Netflix expande seu catálogo de produções BR | JUDAO.com.br

Serviço de streaming anunciou na última semana uma quantidade considerável de novos investimentos em séries e filmes brasileiros

Com a constante expansão do seu catálogo original, que, não se engane, um dia será todo o seu catálogo, e toda aquela ideia de internacionalização sobre a qual já falamos aqui há ANOS, o Netflix anunciou na última semana, durante o Rio2C, que pretende produzir 30 (TRINTA!) novas produções entre séries, filmes e documentários Brasileiros entre 2020 e 2021 — um aumento significativo no investimento nas produções audiovisuais brasileiras, especialmente com o que estamos sendo obrigados a viver no nosso governo.

O anúncio foi feito por Ted Sarandos, CCO do serviço de streaming, em pessoa. “O Brasil tem talentos extraordinários e uma longa tradição em contar grandes histórias. É por este motivo que estamos animados em aumentar nosso investimento na comunidade criativa brasileira”, afirmou o executivo. “Esses 30 projetos, em vários estágios de produção, em diferentes locais espalhados pelo país, serão feitos no Brasil e consumidos pelo mundo”.

Segundo ele, o objetivo é trabalhar com gêneros fortes e grandes nomes já conhecidos do público, como o comediante Fábio Porchat e a atriz Maísa Silva, que estrelarão cada um três filmes originais ainda sem nome. Pelas informações divulgadas, boa parte dos novos materiais serão focados em conteúdo jovem e para toda a família — que, convenhamos, é o que eles já vem fazendo de maneira geral.

Este é o caso, por exemplo, de Modo Avião, produção escrita e dirigida por César Rodrigues (Vai que Cola – O Filme) que contará a história de Ana – vivida por Larissa Manoela -, uma jovem influenciadora digital que bate o Mustang de colecionador do avô ao tirar uma selfie e é enviada sem celular para sua fazenda para tentar consertar o carro. Uma coisa meio Paris Hilton em The Simple Life, mas sem a parte do carro destruído.

Outra estreante no Netflix é a escritora Thalita Rebouças, conhecida por escrever livros direcionados para o público adolescente. Em sua primeira produção inédita, Quem Nunca?, teremos a história sobre três adolescentes que vão a um acampamento escolar com o pacto de permanecerem solteiras... mas as coisas se complicam quando seus ex-namorados aparecem, paixões inesperadas são reveladas e elas descobrem que têm escondido segredos umas das outras por um longo tempo.

Ainda na SEARA das produções family friendly, também anunciaram a comédia romântica Ricos de Amor, dirigida por Bruno Garotti (Cinderela Pop). Contando uma história simples, o filme mostrará um jovem rico de 20 anos (Daniel Mesquita) que finge ter uma origem humilde para conquistar o coração de uma moça (Giovanna Lancellotti). Outra comédia anunciada foi Carnaval, filme dirigido por Leandro Neri (A Padroeira). A história é sobre uma jovem que viraliza após vazar um vídeo do seu namorado a traindo. Com seus 15 minutos de fama, ela tenta ganhar uma viagem com tudo pago para o maior carnaval do país.

Saindo do live action para a animação, Menino Maluquinho também ganha uma versão inédita e traz um novo capítulo na vida do personagem, com previsão de chegada ao catálogo mundial em 2021. A obra mais conhecida do escritor e cartunista brasileiro Ziraldo será produzida pela Chatrone, responsável pela animação Festa no Céu – indicada ao Globo de Ouro e vencedora do Annie Awards de Design de Personagem.

O anúncio também confirmou o retorno de Wagner Moura ao serviço de streaming com o filme Sérgio, produzido e estrelado pelo ator. Ambientado horas após o ataque da Al-Qaeda ao Canal Hotel de Bagdá, a cinebiografia encontra o diplomata brasileiro na ONU Sérgio Vieira de Mello soterrado sob os escombros e relembra suas polêmicas escolhas profissionais e o maior romance de sua vida.

Além dos filmes, o Netflix também anunciou séries novas e deu mais informações sobre séries anunciadas anteriormente, como o caso de Sintonia, criada pelo Kondzilla, Guilherme Quintella e Felipe Braga. Com produção da Losbragas, os três protagonistas abordam suas vidas, relação com a música, tráfico de drogas e religiosidade na cidade de São Paulo.

Também falaram mais de O Escolhido, adaptação de fantasia dos autores Raphael Draccon e Carolina Munhóz inspirada na série mexicana Niño Santo, de Pedro Peirano e Maurico Katz. Com seis episódios de uma hora de duração, a série será dirigida por Michel Tikhomiroff (O Negócio) e estrelada por Paloma Bernardi e Renan Tenca, com produção da Mixer Filmes.

Ainda no território fantástico, o Netflix também confirmou a sua primeira produção brasileira de zumbis intitulada Reality Z. Baseada na produção britânica Dead Set, criada por Charlie Brooker (Black Mirror), a série terá cinco episódios e será uma ode ao terror, ao humor e à cultura pop, onde participantes e produtores de um reality show chamado Olimpo, a Casa dos Deuses, uma parada bem Big Brother, ficam aprisionados na casa por causa de um apocalipse zumbi.

Enquanto o caos e o desespero reina em um Rio de Janeiro, o estúdio se torna um abrigo para aqueles que querem se salvar. A adaptação, que será feita pelo diretor, produtor e roteirista Cláudio Torres, conta com Guilherme Weber (O Negócio), Emilio de Mello (Psi), Jesus Luz (!!!!!!!!) e participação especial de Sabrina Sato no elenco.

Já entre os anúncios inéditos estão os dramas Futebol, obra de Elena Soares que apresenta a relação intensa entre Toró e Pantera, dois meninos pobres de 15 anos escolhidos para entrar na categoria de base do maior time brasileiro, o Carioca Futebol Clube; e Irmandade, dirigido por Pedro Morelli (Rua Augusta), sobre uma FACÇÃO CRIMINOSA dentro de um grande presídio. A produção será protagonizada por Seu Jorge e Naruna Costa.

E completando a lista, Daniel Rezende (Bingo: O Rei das Manhãs) estreia seu primeiro projeto solo no serviço de streaming com a comédia Ninguém Tá Olhando, produzida estrelada por Victor Lamoglia, Júlia Rabello e Kéfera Buchmann.

Com tantos novos projetos, o Netflix expande sua produção nacional em um momento emblemático do cenário audiovisual, já que o ~governo está limitando o teto de liberação de recursos para produção e distribuição. Esses investimentos certamente trarão um alívio bastante necessário no nosso audiovisual, além de entregar para o mundo um pouco mais de histórias com um sabor brasileiro.