RESENHA! Vingadores: Ultimato

Vingadores: Ultimato é um filme divertido, satisfatório e corajoso que honra tudo o que a Marvel Studios fez nesses últimos 11 anos.

Não há qualquer possibilidade de falar de Vingadores: Ultimato sem pensar, lembrar e levar em conta Vingadores: Guerra Infinita. Primeiro porque, claro, é uma sequência tão direta que começa DURANTE os eventos do filme anterior; segundo porque os tais eventos ditam as ações do que vemos agora; e terceiro porque Vingadores: Ultimato coloca Vingadores: Guerra Infinita no bolso em diversas questões, mas principalmente por ser um filme... FILME.

Um filme que conta uma história em que grandes revelações, mortes, retornos e surpresas se encaixam naturalmente, sem que elas se sobressaiam ao que realmente importa.

Um filme que não faz nenhum tipo de aposta, sendo em alguns momentos irritantemente óbvio — o que poderia ser uma armadilha ridiculamente fácil de tropeçar, cair e não conseguir levantar mais. Não há nada de novo, nada que destoe do que já estamos acostumados, do que esperávamos; absolutamente TUDO o que vemos e ouvimos durante as quase 3h de projeção foi, de uma maneira ou de outra, referenciado em algum momento anterior.

Mas Vingadores: Ultimato é, acima de tudo isso, um filme que honra esses ONZE anos de legado de um estúdio que mudou a história do cinema e da cultura pop. É um encerramento, uma amarração de pontas soltas, o fim de uma era. E é justamente tudo isso que faz de Vingadores: Ultimato um filme tão divertido, tão satisfatório e tão... corajoso.

Anthony e Joe Russo não procuraram nenhum tipo de saída mais fácil a nenhum dos conflitos que a história apresenta. Não há concessões, não há nenhum momento que grite “FANSERVICE!” tão alto que possa desviar nosso olhar de algum problema. Aqui, eles servem à narrativa — exatamente como deveria ser, sempre.

A Grande Batalha, por exemplo, que nas mãos de algum outro diretor poderia se tornar um evento por si só, dura exatamente o tempo que precisa durar para que a história avance um passo que, logo depois, se tornará outro e depois outros e mais outros. É verdade que o primeiro ato, no qual os Vingadores precisam se reunir, acaba se arrastando um pouquinho e isso pode deixar aqueles NÃO INICIADOS um pouco irritados. Mas quem é que vai assistir à Vingadores: Ultimato sem ter assistido à maioria dos cerca de 20 filmes do tal do Universo Cinematográfico da Marvel?

Claro, tem gente que talvez tenha se dedicado UM POUCO DEMAIS a toda essa história e eu acredito que você saibam o que eu penso sobre isso, mas né? Cada um cada um. ;)

Sendo a conclusão de uma história construída ao longo de 11 anos e que mais do que definitivamente não vai parar por aqui, talvez seja um pouco difícil conseguir enxergar os caminhos que estão sendo desenhados para o futuro (ao menos em relação ao cinema, já que o caminho para as séries do Disney+ está lá, prontinho pra começar) e a ideia é justamente essa. Não é à toa que não existe nenhuma cena extra durante ou depois dos créditos.

Apesar de juntar uma quantidade inacreditável de personagens, Vingadores: Ultimato é em resumo um filme sobre aquela equipe formada em 2012. Aqueles seis personagens são o epicentro de tudo e o que se vê, além deles, são apenas e tão somente participações mais do que especiais, algumas durando menos do que um estalar de dedos (viu o que eu fiz aqui?) e que, como tudo nesse filme, servem apenas e tão somente à história.

História, história, história... Sei lá quantas vezes escrevi essa palavra aqui. Parece que eu tou falando da coisa mais genial do mundo ou sei lá. Não é. A história de Vingadores: Ultimato não é nada demais, na verdade. Mas o fato de ela ter sido contada e TÃO BEM contada acaba sendo um destaque inacreditavelmente grande por aqui. Podia ter dado MUITA coisa errada. MUITA. Mas é tudo redondinho, certinho, no lugar, que funciona bem, REALMENTE bem.

Por isso eu falei, lá no começo, que Vingadores: Ultimato é um filme corajoso. Porque apostou no certo, apertou exatamente os botões que a gente pensava que seriam apertados e AINDA ASSIM conseguem tirar emoções de quem assiste — seja a risada das piadas, que funcionam tão bem quanto todo o resto, seja com a tristeza pelo fim, seja com um simples sorriso no rosto de quem assistiu a um filme, se divertiu, e viu 11 da sua vida passando ali na frente sem que nada tivesse sido em vão.