A notícia é promissora apenas porque Snyder + mortos-vivos, porém… será que ENFIM ele vai superar os filmes da DC?
“Curioso, parece que ele nunca foi”. Esta foi a reação da nossa Julia Gavillan ao saber que Zack Snyder está de volta. Uma coisa é preciso admitir: os motivos que o fizeram se afastar da cadeira de diretor do filme da Liga da Justiça foram trágicos e absolutamente justificados. Logo, a gente entende perfeitamente o exílio ao qual o cineasta se impôs, longe do trabalho em Hollywood durante dois anos. Mas o que a gente NÃO entende é que o exílio era, assim, um exílio não lá muito exilado, né?
Porque toda semana, às vezes até quase que praticamente todo dia, o homem que outrora foi o arquiteto dos Universo DC nos cinemas ia lá no seu perfil da rede social Vero e postava uma foto e/ou vídeo e/ou informação nova sobre os bastidores ou então sobre seus planos que acabaram não indo pra frente em Batman vs Superman ou Liga da Justiça. Era tanto, mas TANTO material inédito, sem parar, que há quem arrisque que juntando tudo, dá pra ter o tal do Snyder Cut inteirinho, sem muito esforço.
Pois eis que o VISIONÁRIO DIRETOR provavelmente vai dar uma aposentada no celular e agora anuncia o seu retorno para o lado de trás das câmeras com Army of the Dead, que ele vai dirigir e também produzir, ao lado da sócia e esposa Deborah Snyder, para o Netflix. A ideia é que as filmagens comecem já agora no meio do ano, pleno verão norte-americano, com um orçamento que pode chegar a belos US$ 90 milhões.
Pois é, parece que o seu projeto dos sonhos, que seria levar a obra A Nascente, da autora Ayn Rand, para as telonas, vai ter que esperar um pouco. Ainda bem, aliás.
“Não tenho nenhuma amarra com este projeto”, afirmou Snyder em entrevista ao THR sobre a sua próxima produção que, como o nome já entrega, será estrelada por zumbis. Ou quase isso. “Eu acho que seria um bom projeto para limpar o paladar e mergulhar de cabeça em algo divertido e épico e louco da melhor maneira possível”, disse, no mais alto nível de empolgação.
Rondando os estúdios da Warner desde 2007, Army of the Dead talvez seja mesmo o projeto ideal pro cara voltar à ativa, é bom que se diga. Afinal, é a sua chance de enfim deixar a DC para trás e se focar em algo que, tematicamente, remete à sua estreia como diretor de cinema: o ótimo Madrugada dos Mortos, que dá pra gente chamar de “reimaginação” do filme homônimo de 1978 dirigido por George A. Romero. É curtição pura e sem compromisso.
“Quando o filme fica muito grande, você meio que se afasta da câmera. E nos últimos anos, eu meio que me reconectei com a fotografia. Este filme será a minha chance de ter a câmera na mão novamente”, afirma o cineasta. “Eu amo ação, adoro grandes sequências. Meu cérebro de pessoa que faz cinema deu um clique e eu fiquei ‘precisamos filmar isso agora!’. Construir estas sequências realmente me empolgou”. E eis que ele finaliza: “esta é a oportunidade de encontrar uma maneira puramente alegre de me expressar através de um gênero. Será a loucura com zumbis mais chocante que alguém já viu. Nunca me senti tão completamente solto”.
A premissa de Army of the Dead é bem interessante: com roteiro de Joby Harold (Rei Arthur: A Lenda da Espada), a trama fala sobre um homem que reúne um grupo de mercenários cujo objetivo é praticar o roubo definitivo: invadir e saquear Las Vegas, cidade que está em plena zona de quarentena graças a uma infestação de zumbis. O que não falta é dinheiro que foi deixado pra trás dentro de cada um daqueles cassinos, ainda que eles tenham se tornado um lugar repleto de mortos-vivos em busca de carne, sangue e miolos.
Em 2007, batendo um papo com o Shock Till You Drop, Deborah contou que, roteiro pronto e aprovado tanto por eles quanto pela WB (“com mínimas alterações”), o casal estava em busca de um diretor. Pois é, a ideia era que Snyder apenas produzisse a parada. Eles estavam buscando alguém experiente mas com um olhar mais “fresco”, para poder fazer algo menos sério, travadão. Durante algum tempo, esta pessoa foi Matthijs van Heijningen Jr., o homem responsável pelo questionável remake de 2011 para o clássico A Coisa, de John Carpenter.
Em 2011, aliás, Matthijs falou com o io9 sobre os zumbis (“que serão rápidos e não lerdos”) e também sobre uma das coisas que tornava o projeto único no que dizia respeito ao restante das muitas produções contemporâneas sobre estas criaturas que são um reflexo do mundo em que vivemos. “Eu ainda tô pensando se devo dizer isso”, começou ele, à época. “Mas os zumbis homens estupram as zumbis mulheres. E aí temos estas crias híbridas bizarras. É uma nova pegada para o gênero, o que é louco”.
Bom, “louco” seria a minha definição para o IMBECIL que tivesse a brilhante ideia de aprovar um negócio cretino como este. Por sorte, segundo o próprio io9 apurou assim que saiu a notícia do retorno de Snyder, esta ideia não consta mais do projeto atual.
AINDA BEM. Sinal de que pelo menos alguma coisa o Snyder aprendeu. É VERO (dsclp).