Ahmed Best, o Jar Jar Binks, fala sobre as consequências do ódio que recebeu | JUDAO.com.br

Por mais que não se goste do personagem, a turma passou dos limites — o que, como estamos percebendo cada vez, não é nada surpreendente.

Em 1999, George Lucas colocou o famigerado (e ridiculamente esperado) Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma pra jogo. Ali, conhecemos muitos personagens novos, como Darth Maul, Padmé e o INESQUECÍVEL Jar Jar Binks, um serzinho da raça Gungan que não foi exatamente bem recebido — num filme que já nem era exatamente UM PRIMOR.

Fãs detestaram sua personalidade, tolice e presença no longa, e aquele comportamento de manada fez com que zoar o Jar Jar virasse quase um esporte. Vááários produtos culturais fizeram suas sátiras. Em Os Simpsons, por exemplo, inventaram Jim Jam Bonks. Em The Big Bang Theory, o personagem é usado em um episódio como sinônimo de alguém sem sucesso e desprezado (doce ironia). Mais recentemente, em 2016, um PSICÓLOGO fez um vídeo sobre os porquês ~científicos que levam algumas pessoas odiar esse personagem.

Mas as coisas não tiveram graça nenhuma para o ator que o interpretou, Ahmed Best.

Ano passado, em uma entrevista para a Wired, ele contou que a toxicidade dos fãs de Star Wars estava além do que ele poderia imaginar. “Eu recebi ameaças de morte pela internet. Pessoas vieram me dizer ‘Você destruiu minha infância.’ Ele disse também que esse personagem, por ter um jeito tão apelativo à crianças, não foi visto como merecia: “Existem muitas camadas no Jar Jar que as pessoas não perceberam porque já estavam dispostas a odiarem.” Best afirmou até que George Lucas chegou a confortá-lo, falando que o mesmo acontecera com os Ewoks, Chewbacca e Lando.

Nessa semana, Ahmed colocou em seu Twitter uma foto com seu filho e um pequeno desabafo: “No ano que vem completam-se 20 anos da época em que enfrentei uma repercussão da mídia que ainda afeta minha carreira. Esse é o lugar no qual quase tirei minha vida. Ainda é difícil falar sobre isso. Eu sobrevivi e esse garotinho é o meu presente por estar aqui.” Ele ainda perguntou a seus seguidores se eles gostariam de ouvir mais sobre isso em seu podcast, o The Afrofuturist Podcast.

É aquilo que a gente já sabe, né? O fã exagerado é uma desgraça. E o de Star Wars, ainda por cima... Só lembrar das últimas, como os casos de racismo e xenofobia contra a atriz Kelly Marie Tran e aquela história estúpida de terem reeditado Os Últimos Jedi pra tirar toda a presença feminina.

Aposto que todos que despejaram seu ódio em cima de Ahmed Best sentiram-se SUPER legais e defensores da saga. É mesmo uma pena que, pra se sentir parte de algo maior, alguns indivíduos precisem OFENDER e machucar os sentimentos e a saúde mental alheia. Nenhuma memória emocional ou carinho por obra vale isso.

É como disse Mark Hammil: “arranjem algo pra fazer, nerds”. ¯\_(ツ)_/¯