Vão começar as finais do Eurovision 2018! | JUDAO.com.br

A 63a edição anual do tradicional evento, que este ano será em Portugal, vai contar inclusive com uma participação de Caetano Veloso na apresentação de Salvador Sobral, vencedor do ano passado

A partir desta terça-feira, dia 8, começa na Altice Arena, em Lisboa, a edição de número 63 do tradicionalíssimo Eurovision, um festival / concurso musical que tem ares de Copa do Mundo lá no chamado VELHO CONTINENTE.

Com 43 países participantes, igualando os recordes das edições de 2008 e 2011, vão rolar semifinais nos dias 8 e 10, para enfim acontecer a aguardadíssima final no sábado, dia 12. Tudo ao vivo e transmitido pela TV e Internet.

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Seguindo a tradição, a edição deste ano acontece em Portugal justamente porque o vencedor do ano passado foi Salvador Sobral, que com a faixa Amar pelos Dois garantiu ao país a sua primeira vitória EVER, desde que Portugal começou a participar do Eurovision, lá em 1964.

É uma música que conseguiu impressionantes 758 pontos no total, o maior número da história da competição, liderando não apenas a votação do júri especializado mas também a votação dos espectadores, numa dobradinha que não acontecia desde Rise Like a Phoenix, a vencedora austríaca in 2014. Além disso, outra marca importante foi que, desde 2007, com Molitva, da Sérvia, uma música totalmente cantada na língua nativa do país de origem não levava o troféu pra casa. Mas o português foi lá e representou. ;)

Importante ressaltar que noveleiros de plantão devem reconhecer a música vencedora de 2017, composta pela irmã de Salvador, Luisa Cabral, como a abertura de Tempo de Amar, novela global das 18h que se encerrou em Março deste ano.

O músico, apesar do jeito aparentemente calmo e sereno, não é do tipo que perde oportunidades de expor sua opinião: se pouco antes do Eurovision, quando sua classificação foi anunciada, saiu por aí com uma camiseta dizendo “SOS Refugees”, o que causou certa polêmica e, de acordo com informações de bastidores, foi “aconselhado” a não usar a dita cuja nas apresentações do programa, logo depois que venceu, o sujeito não segurou a língua. No palco principal, reclamou do que chamou de “música descartável” que tem sido frequente no Eurovision, daquele tipo que tem foco muito maior no visual/espetáculo do que na parte musical.

2018 marca também o retorno da Rússia à competição, já que o país se recusou a participar da edição anterior, que rolou em Kiev, na Ucrânia. O motivo? POLÍTICA, é claro. Em 2016, quem venceu foi Susana Jamaladinova, conhecida apenas como Jamala, com a música 1944. A letra fala justamente sobre a deportação dos tártaros, nos anos 1940, realizada pela União Soviética sob controle de Joseph Stalin depois de uma suspeita de colaboração com os nazistas alemães. Jamala ficou particularmente inspirada pela história de sua tataravó, Nazylkhan, que tinha pouco mais de 20 anos quando ela e seus cinco filhos foram enviados para a Ásia Central.

Historicamente, o Eurovision tem uma regra de não abordar assuntos políticos e evitar assuntos espinhosos. Justamente por isso, assim que a canção foi escolhida pela Ucrânia para representá-la no festival, alguns políticos russos acusaram as autoridades do país de usar a faixa para “ofender a Rússia”. Jamala, no entanto, já tinha afirmado que a canção é uma lembrança de sua própria família vivendo na Crimeia, atualmente um território anexado pelo governo russo – mas que as letras não falam especificamente a respeito disso. A organização do Eurovision acatou e a música seguiu na busca pelo troféu.

A apresentação deste ano ficará a cargo de Sílvia Alberto, Filomena Cautela e Catarina Furtado, as três do PLANTEL de apresentadoras do canal português RTP, com a participação adicional da atriz Daniela Ruah. Na grande final do sábado, além da abertura com as cantoras de fado Mariza e Ana Moura, num dueto inédito, o intervalo vai contar com um show de Salvador Sobral, interpretando a faixa vencedora do ano passado, apresentando uma nova canção inédita e ainda fazendo uma dobradinha com o brasileiro Caetano Veloso — que, em 2017, já tinha mobilizado seus seguidores no Facebook para que votassem em peso no Salvador. A dupla, aliás, já tinha sido registrada junta, dando uma palhinha de Nem Eu, do mestre Dorival Caymmi.

Das 43 participantes, a gente separou aqui 15 com um baita potencial pra vencer — e que achamos que você devia, de verdade, colocar aí na sua playlist da semana

| Mall, de Eugent Bushpepa (Albânia)
Um pop rock lindo e emocional, com uns toques de percussão étnica e todo cantado em albanês.

| We Got Love, de Jessica Mauboy (Austrália)
É, a Austrália participa do Eurovision, não reclama. E o som não faz feio pra nenhuma diva pop atual, na boa.

| X My Heart, de Aisel (Azerbaijão)
Tem algo de Katy Perry na voz dela, numa música delicinha que dá vontade de levantar e sair dançando junto.

| Crazy, de Franka (Croácia)
Um pop classudo, envolvente, meio jazzy, que tem até um quê de música de abertura de filme do James Bond.

| Fuego, de Eleni Foureira (Chipre)
Numa boa, poderia virar hit imediato em qualquer rádio americana, na voz de uma Shakira ou Jennifer Lopez.

| Higher Ground, de Rasmussen (Dinamarca)
Quando o cara pinta com esta barba e este olhar de malvadão, cê imagina um metalzão furioso. Mas ele manda uma canção linda, intensa, que lembra um pedaço de um musical ou aquelas faixas que abrem as Olimpíadas.

| Monsters, de Saara Aalto (Finlândia)
Uma das maiores estrelas pop contemporâneas do país, tem um estilo pop hi-fashion dançante que, sejamos honestos, deixaria a Lady Gaga bem interessada.

| For You, de Ethno-Jazz Band Iriao (Geórgia)
A sobreposição de vozes desta banda que é meio jazz fusion, meio étnica, tem um resultado emocionante.

| Viszlát Nyár, de AWS (Hungria)
Talvez o único som mais porradeiro de fato de toda a competição. E, olha... coisa fina pra bater cabeça, hein?

| Toy, de Netta (Israel)
Uma maravilhosa maluquice pop multicolorida e cheia de atitude, cortesia de uma cantora nada padrãozinho. Amamos.

| Inje, de Vanja Radovanović (Montenegro)
Uma coisa meio épica, meio medieval, clássica, bem trilha sonora de filme na pegada Senhor dos Anéis.

| That’s How You Write A Song, de Alexander Rybak (Noruega)
Pop jovem, moderno, descontraído, descabelado, bem Disney. Do tipo que contagia e com um clipe que é uma gracinha.

| Goodbye, de The Humans (Romênia)
Power ballad de qualidade, daquelas roqueiras que acenderiam milhares de isqueiros (ou talvez celulares) num estádio.

| Stones, de ZiBBZ (Suíça)
Indie pop encorpado, corpulento, com pegada. E tanto a letra quanto o clipe querem dizer MUITO, politicamente falando. Talvez os caras do Eurovision não tenham reparado, hahahaha

| Outlaw In ‘Em, de Waylon (Holanda)
O cara já esteve no Eurovision, como parte da banda The Common Linnets, em 2014, e ficou em segundo lugar. Agora ele traz seu country solo, uma pegada meio roqueira que tem muito de Garth Brooks na fórmula.