente interino.

Eis então que, no dia 26 de Fevereiro, soldados não-identificados entram na Crimeia, uma região meio independente da Ucrânia, cheia de simpatizantes pela Rússia e que abriga as bases navais do país vizinho. O presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turchynov acusou a Rússia de invasão; a Rússia disse que não tinha nada a ver com aquilo, que aquelas eram tropas Ucranianas. No dia 01 de Março, Vladmir Putin conseguiu que o congresso Russo aprovasse o uso de forças militares na Crimeia, atendendo a um pedido do governo local. Ou seja: tudo era apenas coincidência. ;D

Protestos na Ucrânia
As tropas Russas agora tomaram o Aeroporto da Crimeia, posicionaram navios anti-Submarino, cercaram soldaos ucranianos, o comandante da Marinha já está sendo procurado por traição... Enfim. O bicho tá pegando — ou tá muito próximo de pegar. Mas ninguém sabe exatamente a razão.

Se eles tão só reforçando as suas bases militares, pra que dominar Aeroporto, cercar a galera e a porra toda? Medo de rebeldes atacarem a Rússia, mesmo com um governo interino? Querem aproveitar esse LIMBO de poder pra assumir o controle novamente do país? Colocar Yanukovich de volta ao poder? Ajudar nas eleições, garantindo a LISURA? Tão com medo de perder o ~esquema em Sevastopol e, dessa maneira, garantem aquele ponto estratégico do mapa e foda-se a Ucrânia?

Bom... É uma obra de ficção, mas Command Authority o último livro de Tom Clancy com Jack Ryan como protagonista, escrito com Mark Greany, pode dar uma ideia do que tá acontecendo — e o que pode acontecer. SPOILER! É um tanto assustador. Um tanto paranoico, é claro. Mas... :D

[one-half]Command Authority[/one-half][one-half last=”true”]Lançado em Dezembro de 2013, dois meses depois da morte do autor, e ainda sem previsão de chegada às livrarias do Brasil, o livro conta — de acordo com sua sinopse oficial — história da chegada ao poder de um novo presidente na Rússia, baseada num segredo escondido há décadas. A solução para o mistério está onde menos se imagina, o Presidente Jack Ryan.

Valeri Volodin, o novo presidente da Rússia, é um enorme filho da puta, ex-KGB, que lidera “uma aliança de governos corruptos, agências de inteligência fora-da-lei e gangsters brutais”. Chegou ao poder enganando e traindo muita gente, eliminando todo mundo que chegasse perto do tal segredo que ele esconde. Além disso, ele morre de vontade de ver a Rússia com o mesmo tamanho e toda a glória da época da União Soviética... Primeiro, pela Estônia. Depois, a Ucrânia.

A partir da Crimeia.

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Crimea

[three-fourth]No livro, há várias passagens que provavelmente Tom Clancy pesquisou muito bem ou simplesmente profetizou. PRA COMEÇAR, ele resolveu desencanar de terrorismo nas suas histórias e voltar a apontar o dedo pra Rússia. Aí, por exemplo, comenta da entrega de passaportes russos aos descendentes moradores da Crimeia, criando assim uma grande população de russos por lá, tornando qualquer invasão uma “defesa do seu povo”; protestos PRÓ-Rússia; a tomada da Crimeia em poucos dias — e, com tanta facilidade, um caminho praticamente aberto para Kiev. “Jesus, no melhor dos cenários eles só perdem uma boa parte do território”, disse o presidente Ryan, em uma parte do livro.

Essa história toda acaba criando meio que uma nova Guerra Fria, coloca o Oriente e o Ocidente como oposição um ao outro novamente, envolve corrupção, petróleo e, enfim. ACABA com o presidente Russo frustrado, MAS ainda no poder. E gente poderosa frustrada não é exatamente o MELHOR dos cenários.[/three-fourth][one-fourth last=”true”][text-box title=”Além de Sevastopol”]Agora, obviamente, não é um bom momento pra visitar — até porque tá frio pra caralho, mas a Crimeia é conhecida TAMBÉM pela quantidade de praias de nudismo, famosas e frequentadas por gente de todo o mundo. :P[/text-box][/one-fourth]

“A KGB está de volta. Chame do que você quiser, dê ternos de estilistas famosos e um departamento de RP da Madison Avenue, mas ainda é a mesma gang que nós conhecemos e odiamos”.

Medo. :/