Emoções devidamente guardadas nos seus tubos, há algo de MUITO óbvio nessa história, mas que talvez demore pra cair a ficha
Essa semana eu fui contemplado com a oportunidade de assistir, no cinema, àquele trailer de Rei Leão, o live action que não é live action mas que tá muito mais próximo de ser live action do que animação ou qualquer coisa que vocês chatos queiram chamar, desde que não seja um termo novo que eu sinceramente acredito que devemos CUNHAR, já que live action existe desde 1945.
Dessa vez sem o efeito surpresa e com todas as emoções de volta aos seus mundos (aprendi com Divertidamente que é assim que funciona), enquanto ouvia aquele AAAAADIRRETINAPARABITILABA, comecei a prestar atenção no que estava vendo de fato, lembrando da história publicada no início desse ano de que somente quatro músicas do filme original de 1994 serão utilizadas e me veio a epifania.
Quer dizer, na verdade isso é RIDICULAMENTE ÓBVIO. Mas caso alguém ainda não tenha se ligado, Rei Leão será um filme BEM diferente da animação clássica. BEM.
Sendo live action (que é como vamos chamar oficialmente, primeiro porque é assim que a INDÚSTRIA está fazendo baseado no realismo da brincadeira, segundo porque não temos outro jeito melhor), é absolutamente impossível que grandes momentos musicais do original sejam mostrados na tela. Timão lixando a unha do Simba, num elevador de cipó com o Pumba, luz focada nos personagens, bandeja de insetos, enquanto cantam Hakuna Matata? Simba e Nala fazendo caretas, em cima de avestruzes, com zebras virando a bunda pro Zazu e toda aquela fanfarronice de I Just Can’t Wait to be King? Não faz nenhum sentido. E é por isso, acredito eu, que a Disney insiste tanto na ideia do live action pra definir essa produção.
Talvez somente Can You Feel the Love Tonight possa ser mais, digamos assim, fielmente adaptada ao que acontece na animação — além de Circle of Life, que a gente já percebeu que é bem mais realista pelo teaser.
Definitivamente é por isso que Jon Favreau, diretor de Mogli: O Menino Lobo, foi escalado pra essa adaptação. É pra esse filme, MÁGICO, que devemos olhar se quisermos entender o que veremos em Julho do ano que vem na tela, antes ou depois daqueles que sopraram a fita verde, não importa.
Será um filme muito mais pesado, muito mais violento, muito menos colorido e muito menos divertido. Hakuna Matata estará lá, sim. Mas vai ser algo muito mais pé no chão, muito mais “pros personagens” do que algum tipo de SING ALONG — exatamente como aconteceu com “Somente o Necessário”, do Menino Lobo.
Se não fosse óbvio que um teaser trailer se utilizou de um dos momentos mais icônicos do CINEMA pra vender um filme e que não é porque AQUILO está igual ao original que TUDO será, leve em consideração o contexto. Disney, live action, Jon Favreau.
Eu não faço a menor ideia de qual será o resultado. Pode ser tão mágico quanto Mogli, pode ser algo tão sem graça quanto A Bela e a Fera. Mas, pelo menos, podemos ter uma ideia do que esperar.
O Rei Leão estreia em 18 de Julho de 2019.
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