Um deus grego vai enfrentar a Mulher-Maravilha nos cinemas | JUDAO.com.br

Um antigo boato foi finalmente confirmado, e agora dá pra entender ainda melhor o plot do filme da Maravilhosa

Acabou o mistério. Não que, antes, não houvesse um comentário aqui e outro ali, mas agora oficial: Ares, o deus grego da guerra, é o grande vilão do filme da Mulher-Maravilha. A confirmação veio pela revista francesa Studio Ciné, que visitou o set da produção em 2016.

“Por que Zeus criou as amazonas? Porque moldar os humanos a sua imagem e semelhança deixou seu filho, Ares, o deus da guerra, louco e cheio de inveja, convencendo os humanos a lutarem entre si”, esclareceu Chris Pine, o Steve Trevor, para a publicação. “Para restaurar a harmonia entre eles, Zeus criou as amazonas, e Ares as reduziu à escravidão. As amazonas se revoltaram com a ajuda de Zeus, que irá morrer nas mãos de seu próprio filho após encontrar Themyscira, o paraíso no qual Diana irá crescer”.

O ator continua: “Diana Prince se torna a Mulher-Maravilha com a ajuda de Steve Trevor e um orgulhoso esquadrão que protege a lei, que procura aquele que quer acabar com a humanidade usando gás mortal”. Perceba que Pine já nos deu VÁRIAS indicações sobre o filme, além da identidade do grande antagonista da história.

Ares é um antigo vilão da Mulher-Maravilha, introduzido ainda em 1942 pelo criador da heroína, William Moulton Marston. Na época, era usada sua versão romana – Marte – e ele vivia um confronto com a deusa do amor, Afrodite, que havia criado as amazonas a partir do barro, esperando que elas confrontassem o vilão. Marte também se envolveu diretamente na Segunda Guerra Mundial, mas era sempre derrotado pela Maravilhosa.

Após a chamada Crise nas Infinitas Terras, que fez o primeiro grande reboot do Universo DC, o vilão voltou, já chamado de Ares. Mais uma vez ele seguia as influências da mitologia greco-romana, mas a grande diferença é que as amazonas, daquela vez, tinham sido criadas pela deusa Artemis a partir das almas de todas as mulheres que morreram pelas mãos dos homens.

Esse Ares chegou a dominar um corpo humano, mas foi eventualmente morto pela Mulher-Maravilha.

E aí chegamos na fase mais recente, após o reboot da DC em 2011. Na fase chamada de Os Novos 52, Ares foi recriado mais uma vez – inicialmente como um cara velho, barbudo, o qual a própria existência representa a Guerra e que já foi o mentor da heroína. Nessa nova versão, diferentemente das anteriores, é revelado que Diana Prince é filha de Zeus, fazendo-a uma semideusa e, claro, meia-irmã de Ares.

Uma das grandes sacadas desse novo Ares é que, ao representar a guerra, a mera presença dele em algum lugar já faz com que os humanos lutem entre si.

Pelo que foi revelado, podemos dizer que filme da Amazona vai fazer uma grande mistura de todos esses conceitos. Vai pegar a ideia de Ares ser um cara que influencia a guerra entre os homens há milênios e que as amazonas foram criadas para combatê-lo – só que, ao invés de Ártemis ou Afrodite, quem fez isso foi o próprio Zeus, incorporando aí elementos da fase mais recente da heroína.

O link com a Primeira Guerra Mundial também faz absoluto sentido. Veja só: o conflito, na vida real, foi resultado de uma grande escalada de medo e abuso de poder entre as grandes potências da Europa, que acabou com o equilíbrio de poder entre elas. Ocorreu uma série de crises entre os países, como a da Bósnia (anexada pela Áustria-Hungria), DUAS Guerras dos Bálcãs, o crescimento do pan-eslavismo e por aí vai. Quando a população se deu conta, o continente estava dividido entre duas grandes alianças, a Tríplice Entente e os Impérios Centrais.

O estopim pra começar a treta em escala continental foi o assassinato do ARQUIDUQUE e herdeiro do Império Austro-Húngaro, Franz Ferdinand, morto em Sarajevo (a capital da Bósnia) por um grupo de conspiradores, chamado Mão Negra. A partir de então, foi uma declaração de guerra atrás da outra. Para os Aliados, o conflito se tornou uma questão moral: vencê-lo seria acabar com todos os conflitos que existiam antes. Foi aí que surgiu o CHAVÃO “a guerra para acabar com todas as guerras”, dito por Steve Trevor nos trailers de Mulher-Maravilha.

Danny Huston

Agora, transporta isso pro filme. Seja por influenciar as pessoas a lutarem entre si ou efetivamente fazendo alguma coisa nos bastidores, é fácil imaginar que um DEUS DA GUERRA manipulou todos esses conflitos menores para ganharem uma escala mundial. Sabemos que o ator Danny Huston apareceu no material de divulgação com uniforme alemão (um dos Impérios Centrais) e poderia ser o antagonista humano da história – ou a versão humana do Deus da Guerra.

Pine disse que, no começo do filme, Trevor vai invadir uma base otomana para roubar um caderno cheio de anotações e fórmulas científicas. É voltando dessa missão que o avião dele é derrubado – e, aí, ele encontra Themyscira. Não dá pra saber, agora, se a tal base realmente fica realmente no Império Otomano, mas ali é bem pertinho da Grécia (que, no século anterior, foi parte do mesmo império)... ;)

Esse tal caderno deve ligar todo o desenvolvimento da história a partir daí. Nas entrelinhas, o ator dá a entender que as tais anotações são relacionadas aos gases mortais – que, na vida real, tiveram um peso importante na Grande Guerra até o início do uso das máscaras de gás, além de influenciar todo o imaginário popular. TALVEZ as tais anotações ajudem a desenvolver esse tipo de equipamento no Universo DC dos cinemas, né?

Aí você tem Steve Trevor, com o tal caderno importante, preso na Ilha Paraíso. Já sabemos que ele pede a ajuda das amazonas pra voltar pra casa e elas, provavelmente sabendo que Ares deve ter uma importância nesse conflito e lembrando láááá dos desejos de Zeus, fazem um torneio para escolher uma campeã pra levar Trevor de volta. Surge a Mulher-Maravilha.

Eventualmente, Diana e Steve vão dar de cara com Ares, mas ele não é o único vilão da história. Até agora os trailers exploraram bastante OUTRA antagonista, interpretada pela Elena Anaya – que deve ser “aquela que quer acabar com a humanidade usando gás mortal” citado pelo ator. Ninguém sabe, oficialmente, quem ela interpreta, mas o chute aqui do JUDÃO é que se trata de Nina Close, a Madame Máscara (ou uma reinterpretação dessa mesma vilã).

Ela, nos gibis, é uma mulher que mata homens com o uso de máscaras de gás. Nos trailers, a personagem aparece usando uma máscara também – que pode ser para esconder cicatrizes causadas pelo gás mostarda, muito usado no período do conflito. As tais anotações que o Trevor carrega podem ser dela, ou levar os protagonistas diretamente a ela. E se ela estiver junto com Artes, bom, CICLO FECHADO.

Por enquanto são várias teorias. Saberemos toda a verdade – e o final dessa ~aula de história – em 1º de Junho, que é quando Mulher-Maravilha estreia nos cinemas do Brasil.