Acabou que Polar é mesmo só um desperdício de tempo e de Mads Mikkelsen | JUDAO.com.br

Com, sei lá, 10 minutos de filme você tem a melhor indicação de que não precisa continuar assistindo. Então pra que é que fazem, né?!

Eu já me acostumei a ser LUDIBRIADO por trailers, o suficiente pra inclusive não me importar mais com o que mostra ou não: é uma peça de marketing, feita pra que você se interesse por aquilo e vá assistir ao filme, jogar o jogo, o que for.

Veja bem: eu ADORO trailers. Gosto de quando passa um monte antes de um filme, especialmente se eu nunca os vi. Gostava daquelas sessões gratuitas SÓ de trailers que alguns cinemas tinham até outro dia... Mas quando o negócio é no meu computador, no meu celular, bem... Eu deixo pra lá.

Aí surgiu o trailer de Polar, nova produção Netflix baseada nos quadrinhos da Dark Horse, prometendo ser uma enorme mistura de RED com John Wick, INCLUINDO o cachorro. Não era como se eu pudesse ignorar alguma coisa assim, né? Assisti, curti, me interessei pela história e pelo filme, que chegou ao serviço de streaming na última sexta-feira (25).

Tal qual o filme estrelado por Keanu Reeves, o cachorrinho fofildo também morre — e é bem no começo do filme. Mas essa é uma das poucas semelhanças entre as duas produções: quem mata o cachorro é o próprio Black Kaiser (Mads Mikkelsen), que não sente nenhum tipo de remorso e resolve adotar dois peixinhos no lugar. Em outras palavras: o cachorro morre no começo e isso não é gatilho pra nada. Não serve pra nada. Eu DEVIA ter percebido o erro aí. Mas insisti em terminar de ver o filme e, bem... O que esperar de um filme que mata um cachorro só porque sim e foda-se?

Sei que pode soar brincadeira, mas é real. Um milhão de coisas acontecem durante o filme, e nenhuma delas é exatamente um gatilho pra outras, nenhuma delas tem lá muita ligação. Não há qualquer aprofundamento nos personagens ou na história em si — algo que ajuda a fazer de John Wick o que John Wick se tornou, aliás. A coisa um pouco mais aprofundada que temos é a relação dele com Camille (Vanessa Hudgens), mas isso já no terceiro ato e de uma maneira que não ajuda muito.

Até lá, você só sabe que é um cara ajudando uma garota ansiosa, como acontece em tantas outras histórias. Você também sabe que ela vai ser pega pelos vilões... Enfim. O que você vê é o que você tem, extremamente raso, extremamente reto, linear. Não chega a cansar, mas é realmente impossível manter a atenção focada no que se está vendo.

Além do cachorro, outra coisa que fica no trailer é a edição dinâmica e criativa. O que restou pro filme foram os closes em bundas e decotes, as cores saturadas e os títulos grandes na tela. Ok, toda a sequência da invasão da casa de inverno do Black Kaiser é BEM legal e divertida, mas é mesmo uma das poucas coisas legais e divertidas, ou só legais, ou só divertidas, que o filme tem.

Polar ainda tem Mads Mikkelsen e isso é MARAVILHOSAMENTE legal. Mas Polar meio que só tem isso mesmo. Você não perde lá muita coisa do filme, ele também não perde muita coisa sem você. Então... Pra que produzir algo assim? Pra que exibir algo assim? Pra que assistir algo assim?

Fica aí o questionamento. ¯\_(ツ)_/¯