No dia 23 de Novembro de 2016, a casa do Mickey Mouse estreia uma animação que vai apresentar a mais nova integrante de sua família de princesas. Trata-se da jovem Moana, protagonista do filme que leva seu nome – e que, vejam só, estava originalmente programado para 2018 e acabou sendo adiantado em dois anos, o que pode ser um imenso sinal de confiança do estúdio. A direção é da dupla Ron Clements e John Musker, consagrados pelo trabalho em Alladin, A Princesa e o Sapo e A Pequena Sereia e que deram mais detalhes sobre a produção nesta sexta (14), em painel realizado na D23 Expo.

Moana Waialiki é uma adolescente, filha do chefe de tribo Tui que, depois da morte da avó (“desculpem, mas é um filme da Disney”, brincaram os cineastas), embarca numa arriscada missão para cumprir uma jornada nunca finalizada de seus ancestrais. Pela primeira vez em sua vida, e obviamente contra a vontade do pai (“desculpem, mas é um filme da Disney”, brincaram os cineastas), ela parte em oceano aberto em busca de uma certa ilha mitológica, levando consigo seu porquinho de estimação Pua e um galo ranzinza chamado Hei Hei, que acaba partindo junto meio sem querer.

Em seu caminho, além de cruzar com imensas criaturas dos mares e “submundos de tirar o fôlego”, ela vai acabar encontrando com o personagem das histórias que sua avó contava: o semideus Maui. Dublado por Dwayne “The Rock” Johnson, o sujeito tem problemas por ter nascido um humano mas ter sido criado pelos deuses, tentando agradar os dois lados mas sem nunca agradar a si próprio – conforme o próprio Rock explicou no momento em que ELETRIFICOU o palco.

Maui e The Rock têm muito em comum. O personagem é coberto de tatuagens, assim como o ator – mas as de Maui ficam em constante movimento na sua pele (efeito que, aliás, foi mostrado em um dos clipes do filme apresentados no telão). Além de também se transformar em pássaros e outros animais, Maui carrega consigo um gigantesco anzol de pesca, que imediatamente lembra o Mjolnir de um certo Deus do Trovão nórdico. Essencialmente, é um fortão de bom coração,. “E muito bonito também”, brincou ele. Bonito, no entanto, foi o momento em que ficou clara a emoção de Rock por fazer parte da família Disney justamente com um filme que se relaciona diretamente com sua herança – já que ele tem ascendência Samoana.

O semideus vai ser uma força muito bem-vinda para enfrentar inimigos como, por exemplo, um terrível espírito da terra que pôde ser visto num clipe conceitual, com pele feita de lava vulcânica negra e cabelos de lava incandescente. Mas ela não parece ter muito medo, porque está em casa ao navegar pelo oceano — o que, de acordo com os diretores, é uma algo que eles aprenderam nas pesquisas que fizeram para o filme: pros moradores daquela região, o Mar é como um grande amigo.

Numa das cenas exibidas, o Oceano não só facilita os caminhos para a pequena Moana, como a carrega de volta para a terra firme, quando seu pai a chama. <3

Três mil anos atrás, grandes navegadores do mundo viajavem pelo Pacífico Sul, descobrindo as muitas ilhas da Oceania. Mas aí, por um milênio, as viagens pararam — e ninguém sabe a razão... E, bom, isso vai ter muito a ver com a tal viagem que Moana faz.

A trilha sonora, sempre um ponto alto nos filmes Disney, será composta pelo porto-riquenho Lin-Manuel Miranda, vencedor do Tony; por Mark Mancina, vencedor do Grammy e que colaborou nas trilhas de Tarzan e Irmão Urso; e pelo cantor Opetaia Foa’i, conhecido por seu trabalho à frente do grupo Te Vaka, uma banda que toca música típica da região do Pacífico Sul com uma pegada mais contemporânea.

Mas...

“Ah, mas não é a primeira vez que a Disney aposta em uma princesa que não está dentro do estereótipo da branquinha loirinha”. Claro que não é. Teve a árabe Jasmine em Alladin, teve a chinesa Mulan, teve a negra Tiana em A Princesa e o Sapo, teve a Pocahontas...

Bom, eu sou pai de uma menina, já disse isso aqui algumas vezes. E ando bastante por dentro deste universo da franquia de princesas da Disney. E aí preciso te contar umas coisinhas. Veja, por exemplo, as coleções de bonecas delas. E me responda quem são as moças que estão ali, devidamente retratadas em suas versões de plástico. Eu te conto. A Cinderella, a Bela, a Aurora, a Ariel, a Branca de Neve e a Jasmine. Ah, sim, a Rapunzel de Enrolados, a Merida que veio do Valente e até a Princesinha Sofia (papais que vêem Disney Channel sabem do que estou falando), entraram na roda.

Não é um caso tipo #WheresNatasha, isso é claro. Sim, existem bonecas delas. Mas digamos que numa variedade e quantidade BEM menor do que das outras. Tentei encontrar uma Mulan para a minha filhota em certa ocasião e foi uma tarefa bem ingrata — e, levando em consideração o famigerado Disney Vault, então, pode até ser impossível, dependendo do momento em que se procura.

O mais importante aqui é o caminho que a Disney tem trilhado em suas animações mais recentes no que diz respeito às protagonistas femininas e, em especial, ás princesas. A Tiana é uma empreendedora que quer abrir o próprio restaurante e não fica sonhando com príncipe nenhum. A Rapunzel resolve tudo sozinha na base da panelada na fuça. E a Elsa, de Frozen, que é uma princesa com superpoderes e sem príncipe, que não se apaixona por ninguém ao longo do filme? O quão legal é isso? Pra mim, como pai, foi ótimo ouvir minha menina dizendo que ela era “demais”.

O que a gente espera é que Moana tenha a força das princesas mais recentes da Disney – mas que seja forte o suficiente para ganhar o espaço que merece ao lado de suas irmãs mais, digamos, “clássicas”.