The Flash: família é tudo nessa vida, né gente? | JUDAO.com.br

No episódio de abertura da segunda temporada, The Flash acertadamente se foca mais em definir o tom do que em apresentar o supervilão da vez

SPOILER! Quando rolaram os créditos finais do episódio que abre os trabalhos da segunda temporada de The Flash, sabe, eu sorri. Sorriso sincero, de satisfação, seguido de uma vontade genuína de “quero mais”. Se isso não é um sinal de que os caras acertaram, rapaz, juro que não sei mais o que é.

Aquele que promete ser o grande vilão da temporada, o Zoom (Hunter Zolomon), é apenas brevemente mencionado. Mesmo o antagonista do episódio, ninguém menos do que o Esmaga-Átomo, também aparece pouco, tretando com Barry Allen aparentemente sem um objetivo claro.

A coisa só começa a ganhar contornos de discussão sobre o Multiverso mesmo rigorosamente no último minuto do capítulo – numa cena que, aliás, a gente já tinha visto nos trailers da nova temporada, que é quando Jay Garrick (o primeiro Flash dos gibis, dono daquele capacete que apareceu na season finale) ADENTRA os Laboratórios STAR.

E, ainda assim, com tão poucos detalhes sobre o que vem por aí, o episódio funciona que é uma beleza. É puro amor, aliás. Porque, nitidamente, ele tem a intenção de mostrar que o #TeamFlash não vai ser mais aquele bando de gente reunida convenientemente em torno do cara por causa de Harrison Wells. Agora, eles estão fazendo o que fazem porque são uma FAMÍLIA. Porque se importam com Barry. E porque também se importam com Central City e querem ajudar a fazer a diferença na luta contra o mal.

Ou seja: oficialmente, o Flash agora não é apenas um cara vestido de vermelho correndo rápido por aí. Tem toda uma equipe, toda uma estrutura, que conta com duas pessoas na polícia (Joe e agora Cisco, contratado para criar BUGIGANGAS que ajudem os oficiais da lei a dar conta dos metahumanos), uma pessoa na imprensa (Iris), uma cientista nos laboratórios Mercury (Caitlin) e até um gênio para assumir a vaga de mentor veterano da galera (o Dr.Martin Stein, a outra metade do Nuclear, aquele que vai dar um rolê por Legends of Tomorrow mas volta logo).

The Flash

Barry estava cabisbaixo, querendo trabalhar sozinho, com a sensação de que colocava as pessoas que ama em perigo por causa de seus poderes, maior síndrome de Homem-Aranha*, principalmente depois do que aconteceu na hora de combater o buraco negro da singularidade, quando Ronnie Raymond se sacrificou pra fechar a parada de dentro pra fora antes que a cidade fosse sugada. Ele andava combatendo o crime por conta própria, caminhando sozinho pelos Laboratórios STAR – que ganhou oficialmente como herança do Dr.Wells, vejam a ironia.

Repetindo o que o Borbs disse na sua resenha de Perdido em Marte: “Todos funcionam como um só. Todos têm a mesma importância. Todos, juntos, resolvem esse problema”. É bem isso que Barry aprende, com direito a ganhar até um uniforme novo, aquele da ELIPSE branca.

E Central City, enfim, vira um personagem vivo na história. Mais do que a ambientação das aventuras do Flash, ela passa a ser o coração da coisa toda – ainda mais agora, que a população sabe que o Corredor Escarlate existe e que não apenas o reconhece, mas o celebra, com direito a um Flash Day e tudo mais. O Flash passa a ser sinônimo de Central City, afinal. Exatamente como acontece com a sua contraparte de papel.

Apesar de gostar bastante de Arrow e de Agents of SHIELD, que acompanho desde o primeiro episódio, arrisco dizer que Flash é, de longe, a série baseada em HQs que mais curto assistir nos dias de hoje. Uma série que é pura história em quadrinhos. Daquelas mais leves, com heróis clássicos da Era de Prata. Tem o tom da diversão. Uma série, sabe, daquele tipo que, quando rolam os créditos finais, me fazem dar um sorriso. Aquele mesmo que eu abro toda vez que acabo de ler um gibi que mexeu comigo.

Depois da excelente brilhante temporada de estreia, os caras vão ter que se esforçar muito para errar e jogar tudo por água abaixo. Pelo que vi neste episódio, esta é daquelas hipóteses que devem passar longe. ;)

* Referência obrigatória à Marvel em textos sobre DC e quaisquer derivados