Apesar de Johnny Depp, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald não é tão ruim assim | JUDAO.com.br

Com um Grindelwald que, definitivamente, podia SIM ter sido interpretado por qualquer outra pessoa (especialmente um ator que interprete diferentes personagens), Animais Fantásticos 2 poderia ter sido BEM pior, vai.

Não sou exatamente uma POTTERHEAD. Assisti a todos os filmes, li uns 4 ou 5 livros, mas o universo de magia da série parou de me interessar FORTE faz um tempo. Por isso, quando fui assistir ao primeiro Animais Fantásticos e Onde Habitam, por insistência do namorado, fui com zero expectativas e não é que me surpreendi? Foi divertido, a história era bem conduzida e, no final das contas, é sempre legal ver um monte de feitiços sendo jogados pra todo lado e aqueles bichinhos novos.

Já para Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald, eu fui bem mais cabreira. Em primeiro lugar, por causa do Johnny Depp. Ele fora escalado pra ser o vilão um tempinho antes de todo mundo descobrir que ela era o puro suco do homem abusivo. Amber Heard, esposa que sofreu toda essa violência, denunciou tudo em 2016 e mostrou até vídeos e fotos pra provar. Com tudo isso, os fãs esperavam que JK Rowling, responsável pelo universo Harry Potter, metesse o pé na bunda de Depp e escalasse outra pessoa. Mas aí a Dona JK postou um comunicado oficial afirmando que entendia as preocupações, mas que a equipe toda respeitava a situação e, por seu entendimento, não só ficava confortável com a presença de Johnny como “genuinamente feliz em tê-lo no papel de um grande personagem dos filmes.”

Em segundo lugar, as críticas que saíram horas antes estavam DETONANDO o longa. E eu entrei no cinema de nariz torcido, confesso. SÓ QUE, que surpresa boa: não é esse desastre todo!

Dessa vez, Newt (Eddie Redmayne) é convocado por Albus Dumbledore (Jude Law) pra cessar os planos malignos de Grindelwald (Johnny Depp), que escapou da prisão e tá pronto pra fazer uma revolução que transforme os puro-sangue uma casta mais nobre. Nós também reecontramos algumas pessoas, como Jacob (Dan Fogler), Queenie (Alison Sudol) e Tina (Katherine Waterson). Ah! E voltamos a ver as COISINHAS LINDAS FOFINHAS QUE SÃO OS PELÚCIOS. <3

A história se desenrola de um jeito pouco linear e dá a famosa EMBARRIGADA no meio, sabe? Tem algumas cenas BEM legais de embates e de Newt cuidando daqueles animais lindos, mas várias coisas acontecem num ritmo ruim e a atuação de Eddie Redmayne parece pior. Se antes ele era um rapaz fofo e um pouco desajeitado, agora ele parece só CHATO mesmo em alguns momentos. O resto do elenco tá bem ok, sem maiores destaques. Nem pro Jude Law, veja você. E falando nele…

Tanto barulho por nada

Uma das IDEIAS desse filme era ver com maior CLAREZA que Dumbledore é um homem gay, algo que JK Rowling resolveu revelar em 2007. E sim, isso acontece. E dá também pra sentir o MEDO no roteiro, já que as cenas que denotam um ~algo a mais parecem só querer DAR a entender da maneira mais levinha possível. Albus acaba virando o gay “discreto e fora do meio”, sabe? Não estava esperando um beijo ou coisa assim porque a gente sabe bem como isso é difícil (AINDA). Mas mesmo considerando tudo, ainda deixou bastaaaante a desejar. O que é mesmo uma pena.

E Depp. Gente. Que saco. JK ficou lá se desgastando, teve gente que brigou, muitos resolveram não ver a obra... pro cara chegar lá e entregar a EXATA mesma atuação que fez em Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet. Eu juro. É a mesma coisa. E é só um movimento besta, sabe. Johnny poderia ter tentado se destacar, mudar seus trejeitos, realmente fazer valer a treta e mostrar que seria o vilão perfeito… mas não. Nem isso. Grindelwald poderia ter sido outro ator numa boa… e Depp poderia inclusive ter ~descansado a imagem.

Não valeu a pena MESMO.

Enfim...

O filme tem uma vibe bem divertida. Mesmo com o tom melancólico típico do universo, ver coisas como o castelo de Hogwarts, os uniformes antigos da escola, Dumbledore lecionando e o comportamento típico das casas tradicionais do lugar foi BEM legal e conseguiram colocar tudo isso como algo construtivo, sem ser só fan service. Um ou outro plot twist digno de Televisa, é verdade, mas nada que atrapalhe. A história não ganha um final exato, já que ainda teremos pelo menos mais um filme (que deverá se passar no Rio de Janeiro) e esse tá bem no meio.

Se você resolver engolir Johnny Depp e quiser assistir, dá pra ir e achar agradável. Nada incrível, mas bem ok! E, ó: se alguém quiser me dar um Pelúcio de pelúcia, tô aceitando. :P