Dave Bautista diz que é "nauseante" trabalhar para a Disney depois da demissão de James Gunn | JUDAO.com.br

“Eu farei o que eu sou obrigado por contrato, mas Guardiões da Galáxia sem James Gunn não é o que eu aceitei fazer”

Quando era somente um Animal, conhecido mais por sua tatuagem ridícula de um sol ~tribal ao redor do umbigo e uma questão de FORO ÍNTIMO que até hoje percorre a mente de muitos fãs da WWE, ninguém imaginou que Batista um dia se tornaria conhecido em todo o mundo como Dave Bautista, astro de uma das franquias mais queridas do cinema, um potinho de cristal de Veritaserum, que usa todo o seu poder (e privilégios) pra advogar por pautas progressistas e necessárias em suas redes sociais.

O cara vive revoltado com o presidente dos EUA, já mandou avisar que se alguém tiver algum problema com a sua mãe, que é lésbica, tá pronto pra enfiar seu pé na bunda e, desde que a Disney resolveu demitir James Gunn da direção de Guardiões da Galáxia Vol. 3, tem sido bastante VOCAL sobre o que ele considera um erro da parte da Disney — e não, não tou falando daquela carta aberta assinada por todo o elenco do filme. Não, pelo menos, só disso.

Bautista atingiu o seu ápice de revolta nesse início de semana, em entrevista ao site ShortList. “Ninguém tá defendendo seus tweets, mas essa é uma campanha de difamação contra um cara legal”, afirmou. “Eu conversei com o Chris Pratt no dia seguinte e ele é um pouco religioso e queria um tempo pra rezar e pensar no que fazer, mas eu tava mais ‘foda-se’. Isso é inaceitável. James é um dos caras mais generosos e decentes que eu já conheci”.

O ator ainda revelou que pode até abandonar a franquia — o primeiro do elenco a fazer isso. “Na minha situação, se a Marvel não usar o roteiro [escrito por James Gunn], então eu vou pedir pra eles me liberarem do contrato, me cortarem do filme ou reescalarem o Drax. Eu faria um desserviço ao James se não dizesse isso”, contou. “Eu não acho que vão recontratá-lo, mas espero que isso abra os olhos das pessoas para o caráter do James”.

Isso tudo depois de, no twitter, mandar um BATISTA BOMB diretamente na coluna da Disney. “Eu farei o que eu sou obrigado por contrato, mas Guardiões da Galáxia sem James Gunn não é o que eu aceitei fazer. GOTG sem James Gunn simplesmente não é GOTG”, afirmou o ator. “E também é nausenate trabalhar pra alguém que dá poder a uma campanha de difamação de fascitas e #cybernazis. É só como eu me sinto”.

Eu fico imaginando como é que se sentem os representantes do ator ao ler esse tipo de coisa que, convenhamos, não vai cair lá muito bem entre os executivos da Casa do Pateta — isso se ele não acreditar que REALMENTE consegue ser invisível.

Porém, contudo, entretanto, todavia... Dave Bautista tem o seu QUINHÃO de razão aqui.

“As atitudes ofensivas e frases descobertas no twitter de James são indefensáveis e inconsistentes com os valores do nosso estúdio, e nós cortamos nosso relacionamento com ele”, afirmou a Disney em comunicado oficial. De fato, nada do que ele falou ali é minimamente aceitável, em nível algum — não se tratam de piadas, eram tentativas imbecis de chocar e causar polêmica, numa época em que esse tipo de coisa não era levada a sério como deveria.

Essas mesmas atitudes e frases, porém, não são exatamente uma novidade, já que em 2012 o diretor já havia pedido desculpas por ter feito piadas homofóbicas anos antes. Não é como se o Pato Donald não soubesse sobre esse passado de James Gunn, portanto. Não é como se, com isso, não fosse necessária uma busca por quaisquer outras atitudes e frases que estivessem disponíveis pra que alguma providência fosse tomada. A não ser que, pros valores do estúdio, homofobia não seja algo tão problemático assim.

Aí tem toda essa questão de que o cara mudou o suficiente pra mudar de lado e, principalmente, entender porque aquilo tudo é inadmissível e reconhecer o que fez e falou (algo que muitos dos filmes da Disney, aliás, carregam como tema principal), e de quem desenterrou essas atitudes ofensivas e frases e por quais motivos — algo que, como Bautista afirmou, é realmente nauseante.

Nesse mundo em que vivemos, nesse EXATO mundo, nesse EXATO momento, temos de reconhecer nossos aliados, ao invés de torná-los inimigos. Porque, assim como diria o pôster de Alien VS. Predador, nessa brincadeira, “não importa quem ganha, nós perdemos”.