SDDS Dona Lúcia
Um ano desde que o Parreira falou que a CBF é o Brasil que deu certo. Um ano desde que Julio Cesar disse que aconteceu um apagão. Um ano que o David Luiz falou que só queria dar alegria para o povo dele. Um ano desde que o Felipão falou que o trabalho estava sendo feito do jeito correto. Um ano desde que as carreiras de Bernard e Dante foram carbonizadas na frente de bilhões de pessoas.
Enfim, um ano desde que a Alemanha jogou como a gente achava que o Brasil jogava.
O que mudou em campo de lá pra cá?
Gilmar Rinaldi caminha com uma pasta. CANDINHO e CARLOS ALBERTO DIAS, que não dirigem uma equipe há pelo menos uma década ou algo assim, balbuciam qualquer coisa. Parreira deve estar contando alguma história sobre Dona Lúcia. Zagallo, com todo respeito que se pode ter com o único tetracampeão do mundo, como ele mesmo declara, falou à imprensa que a Seleção Brasileira pode enfrentar qualquer adversário de igual pra igual.
Inacreditável, né?
Fora de campo, pelo menos, as coisas começam a engatinhar. José Maria Marin, o Zé da Medalha, presidente da CBF na époda da #CopadasCopas, está preso na Suíça e aguarda julgamento para ser deportado para os EUA. Del Nero, seu substituto, tem as mãos tão amarelas, que teme viajar para fora do Brasil. Inclusive, mal sai do Rio de Janeiro, tamanho o medo de se afastar demais dos advogados da Confederação Brasileira de Futebol. Em Brasília, parte da MP do Futebol, pregada pela galera gente boa do Bom Senso FC, passou e, pelo menos os clubes que parcelarem suas dívidas junto ao Governo Federal, terão que assumir responsabilidades (como eu e você quando lidamos com bancos ou o governo), podendo, inclusive, render punição e cadeia a dirigentes.
Dentro de campo, no entanto, e mesmo em face do maior encanto, no caso, Guardiola, o melhor técnico do mundo, se oferecendo para treinar a selecinha brasileña, os caras contrataram Felipão. E, depois, o Dunga. O resultado está aí. Aliás, como chefe da delegação brasileira na Copa América, os caras chamaram ninguém menos que o engomadinho João Dória, para colocar sua supervisão empresarial de herdeiro rico a serviço da bola no pé. Como se faltasse empresário no ambiente da selecinha. Aliás, ele tem uma cara de quem manja tudo de futebas, né?
Para mexer nas regras do jogo e endurecer ainda mais o já cimentado jogador brasileiro, decidiram dar ar de intocável para o juiz, que fuzila amarelos e vermelhos se achar que o jogador não o tratou como um príncipe. Surreal. E os técnicos vistos por muitos como os melhores do Brasil, casos de Tite, Levir Culpi e Marcelo Oliveira, são caras que falam frases como “humildade para defender, fantasia para atacar”. Estratégico pra caramba. Impressiona.
O que a gente pode fazer pra ajudar é simplesmente assistir ao futebol apenas quando os jogos estiverem bons. Sério, isso já vai ajudar um monte. Quanto mais cai a audiência e a bilheteria, mais os dirigentes sofrem pressão. Se quer ir mais longe, se engajar nas causas do Bom Senso FC quebraria um galhão. Ah, e assistir à ESPN Brasil e frequentar sites como o Esporte Final, até para lembrar o que é jornalismo esportivo, de fato.
E, enquanto o grosso do negócio não muda, é aquilo lá: GOL DA ALEMANHA.