Se todos nos pegarmos num grande beijaço democrático, andando de mãos dadas, amarelos e vermelhos, Kataguiris e Jandiras, Lobões e Buarques, Frotas e Fofões, Cunhas e Boulos, tudo estará resolvido? Quer a resposta em português claro?

Não, véio.

O amor é importante, a grande força da engrenagem da vida, do universo e tudo mais, reza a lenda, mas não existe sem respeito, diálogo e, principalmente, verdade. Dos casamentos mais beatos aos parcos praticantes do amor livre, casuística maior do relacionamento aberto, essa trinca precisa se cumprir, senão acaba a paz.

E existe amor sem paz?

Pois é, existe, mas é uma merda. Tipo isso que a gente vive hoje.

Por exemplo, uma pessoa ser contra as cotas e outros estímulos ao acesso do pobre à universidade não quer dizer necessariamente que ela não sinta amor ao próximo, à pessoa que não tem possibilidade de cursar uma faculdade, mas sim que ela possivelmente o ama sem o devido respeito.

Saca?

A Jéssica, quer dizer, a atriz Camila Márdila explica melhor.

Precisava dar esse exemplo para falar de algo que não é maior do que a educação, mas que se tornou uma espécie de Triângulo das Bermudas, onde nossos barquinhos foram parar não se sabe quando ou por quê exatamente.

Ser tragado para uma jogatina política não foi algo que a gente escolheu. Aliás, o país tem muitas urgências e nenhuma delas vai ser resolvida por esta crise institucional que jogaram no nosso colo. Agora, temos que nos posicionar porque os bonitões e bonitonas fizeram e desfizeram alianças, combinaram e não cumpriram, não resistiram a uma investigação ou à base inócua de governo abandonando o barco.

No entanto, nós ainda temos algo enquanto os tubarões tentam se engolir: uns aos outros. E nem acho que a saída pra gente conviver legal é ser isentão. Inclusive, vejo essa coisa de se eximir como um problema em um momento em que, apesar de não termos muita escolha, é necessário se posicionar, nem que seja pela evolução política do Brasil, que ainda é muito adolescente quando se trata desse tema.

Pois bem, algo que não falta ao país é amor, mas, como dito, a gente precisa praticar o mais nobre dos sentimentos envoltos na santíssima trindade respeito, diálogo e, principalmente, verdade, em especial nos dias que temos pela frente. Senão, nosso posicionamento político fica em segundo plano e o que ganha destaque é a falta de consideração com quem pensa diferente.

Promete pro titio que você vai pensar nisso?

Ok, enquanto você pensa, tem outro tema sobre o qual a gente precisa conversar. O nome dele é Michel Temer.