Eu sou da época em que eu digitava o nome de uma banda e/ou música, selecionada TODOS os resultados e colocava pra baixar no Napster. Uma tarde com a namorada depois, com cinema e McDonald’s, voltava pra frente do computador na esperança de algum arquivo ter chegado inteiro e que ele fosse o certo — correndo o risco de estourar os tímpanos com ESTÁTICA ou encontrar o sempre divertido Doidão do Napster.

O que era “só” um programa virou empresa multinacional (“Erramos, aprendemos com os erros e voltamos”, como disse Roger Machado, diretor de negócios e marketing) e, nessa sexta-feira oficializou uma parceria com o Corinthians, garantindo aos assinantes AND torcedores oportunidades e conteúdos exclusivos.

Sim, “torcedores AND assinantes”, porque os tais conteúdos exclusivos não são do Napster, sim do Corinthians by Napster, como é chamado oficialmente o aplicativo. Claro que qualquer torcedor de qualquer time também vai poder assinar, mas eu não sei exatamente qual seria a graça, pra essa galera, ouvir o mesmo que os jogadores ouvem quando se preparam pros jogos. Ou ajudar a escolher o que vai tocar nos jogos em Itaquera. Imagina então relembrar os grandes sucessos dos anos dos títulos Brasileiros, Mundiais e da Libertadores?

Tem gente que até chora, só de pensar nisso. :D

Mas é engraçado ver, por exemplo, a playlist do Cássio. Começa com Highway to Hell e termina com For Those About to Rock, do AC/DC, passando pela sensacional Regina Let’s Go, do CPM22, e alguns sertanejos de Marcos e Belutti. Também é divertido relembrar que Ice Ice Baby e U Can’t Touch This BOMBAVAM quando o Corinthians ganhou o primeiro campeonato Brasileiro, em 1990. :D

Além das playlists dos jogadores, a ideia do Napster é contar também com a parceria de músicos Corinthianos mas, por enquanto, nada foi definido — além, claro, do Rappin’ Hood, que vai atuar como curador.

Rappin Hood, Gustavo Herbetta e Roger Machado com a camisa que será usada no jogo do dia 13

Com o mesmo preço da assinatura comum ($14,90), o assinante do Corinthians by Napster, além de toda aquela coisa de ter 36 milhões de músicas disponíveis (com um pouco de Taylor Swift e bem menos de Metallica) online e offline, também tem a chance de contribuir com o time, uma vez que uma parte do dinheiro vai para o clube — o que, no fim das contas, é também o principal atrativo do aplicativo. “Essa gestão de marketing visa sempre buscar receita”, afirmou Gustavo Herbetta, superintendente de marketing do Corinthians, durante coletiva de imprensa no CT Dr. Joaquim Grava. “E marca também um passo importante em algo que já estamos trabalhando esse semestre, mas vai ser prioridade em 2016: presença no ambiente digital”.

Se tem gente que paga plano de sócio-torcedor só pra ajudar, talvez valha a pena a ideia de que, se vai gastar dinheiro com um serviço de streaming, que o faça ajudando o clube de coração. O problema, pelo menos pras inimigas, é que o negócio é único no mundo todo. “Temos conversas com clubes da Europa e dos EUA, mas foi uma decisão do Napster investir primeiro na América Latina, começando com o Brasil”, disse Roger Machado.

Gustavo Herbetta afirmou ainda que existem planos de ligar o Fiel Torcedor ao Corinthians by Napster, ainda que não em forma de descontos — ou qualquer coisa definida, na verdade. No máximo, o superintendente de marketing comentou a possibilidade de alguma coisa em shows de artistas parceiros e enfim.

O aplicativo (disponível em celulares, tablets e, claro, computadores) pode ser acessado — e assinado — no napster.com/Corinthians. Quem já for assinante pode optar pelo cancelamento da assinatura atual e criar uma nova que, nos primeiros 30 dias, é totalmente grátis.